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1180 Palavras

— Preciso sair mais cedo hoje à noite — chamei dos fundos do abrigo, onde tinha começado a me voluntariar. Eu não conseguira outro emprego sem documentos de identidade e número social, e, além de alguns trabalhos de modelo pagos em dinheiro que Armand arrumara para mim, aquilo era tudo o que eu tinha. O voluntariado me mantinha sã enquanto tentava descobrir algo mais permanente. — Tudo bem — respondeu Maeve, que dirigia o abrigo. — Comece no final e vá o mais longe que puder, limpando. O balde está no armário, esponjas e sabão na pia. Passei duas horas em silêncio, esfregando gaiolas. Era um trabalho duro e sujo, mas, de alguma forma, eu me sentia mais limpa a cada movimento. Esfregar me lembrava da infância na fazenda — vida simples, marcada por trabalho honesto e pesado. Aos dez anos,

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