45. Bárbara

1320 Palavras

O primeiro dia da quimioterapia chegou com um silêncio pesado. O quarto, que havia se tornado nosso pequeno castelo de brincadeiras e histórias, agora era apenas um quarto de hospital novamente. A equipe médica entrou com uma solenidade que fez o ar ficar gelado. João estava assustado. Seus olhos, grandes e escuros, seguiam cada movimento dos enfermeiros enquanto preparavam o soro especial: a "poção contra o dragão", como havíamos combinado chamar. Mas hoje, a fantasia não colava. Ele sabia que aquilo era diferente. — Vai doer, tio Murilo? — sussurrou, sua mão pequena procurando a de Murilo. Murilo, que estava sentado na beira da cama, envolveu a mão do menino com a sua. Sua voz estava incrivelmente calma, um contraste total com a tempestade que eu sabia que rugia dentro dele. — Vai pi

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