48. Murilo

753 Palavras

Foi em uma das raras noites em que eu conseguia dormir, com João descansando melhor e Bárbara segurando minha mão no escuro, que o telefone vibrou. Um número desconhecido. Atendi por instinto, a voz ainda rouca do sono. — Murilo? — a voz do outro lado era como um vinagre sendo derramado em um ferida aberta. Renata. Meu corpo inteiro ficou em alerta. Senti Bárbara se tensionar ao meu lado. — O que você quer? — rosnei, baixo, para não acordar o João. — Eu quero o que é meu. Quero meu filho de volta. — Ele não é um objeto, Renata. E você o abandonou. — Um gelo se espalhou pelas minhas veias. Ela riu, um som seco e desagradável. — Abandonar é uma palavra forte. Eu precisei me reencontrar. Mas agora estou bem, estabilizada. E uma mãe tem direitos, não é? Especialmente quando o pai... b

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR