Capítulo 06

3828 Palavras
- O quê? Carregamento excessivo para o motoboy? Hum, então eu acho que vou ficar só com as duas de calabresa, uma de peperonni e três italianas mesmo... AH, NÃO! ESPERE! EU QUERO DUAS DE 4 QUEIJOS TAMBÉM! - Isaac disparava ao telefone enquanto, do outro lado da linha, a p***e atendente deveria estar no segundo caderno de "pedidos do Sr. Isaac". - Não se esqueça dos pacotes de ketchup e mostarda extra. Ah, e não demore! Sabe, hoje eu não quis pedir tanto para agilizar as coisas, então não me decepcione, June. O telefone estava no alto falante. - Meu nome é April. - Eu pensei que era May. - Disse Isaac, mais para si mesmo do que para o telefone. - Troco para cartão de crédito. - Você pediu a minha vegetariana? - Bailey perguntou enquanto descia as escadas com edredons em cima dos braços, logo atrás de Noah com os travesseiros e Darwin, com lençóis. Espera! Vegetariana? Desde quando o Bailey é vegetariano? - Desculpa, eu esqueci, fiz apenas os pedidos do... - Isaac começou a pensar. - Na verdade, eu fiz só os meus pedidos. Como vocês podem ver, senhoras e senhores, Isaac é um cara muito preocupado com seus amigos, ele NUNCA se esquece de pedir a pizza dos outros. Meu pai não havia chegado ainda e já era quase dez horas. Com isso, os garotos decidiram ficar, simples assim, eles disseram que iriam ficar e eu não pude questionar, antes que eu pudesse dizer um "mas vocês são meninos, eu sou uma menina, o que meu pai achará disso?", eles já estavam subindo as escadas e trazendo os edredons, e Isaac, pedindo pizza. Eles começaram a desdobrar os edredons e forrar o espaço entre o sofá e a televisão. Noah colocou na lista de exigências cinco colchas grossas, dizendo ele que seu "corpo merecedor de Oscar" precisa da melhor e mais macia cama para dormir. - Então volta para sua casa. - Backer falou, dando-lhe um fora. - Eu vou colocar meu pijama... NÃO SAIAM DAÍ. - apontei o dedo para os meninos. - Ah, Mad, nós não trouxemos pijamas. - Darwin informou coçando a nuca. - Vocês moram ali do lado. - revirei os olhos. - Estão esperando que eu pegue pijamas do meu pai para vocês? - Eu não vou querer não, trouxe o meu pijama comigo. - Henry falou, me encarando. Ele colocou as mãos na barra da camisa e retirou-a. E eu enlouqueci, pois aquela era a visão de um deus grego. Devo ter ficado extremamente vermelha, mas quando o Henry colocou as mãos na barra da calça, os outros seis meninos gritaram um "NÃO" bem alto e correram para cima de Henry, tampando-o nos edredons. - Não, Henry, poupe a Madison da visão da sua cueca! - Joshua exclamou. - Como é? Ele iria tirar as calças? - eu perguntei com os olhos arregalados segurando um "Tira! Tira!" que estava preso na garganta. - Sabe como é, ele gosta de dormir a "v*****e". Oh. Ah sim, eu fiquei até ansiosa para que ele tirasse as calças. Vai, tira, por favorzinho! Ri com esses pensamentos e subi as escadas, procurando meu pijama nos cantos, até que achei meu pijama de girafas! Me vesti, fui ao quarto do meu pai e busquei algumas blusas. Quando desci, notei que todos já haviam dado um jeito para seus pijamas, digo, todos tiraram suas camisas e se aconchegaram na cama improvisada na sala, lutando pelo controle da televisão. Caralho, acho que me perdi aqui! Que visão dos Deuses! - Ei, vocês ocupam todo o espaço da cama improvisada... Onde acham que eu vou dormir? - perguntei rindo. - A MAD VAI DORMIR COM A GENTE! - gritou o Joshua animado. - E nós vamos nos aproveitar disso? - Noah perguntou mordiscando o lábio. Todos encararam ele com uma careta e eu fiz questão de metralhar sua cara com meus olhos de pavor. - Okay, não será do lado dele que eu vou dormir. - Pode deitar aqui que eu não vou abusar de você. - Henry sorriu dando tapinhas no lugar vago ao seu lado. - Só vou se você pedir. - Oh, acho que não vou resistir não pedir que você a***e de mim. - eu usei tanto sarcasmo que me deu até câncer. - Pelo menos as intenções dele são as melhores. - Backer falou e os garotos o encararam - Não são? - Não são, não, Backer. - respondeu o Darwin rindo. Backer é tão inocente que me faz rir. Eu comecei a sentir um frio, pois estava tarde e gelado, estremeci, passando as mãos pelos braços. - Abram espaço, eu estou morrendo de frio! - anunciei, e me prontifiquei para me jogar no meio do Bailey e do Isaac, mas Henry, que estava na ponta, segurou meu tornozelo e eu levei um tombo, caindo atravessada por cima dele. Mas calma! Esse não seria meu primeiro tombo da noite! Nem meu primeiro tombo em cima de um garoto nessa noite. Então a campainha tocou. Eu observei como os sete meninos continuaram parados olhando para a televisão. - Ei, vocês não vão atender? Isaac? Você que pediu a pizza! Ou as pizzas. - Eu disse. - Não podemos atender a campainha em uma casa que não é nossa. - Darwin respondeu concentrado no celular. - Por que? - Porque... Hum - Joshua pareceu pensativo - Porque a casa não é nossa, estamos de visita. Eu revirei os olhos e me levantei para atender o motoboy, pegando o dinheiro da pizza em cima da mesa e indo em direção à porta. - Oi, hum, olá... Girafas? - O entregador cortou qualquer que fosse sua linha de raciocínio e usou sua melhor tom e expressão de flerte (coisa pela qual eu não entendi no início, porque... Parecer que tem uma convulsão no olho direito era para ter algum efeito sedutor? Era para parecer que ele estava piscando para mim?) e, misteriosamente alguma força extra-terrestre o impedia de parar de encarar as milhões de Debbys que viviam em minha blusa e short - e sim, eu dou nomes iguais às girafas de pijamas (é, eu não tenho uma vida social muito agitada...). - Sim, girafas. - ouvi uma voz atrás do meu ombro cuspir rispidamente. Não precisamos acrescentar a parte em que eu corajosamente dou um daqueles super-pulos-mais-contrangedores-do-que-ser-o-frango-da-loja-de-frango-frito, precisamos? - Algum problema com isso? - ouvi a voz do Noah completar a fala do Henry do meu lado direito. Essa soleira está ficando pequena de mais. Mas, devo acrescentar que agora tenho dois seguranças e nem sou eu que sou famosa aqui. - Hã? Nenhum, não, são cinq... Ele começou a falar até ser interrompido pelo Henry. - Eu sei quanto deu, obrigado. - Henry o interrompeu friamente enquanto retirava as preciosas pizzas do Isaac de suas mãos. Pode ter sido apenas uma mera impressão, mas se o Henry tivesse jogado sorvete naquelas partes dizendo "me desculpe, teste de qualidade. Está realmente congelado?" teria sido mais caloroso. - M-mas e a gorjeta...? - ele tentou argumentar novamente, só tentou. - Passar bem - Noah falou, já com a mão na porta. - Tchau. - completou Henry, enquanto o Noah marcava as expressões faciais do entregador na minha porta assim que a fechou e bateu na cara dele. d***a, ele não sabe o quão difícil é limpar células mortas na madeira? E eu fiquei lá tipo "coitado, gente, ele só comentou sobre as minhas girafas...". - Cadê o Michael? Ele deixou meu brinde de maior consumidor? Ele prometeu da última vez! - Isaac falou enquanto se juntava a nossa pequena reuniãozinha em meu hall de entrada - que era muito pequeno e não cabia mais de duas pessoas, só para acrescentar - e pegava uma caixa de pizza qualquer das muitas que o Henry carregava. - Oba, calabresa! - Michael não está mais entre nós... - Noah acrescentou enquanto fitava com um olhar nublado o vazio. - VOCÊS O MATARAM? - Isaac perguntou com os olhos alarmados e fixos nos dois lindos caras que eu fora privilegiada de estar ao meio. - Não, ainda não. - respondeu Henry, calmamente. - MAS ELE AINDA NÃO ENTREGOU MEU PRÊMIO! - ele protestou enquanto tentava lançar olhares indignados a Noah e Henry, o que o atrapalhava na difícil missão de encaminhar o pedaço de pizza à boca, e não na testa. - Qual problema de vocês? Não querem mais ter entregadores para comer pizza oito dias na semana? - Isaac, não tem oito dias na semana. - Noah respondeu. - E as noites que se tornam dias com mais bocas para comer? - Isaac perguntou, com uma voz um tanto, hã, ele estava insinuando sobre noites de s**o? - Ah, é, ainda tem esses dias que trazemos as meninas... - Obrigada por me informar disso, Henry Carter! - eu grunhi, saindo do hall de entrada e batendo o pé. Joshua esbarrou comigo durante a minha marcha fúnebre até a sala. - O que deu nela? - Não sei. - responderam todos juntos, mas foram meio que interrompidos. - ISAAC, VOCÊ ESTÁ COMENDO TODA A PIZZA! Me sentei na cadeira e observei, entediada, Darwin arrumando a mesa para a pizza. Juro que nunca vi garoto mais perfeccionista do que ele. Impressionante como ele coloca os garfos e facas alinhados do lado esquerdo do prato, só para o Henry e o Isaac chegarem com as pizzas e acabarem com a arrumação, pegando as pizzas com a mão e sujando tudo. Beleza! Meu pai nem vai ligar muito. Eu comi quase uma pizza inteira, colocando cada pedaço na boca para me manter quieta, porque eu estava morrendo de v*****e de gritar, fazer escândalo e abraçar o Isaac comendo! Eu não posso descrever como eu sempre tive v*****e de observá-lo comendo, era tão... Faminto. - Por que você está me olhando tanto, hein, Mad? Pirou? - Isaac perguntou rindo. - Humf humf hummf huumf. - eu respondi com a boca cheia. - Ah sim, eu sei como é. - respondeu Isaac. Não me pergunte se ele entendeu o que eu falei. Nem eu mesma entenderia, mas... Deve ser a linguagem dos famintos. Então, eu não resisti. Isaac estava sentado bem do meu lado, com o pedaço de pizza bem no final em suas mãos, só faltava uma mordida para acabar, e quando isso acontece com qualquer pessoa do meu lado, eu geralmente arranco o último pedaço da pessoa e como, rindo. Retomando, eu arranquei o último pedaço da mão de Isaac e engoli. E ficou um silêncio. Todos me encararam, menos Isaac, que foi virando o rosto lentamente para mim. EU QUASE VI SEUS OLHOS COM CHAMAS DENTRO! Cadê o anjo que morava dentro dele? Ri para descontrair, mas continuou o maior silêncio. - Eu não acredito que você fez isso. - Darwin falou rindo. - Ai, o que foi gente? É só um pedacinho, tem mais ali. - eu apontei para a caixa que ainda continha umas cinco fatias. - Para de me olhar assim, Isaac! Vai me comer com os olhos? - Não, mas provavelmente com a boca. - Henry falou, dando de ombros. - What? - Eu perguntei, desconcentrada me virando para Henry, quando... - AAAAAAAAAAAAAAAAAI! p**a QUE PARIU, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? SOLTA MINHA MÃO! - Gritei, ao ver (e sentir) Isaac MORDENDO a minha mão! Ele estava literalmente comendo a minha mão com a boca! Tentando mastigar e tudo como se eu fosse uma carne m*l passada! Depois que gritei, todos os meninos vieram correndo me ajudar e a tentar arrancar Isaac da minha mão. Ele soltou até, mas minha mão ficou dolorida, com marcas de dentes e baba de Isaac - vou vender no mercado livre e ficar rica. - Ele já fez isso comigo. - Darwin deu de ombros. - Eu gostava de brincar de pegar comida do prato das pessoas até eu brincar com Isaac. - Joshua reclamou. - Isaac, canibalismo é p******o! - eu disse. - Porque se fosse permitido, eu comeria a Madison. - Noah passou por mim deixando no ar um perfume delicioso que me fez querer agarrá-lo, mas tenho certeza de que a minha amiga army que eu conheci no Fã-Clube me comeria viva se eu fizesse isso... Se levar em conta o fato de ela ter "Mrs Bryan" no nome. - Eu comeria o Henry. - Joshua falou rindo encarando o amigo ao seu lado. - Eu também me comeria. - Henry deu de ombros. Nada convencido esse daí. Bom, para resumir, brincar de comida com o Isaac por perto não dá certo, e eu posso citar motivos! Um: ele vai comer tudo. Dois: você nunca mais vai ter coragem de comer perto dele ou brincar com ele sobre comida. Três: ele vai comer você. Escovei os meus dentes antes de dormir, no banheiro com um Noah encarando o espelho e me encarando curiosamente de vez em quando e cheguei na sala, encontrando todos os outros já deitados e o Noah indo se deitar no seu lugar anterior. Apaguei a luz e disse: - Vamos, se afastem, eu quero me deitar. Todos eles abriram espaços. Eu estava indo (novamente) me deitar ao lado do Bailey, mas se não foi Henry quem puxou meu pé, desta vez foi o Joshua, eu tropecei por cima dele, rolando por cima dele até esbarrar no Henry e acabei ficando por ali mesmo, entre o Joshua e o Henry. Talvez eu estivesse atrapalhando um precioso momento Jonry, mas fazer o que... Fiquei prestando atenção na televisão e lutando para conseguir me cobrir com o edredom que o Henry puxava só para si, até que notei que todos já estavam dormindo. Alguns roncavam, mas Backer não, Backer falava. - Eu sei que o gol foi da Itália e a Irlando perdeu... O McDonalds ficou r**m com o tempo... Eu estou com FOME. - Dizia baixinho, virado para o ombro do Darwin. - Meu ursinho ficou na mala - então ele fez barulho de choro, mas logo parou. Desliguei a TV com o controle e fechei os olhos, me virando e me acomodando ao travesseiro. Fiquei apoiada naquele edredom quente por bastante tempo, quase dormindo, até que o edredom se mexeu ficando ainda mais perto, e o edredom de trás também, me imprensando um pouco. Abri os olhos com o susto e percebi que aquele tempo inteiro eu estive apoiada no Henry, que agora estava tão perto, mas tão perto que seus cabelos até encostavam no meu rosto. E o pior! Joshua estava me imprensando com sua b***a esculpida em um globo terrestre pelos deuses da grécia antiga, de forma que eu não podia me mover a não ser ficar, dormindo com a respiração de Henry na minha cara. Mas que sorte a minha, concorda ou não? (...) - Hm, hum, hm... hhhhhhhmmmmmmm! - Foi a primeira coisa que eu ouvi antes mesmo de acordar. d***a! Se essas pelúcias que miam e gemem não pararem de entrar pelo tubo do ar condicionado todas as noites tentando uma chance com meu Loki-gatão-agente-secreto-e-farmacêutico-nas-horas-vagas eu juro que chamo a carrocinha! É, eu sei... É difícil ser dona de um Kurt Cobain em forma felina... - Não pai, eu não vou limpar a caixinha de areia! Eu não sou dona dessas gatas que querem seduzir o Loki... - resmunguei, me virando de bruços. - Hm, hm, Mad-Madison, hm, jogar algumas Pringles no lixo, hm, hm... - Aos poucos os ruídos que mais pareciam cabeleireiros tentando ensinar a morsas recém paridas de que ketchup não é bom para o couro cabeludo, foram se transformando em palavras ininteligíveis e... - JOGAR O QUE NO LIXO? - tentei me levantar, mas fui barrada por uma das muralhas que estavam na minha frente. Voltei como um bumerangue para trás, pousando suavemente minha cabeça no chão. Cadê meu troféu? Dois galos em extremidades diferentes no mesmo SEGUNDO é um recorde para se ganhar o Oscar e uma página inteira no Guines. AI! Gemi enquanto tentava interromper um possível sangramento duplo de minha cabeça. Foi impossível não acordar agora. - Mad! Você não sabia que é f**o atacar as pessoas com sua super testa só porque elas te acordam ameaçando jogar fora seus bens mais preciosos? Estou muito decepcionado com você mocinha... Aí, cara, isso vai deixar uma marca f**a na sua testa. - Joshua finalizou com um olhar decepcionado e se virou na direção da orca que tinha me causado dois (DOIS!) novos galos de estimação. Ótimo, pelo menos o Loki não vai mais poder reclamar por solidão. E... Mocinha? Joshua me chamou de mocinha? - Eu não tenho culpa! Não mandei ninguém estacionar esses rostos de concreto e... - Tudo bem, não foi tão r**m assim... - fui interrompida por uma voz incrivelmente lenta, sexy e rouca e, SANTA VODCA! EU ACERTEI HENRY CARTER COM A MINHA SUPER TESTA! - Mas então, Madison, vamos cuidar dessas galinhas. Entendeu? Galinhas! Os galos que habitam a sua testa... - Joshua forçou uma risada enquanto dizia como se tentasse ensinar a duas crianças do primário a estrutura de um cabo de couve-flor. - Eu ainda não esqueci da ameaça contra meus Pringles, se esforcem mais. - revirei os olhos. - Meu Deus, Madison, não sabia que tinha aderido à cultura indiana! Eu não sei se você sabe, mas andar com um nariz de palhaço grudado na TESTA não é algo muito bem visto na Coréia... - Henry exclamou numa falha tentativa de me distrair. - Já chega de falar do meu g**o, tá? Você também vai ganhar outro se não calar a boca. - eu apontei o dedo para sua testa que estava vermelha por causa da minha testa e vice-versa. - Bom dia, TPM! - se adivinhar o pateta que disse isso, te dou uma bala! Vou lá no supermercado comprar um estoque, porque tá precisando. (...) - E então você acrescenta quatro colheres disso e... - ouvi meu pai dizer enquanto mexia uma chaleira de frente para o fogão. Ou ele pelo menos tentou dizer, até o Isaac interromper. - E aí você come? - Isaac perguntou com uma voz esperançosa enquanto observava atentamente a chaleira. - Não Isaac! Pela décima sétima vez, ainda não. - Darwin suspirou enquanto acrescentava mais mel às suas panquecas, ou melhor, as minhas panquecas! Eu vou abrir uma franquia de um supermercado, porque viver com esses garotos BROTANDO aqui em casa, não dá! - E é assim que se faz capuccino! - meu pai anunciou orgulhoso de si mesmo enquanto colocava a bebida em oito canecas e era aplaudido por Isaac, que prestava mais atenção no capuccino escorrendo. - Por que tanto o Henry quanto a Mad estão com as mãos na testa? - Bailey questionou enquanto colocava o primeiro pedaço da melhor panqueca do mundo (que eu fiquei por uma hora na desgraçada da fila quando o carregamento novo chegou, mas tudo bem... É o Bailey O'brien). - E por que a Mad está parecendo uma dançarina egípcia com torcicolo? - Backer acrescentou (me pergunto até agora como ele conseguiu me comparar com uma dançarina egípcia com torcicolo? E como ele conseguiu imaginar isso) enquanto se sentava à mesa e pegava uma das canecas de chocolate quente e uma pilha de panquecas. - Ah, entendi! Vocês foram se beijar escondidos debaixo de uma laranjeira ao pôr-do-sol, mas suas grandes testas se chocaram na hora da coisa, segundos antes da maior laranja de todo o pomar cair em suas cabeças... Sei como se sentem. - ele dizia com um olhar vidrado e pensativo, como se estivesse se lembrando de algo desagradável. O quê? Não constava nada sobre um ataque homicida testudo debaixo de uma laranjeira na biografia de Backer naquele site que eu li. - O que? NÃO! - respondi já sentindo meu rosto ruborizar. Meu pai me lançou um olhar curioso e em seguida observou Henry, já não conseguindo mais segurar o riso. d***a, porque eu não poderia ter um pai careta como qualquer um? Um pai que pelo menos achasse que Twitter é um site para pedófilos do que um sabonete líquido? Mas, pensando melhor, seria legal estar debaixo de uma laranjeira indo beijar Henry e aí, puf, nossas testas se chocam, ele ri fazendo as covinhas aparecerem e nossos filhos vão ter os nomes de Hendete e Henry Jr. Viajei legal e pulei uma grande parte da história. - E aí galera bolada do b***e? - Noah falou, entrando na pose daquela foto eu e o os canudos. - Quê? - eu fiz uma pergunta retórica com aquela cara de interrogação gigante e fui ignorada. Podem cessar as palmas. - Bom dia, Noa... Olha, molho pronto para panquecas! - não vou mais citar nomes. - Bom dia, Noah. - respondeu Bailey, o decente. Até mesmo eu estava sendo afetada pela idiotice comunal do meu g***o favorito. - Bom dia pai! - Noah abraçou o... Espera ai. - Esse é o meu pai! - Onde você estava, Noah? - Darwin perguntou enquanto Noah se sentava na cadeira ao lado da minha para comer panquecas. - Arrumando meu cabelo. - o astro deu de ombros e todos soltaram um "ah" bem comum. - Vocês são todos loucos! - eu revirei os olhos. - Ameaças contra meus Pringles, testas de concreto, as estruturas básicas de uma couve-flor, laranjeiras ao pôr-do-sol, galera bolada do b***e e uma hora trancado no banheiro! Todos ficaram em silêncio, olhando para minha cara e respirando. De fato respirando, porque Joshua respirava como se estivesse congestionado, e fazia barulho. Chegava a ser irritante. - Não entendi a parada da couve flor. - Backer deu de ombros - É de comer? - Não! - eu resmunguei. - Digo, a couve-flor sim, mas não o que eu estou falando... - Olha, não sou eu quem tem "louco" no primeiro nome. - Darwin deu de ombros e voltou a comer suas panquecas. - Na verdade, eu tenho "açúcar" no meu. Haha, ótimo trocadilho! Darwin merece um Oscar, ou melhor, um chute nas bolas. Levantei as mãos para o céu e disse: - Eu desisto senhor, me dê uma luz! Nesse momento, o micro-ondas explodiu e isso fez todos saltarem da cadeira. E eu soltei um grito que se misturou com um grito agudo que o Isaac soltou. Meu pai se aproximou cuidadosamente e olhou dentro do micro-ondas. - Quem colocou um pote de água com um ovo dentro? - perguntou Hans. - Eu estava com fome. Todos, inclusive eu, olhamos para a cara de um Backer com o rosto todo cheio de mel. Mas ficamos com pena de brigar com ele porque ele é bonito (essa é a hora em que você se dá conta de que você é f**o porque seus pais brigam com você). - Eu sabia que deveria ter colocado Spark no seguro... - Noah muxuxou enquanto tirava algo do bolso e analisava com pesar os restos mortais de seu espelho de estimação.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR