A porta bateu devagar. Ouvi os passos dele entrando. JL jogou a chave no balcão e largou o boné na cadeira.
— Que que aconteceu? — ele perguntou direto, sem nem tirar o chinelo.
Ele já sabia. Alguém tinha contado. Claro.
Eu tava sentada no sofá, ainda com a roupa do colégio, a mochila no chão, o rosto amassado de tanto chorar. A televisão tava ligada, mas eu nem sabia o que tava passando.
Levantei devagar.
— Meu pai me desmatriculou — falei. A voz falhou no final. — Foi lá no colégio, pegou meus documentos e inventou que eu ia pra fora do país.
JL ficou parado, processando.
— E eu só soube hoje, quando fui tentar voltar. Todo mundo olhando pra mim como se eu fosse uma farsa. Como se eu não tivesse mais lugar.
— Filha da p**a… — ele murmurou, esfregando a mão no rosto.
— Isso é cul
