Sil narrando Quando a porta daquela casa abriu e a Isabel abraçou a Allana com tanta força, meu peito aliviou na hora. A gente tinha achado ela bem, e Inteira. E mesmo com os olhos inchados de tanto chorar, era ela. A minha amiga. A nossa menina. Mas o alívio durou pouco. Logo em seguida, o Tio Morte precisou voltar pro morro por causa da invasão. O rádio não parava, a tensão só aumentava. Eu e a tia Isabel ficamos ali, meio sem saber o que fazer. Então entramos pra dentro da casa. Não dava pra ficar na rua com o clima daquele jeito. A casa era antiga, cheia de silêncio. Um silêncio pesado, daqueles que carregam lembranças demais. Sentei com a Allana no sofá e ela demorou um pouco pra falar. Estava encolhida, olhando pro chão, até que soltou um sussurro. — Desculpa pelo que aconteceu,

