Capítulo 51 ANALU NARRANDO Eu não sei exatamente quando meu coração começou a bater tão alto que parecia que ia rasgar meu peito, mas foi no exato segundo em que eu vi o Guepardo parado do outro lado da rua. A camisa do Flamengo colada no corpo dele, o olhar escuro, vidrado, preso em mim como se nada mais existisse ao redor. Isso não era o olhar de um homem bravo. Era o olhar de um homem descontrolado. Cego. Pronto pra guerra. E eu sabia que se o Gabriel fizesse qualquer movimento errado, alguém ia sair morto daqui. Tudo silenciou e só existia o som do meu próprio nome gritando dentro de mim. Corre. Mas eu não corri. Primeiro, eu fui prática. Eu fui rápida. Agarrei o braço do Gabriel, puxei ele pra perto e sussurrei no ouvido dele, tão rápido que nem eu entendi direito o que

