Sil narrando — Cê dança bem — ele falou, com aquele sorriso tranquilo de quem tá começando a se soltar Eu ri. — Você também. Não me pisou nenhuma vez, já é uma vitória. Ele riu também, meio tímido. Tinha um jeito leve, diferente dos caras do morro. Talvez porque fosse novo por ali. — Eu sou o Dado — ele disse, estendendo a mão, mesmo no meio da dança. — Sil — respondi, apertando de leve. — Sou vapor agora, comecei hoje. Mas sou novo por aqui. Tô morando ali na parte de cima do beco do mercado. Não conheço quase nada ainda… — Ele me olhou nos olhos, com um brilho meio pidão, meio brincalhão.— Ia gostar muito se você fizesse uma tour comigo um dia desses. Sorri sem responder, sentindo o olhar do Talibã pesar nas minhas costas. Era como uma brasa encostando na nuca. Mas eu continuei f

