O carro deslizou pelas ruas; as janelas grossas abrandavam todo som, deixando só a música clássica pensativa preenchendo o espaço. Fiquei estudando o rosto de Damon, com medo do que encontraria ali — distante, frio, como uma parede. Sem pensar, estremeci. — Você está bem, querida? — ele murmurou, e então me puxou para perto. Ficamos assim, com o peso daquele silêncio compartilhado sobre os ombros. As perguntas gritavam dentro de mim — Quem é você? Isso é tudo o que há? Como assim você “ajudou” seus amigos? — e, aos poucos, percebi que não conseguia dizer nada. O silêncio era tão espesso que levamos um tempo para notar que o carro havia parado. Sharo abriu a porta e me vi encarando um prédio alto, uma escadaria que levava a grandes portas. — Vamos — Damon me empurrou gentilmente, e eu o

