20. Bárbara

1182 Palavras

O chão frio ajudava a acalmar o calor que eu sentia por dentro. Tava deitada ali, no meio do quarto, com o travesseiro jogado de lado e o olhar perdido no teto branco, que parecia cada vez menor, como se quisesse me engolir. Não tinha sono, nem fome. Só aquele incômodo que não tem nome, que fica crescendo dentro da gente até virar vontade de sumir. Ficava escutando o barulho distante da casa: passos pesados, vozes baixas lá fora, o som metálico de portas sendo fechadas. Era estranho como tudo ali parecia vivo, mesmo no silêncio. Peguei o fio solto da colcha e comecei a enrolar no dedo, distraída, tentando não pensar em nada o que, claro, era impossível. Foi quando ouvi o som da maçaneta girando. A porta abriu devagar, e ele apareceu. Entrou sem pedir, como quem tem direito. O quarto, qu

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR