Capítulo 11

682 Palavras
• Liz • Abri meus olhos no susto, assim que senti algo gelado derramar por meu corpo. Dei um gritinho, me tremendo de frio ali. Levantei meu olhar, e vi cinco caras ali, todos me encarando seriamente. Na mesma hora, as lembranças bateram com tudo na mente, e eu segurei a vontade de chorar. Lembranças. Assim que cheguei na barreira, vi o K9 na contenção. Ele me encarou por um tempo, mas nem dei bola. Estava esperando meu táxi chegar logo, pra eu poder ir embora desse lugar. Iria atrás da minha prima, Ingrid, filha da minha dinda Fernanda, e do meu dindo Matheus. Ela morava na zona sul, longe das favelas, e eu sabia que ela me ajudaria. K9: Vai pra onde? - parou ao meu lado, e eu ignorei. - Vai ignorar mermo, pô? Qual foi, Liz? Liz: Você me ignorou por dias, e eu nem estou dizendo nada. - suspirei, olhando pra ele. Ele negou com a cabeça, e quando abriu a boca pra falar, meu taxi chegou. Quando fui entrar no mesmo, ele segurou meu braço. K9: Entra ai não, Liz, serião mermo... Eu não respondi, apenas soltei meu braço, e entrei no taxi, logo dando o endereço pra ele. Me encostei naquele banco, já sentindo meus olhos ardendo, e as lágrimas caindo por meu rosto. Eu queria muito que tudo fosse diferente, e talvez mais fácil, mas é f**a quando teu próprio pai não acredita em nada que você fala... Sai dos meus pensamentos com o carro parando com tudo. Olhei para o motorista, mas logo vi um carro preto impedindo nossa passagem. Quando fui falar algo, saio uns quatro cara do carro, todos armados, já apontando a arma na direção do táxi. Na mesma hora senti meu corpo tremer, e um sentimento h******l se instalar em mim. Um cara alto, e com uma máscara, abriu a porta ao meu lado, e pediu pra eu sair. Eu nem questionei, apenas sai, logo sentindo uma coronhada na cabeça, e tudo se escurecendo... Lembranças. Encarei aqueles homens ali na minha frente, e reconheci um, daquele dia no bar, o que perguntou meu nome. Ele era um moreno alto, e estava de cara fechada, me olhando nos olhos, como se desse jeito pudesse saber de todos os meus pecados. Logo desviei o olhar para os outros, e fiquei esperando alguém dizer algo ali. Liz: Aonde eu tô? - Não importa isso não, pô. - um cara branquinho falou, e parecia que ele já tinha uns 36 anos, por ai. - Liz, 17 anos, e...filha do RK...- ele sorriu, e eu fiz careta, não entendendo nada. - Sou o Nunes, chefe principal do ADA. Na mesma hora que ele disse, senti minha respiração falhando, e minha cabeça rodando. Não estava acreditando real. Sabia o que a ADA já fez contra o CV, e pô, estar aqui com eles, eu meio que já sabia o que iria acontecer comigo. Nunes: Teu pai vacilou muito, menina, tu nem tem noção, vacilou f**o, e o pior é que envolve tu nessa p***a toda. - se aproximou, passando a mão em meus cabelos, e eu me afastei no impulso. - Relaxa, pô, vou fazer nada contra tu não, não sou tão filho da p**a assim... Liz: Vai me m***r de vez? - olhei pra ele, que deu um sorrisinho de lado. Nunes: Nada disso, carai. Tu vai morrer, mas só pra tua família. Abri a boca pra falar, mas nada saiu. Eu realmente não tinha entendido o que ele quis dizer com isso. Nunes: Ae Liz, vou te dar duas opções, é tu que vai escolher teu destino...- se agachou na minha frente, apoiando os braços na minha perna. - A parada é o seguinte, a primeira opção, é tu morrer aqui mermo, e depois logo em seguida tua família toda Engoli em seco, sentindo meu corpo se arrepiar todo. Se essa já era a primeira opção, eu realmente não queria saber a segunda... Nunes: E tua segunda opção, é fingir que morreu pra todo mundo, dar a tua vida pela a da tua família...
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