Luiz estava sentado à beira da cama na casa da dona Maria, com o cotovelo apoiado no joelho e o olhar perdido no chão. Bia observava cada detalhe dele — o semblante cansado, os olhos vermelhos demais pra ser só emoção, a mão trêmula. Aquilo doía. Não era mais o mesmo homem que ela conheceu. Ou talvez fosse, só mais machucado. Mais frágil. Mais real. — No fim… — ele começou, voz baixa, quase sem força — acabei assumindo o morro de novo. Não era o que eu queria, mas os caras me encurralaram. Disseram que se eu não subisse pro trono, me matavam… ou pior, iam atrás de vocês. Ele deu uma risada amarga e passou a mão nos olhos. — E aqui tô eu. Dono do morro… mas um fodido. Um viciado. Um lixo, Bia. Ela se aproximou, o coração apertando. — Luiz, você disse que tinha buscado ajuda… — Busquei

