We Need to See You

1508 Palavras
Chanyeol caminhava pelas ruas calmamente com o garoto no colo, Jooheon contava — da sua maneira — sobre como sua omma era um rapaz bonito, o mais bonito que já viu, e como seriam felizes quando ele fosse para casa cuidar dele e de seu pai. O Park queria rir, mas não podia, era engraçado ver o menino tão animado, em contrapartida ver Jongin fumegando por ter que aturar tamanha insistência. O altão não desistiria de arrumar um bom ômega para seu amigo, e não era por nenhum motivo egoísta, Jongin realmente precisava de alguém para cuidar dele, já estava chegando aos 30, e um alfa solitário quanto mais velho fica, mais ranzinza se torna, além de que o Kim não tinha cabeça para lidar com tudo sozinho. Não eram raros os momentos em que esquecera de alimentar Jooheon, e já havia esquecido de busca-lo na escola várias vezes, e não vamos falar das vezes que Jongin perdeu uma reunião importante por estar no hospital com Jooheon após o menino ter caído por correr molhado dentro de casa. Jongin estava cada vez mais perdido nessa história de ser pai solteiro, e uma hora teria que admitir isso para si mesmo. Existem alguns alfas que realmente não nasceram para cumprir papel de mãe e pai ao mesmo tempo, e Jongin era um desses. No fundo, Chanyeol só queria ajudar, por mais complicada que essa ajuda fosse. — Ontem eu vi vocês na lanchonete, estava indo buscar o Baekhyun na clínica, ele está fazendo um tratamento para poder me dar um filhote, em breve você terá alguém com quem brincar, se tudo der certo. — Baekhyun havia pedido para que Chanyeol não contasse para ninguém, mas precisava tanto dividir suas esperanças com alguém, e nesse momento Jooheon parecia ser a melhor pessoa para isso. Entraram no local de trabalho da omma de Jooheon, fazendo com que o sininho denunciasse a entrada dos dois. Kyungsoo estava próximo ao balcão, e haviam poucas pessoas nas mesas. Chanyeol colocou o menino no chão, e assim que Jooheon sentiu o solo abaixo de seus pés, correu com direção ao rapaz de cabelos negros, quase o derrubando pelo impacto. Assim que notou o menino agarrado em sua perna, Kyungsoo deixou a bandeja que segurava sobre o balcão e se agachou para ficar à altura do garoto. — Omma, Jooheon veio ver omma! — o garoto esticou seus braços e o abraçou pelo pescoço, Kyungsoo o abraçou de volta o tirando do chão. Jooheon era a satisfação em pessoa, quem olhasse a cena pelo lado contrário, veria o grande sorriso no rosto do garoto, apenas por estar com quem acreditava ser a sua mãe. Todo esse apego do pequeno Kim poderia até mesmo nem fazer nenhum sentido, mas para ele, Kyungsoo lhe apresentara a imagem de carinho e cuidado que procurava em uma mãe. O ômega levantou seus olhos, finalmente reparando no alfa mais alto parado ao lado da porta de vidro. Pela forma que o homem olhava a cena, só poderia ter sido ele a pessoa que trouxe Jooheon até ali. — Me desculpe o incomodar no seu trabalho. — o alfa abriu a boca para se desculpar, aproximando um pouco mais dos dois — Jooheon não parava de pedir para ver você. — Não tem problema. — respondeu — Apenas não entendo esse súbito apego por mim, eu apenas lhe fiz um curativo. Kyungsoo demoraria a entender o quanto aquele ato significou para Jooheon. — Não foi um simples curativo, não para ele. — o maior explicou — Foi um ato de cuidado, e tudo o que Jooheon mais quer é alguém que cuide dele, Jongin se esforça, e por mais que seja um bom pai, não consegue cuidar da forma certa de seu filhote, e quanto mais o tempo passa, mais evidente isso fica. Talvez isso possa ter soado apelativo. Mas por que não tentar? Agora Kyungsoo saberia que Jongin era um alfa solteiro, e pelo cheiro inteiramente doce de Kyungsoo, ChanYeol já sabia que o ômega não tinha ninguém. Talvez dessa vez Jooheon possa ter encontrado a pessoa certa. — Deve ser muito r**m para um ômega crescer sem um ômega por perto. — o jovem rapaz comentou, balançava Jooheon de um lado para o outro, como se seu subconsciente quisesse confortá-lo e fizesse isso sem nem mesmo o próprio Do perceber. — Bem, nós já tomamos muito o seu tempo, precisamos ir. — o alfa sorriu e se curvou, logo em seguida estendendo seus braços para poder pegar o menino de volta — Vamos, Jooheon. Mas o garoto se agarrou com todas as suas forças no pescoço do rapaz, se recusando a deixa-lo. Por mais que Chanyeol tivesse tentado o puxar de volta para o levar embora, o pequeno não queria largar. Um choro estridente soou pelo lugar todo, o pequeno Kim chorava na tentativa de fazer com que notassem o quanto não queria largar sua omma. — Você se importaria de nos acompanhar até a empresa, só o Jongin vai conseguir soltá-lo de você. — o Park jamais confessaria que não estava colocando força para arrancar Jooheon, e que fazer com que Kyungsoo fosse até a empresa sempre fez parte de seus planos. Só não esperava que Jooheon fosse cooperar. E Kyungsoo realmente os acompanhou, logo depois de avisar a um senhor que estava atrás do balcão que iria sair. Jooheon ainda o segurava pelo pescoço, quase como se estivesse com medo de perde-lo a qualquer momento. O caminho curto até a empresa não teve muitas conversas, até porque Chanyeol queria apenas analisar a forma com que Kyungsoo agia com Jooheon, e descobrir se o pequeno poderia mesmo ser o ômega que procurava para seu amigo. Kyungsoo era mesmo muito bonito, e possuía um sorriso fofo em forma de coração, além de que aparentava ser um rapaz responsável. Jooheon se encaixava tão bem em seu colo que até mesmo parecia ser seu filhote. Ao entrarem na sala de Jongin, encontraram o alfa sentado em sua cadeira, com dezenas de papeis à sua frente, além de uma beta vestida de maneira bastante vulgar, e outro alfa, muito bem vestido, que assinava alguns papeis de forma concentrada. Dariam meia volta para não atrapalhar nada se Jooheon não tivesse se manifestado. — Appa, omma trouxe Jooheon. — o menino havia gritado tão alto que foi impossível que todas as pessoas presentes não ouvissem. A beta foi a primeira a olhar para trás, e pareceu murchar assim que viu o ômega carregando o garotinho. Seus planos foram por água abaixo, tanto que até mesmo puxou sua saia, querendo fingir que nada havia acontecido, e que não estava dando encima de um alfa que aparentemente era um pai de família — e que só agora sabia disso. — Me desculpem. — o Kim se apressou a resolver a confusão que poderia facilmente se instalar — Meu filho gosta de chamar atenção, eu já volto. O alfa deixou sua cadeira. Chanyeol se apressou em fazer com que Kyungsoo saísse da sala com Jooheon. Já podia sentir seu pescoço rolando, havia trago o ômega para sua empresa, estava deixando que Jooheon se apegasse ainda mais a ele. E isso poderia não acabar da forma que o pequeno queria. Isso poderia acabar m*l. Chanyeol fez questão de sair de cena, ou melhor, fugir, deixando para trás um Kyungsoo que já estava começando a se assustar. O alfa havia saído da sala com uma péssima expressão no rosto. E para um ômega solteiro e não marcado, só de sentir um alfa estressado ao seu lado, já lhe dava uma sensação r**m. — Me desculpe, o Jooheon ele... — o Do começara a falar, ficara nervoso assim que Jongin parou diante de si, só a diferença de altura entre eles o assustava. Jongin suspirou, ao ver que Chanyeol não estava ali, tentou se acalmar, não poderia descontar sua vontade de esganar o amigo no pobre ômega baixinho, e muito menos em seu filho. Eles não tinham culpa, Chanyeol era o único culpado ali, sempre com suas tentativas de aproxima-lo de um ômega. — Tá tudo bem, sou eu que peça desculpas pelo meu filho. — o Kim o interrompeu — Vem, Jooheon, Kyungsoo tem suas obrigações e você não pode ficar o atrapalhando. — Ele não atrapalha. — o menor quis defender o garoto, por mais que não entendesse o motivo de querer fazer isso, só não queria que Jongin se chateasse com o menino. Jongin segurou seu filho no colo, Kyungsoo se despediu do mesmo e virou-se para ir embora, mas antes que se afastasse demais, ouviu a voz do Kim o chamando: — Kyungsoo. — esperou até que o rapaz o olhasse — Gostaria de almoçar conosco? O meu pedido de desculpas por ter te tirado do seu trabalho. O Do mordeu o lábio inferior, não costumava sair com alfas, na verdade, já fazia muito tempo desde que tivera qualquer contato com algum. Depois de pensar por dois segundos, chegou ao seu veredito. — Tudo bem, eu aceito.    
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