Capitulo quatro

2079 Palavras
Clara e eu visitamos alguns bares próximos de casa, antes de nos dirigirmos ao que, segundo ela, é o melhor clube de Nova York: Quando entramos, parecia uma grande exposição de imagens e sons. A música estava no volume que chegava ao ponto ensurdecedor e as pessoas muito bem vestidas enchiam a pista de dança e agitavam os braços por cima deles enquanto as luzes de néon atravessam a multidão. Eu tomei dois drinks. Eu nunca bebo em excesso quando estou perto da Clara. Ela diz que não vai se incomodar, mas não me parece justo. Já me sinto um pouco estranha de estar aqui. Clara me puxou e fomos para a pista de dança. Não conhecia a música que está tocando, mas deixei que o ritmo fluísse através de mim enquanto eu começo a dançar, agitando as mãos para o teto e rolando os quadris. Estava me sentindo bem dançando. Me perco no momento, balançando, girando e agitando o cabelo. Clara e eu nos olhamos e começamos a rir. É a primeira vez em muito tempo que eu me sinto realmente viva. Eu olho por cima do meu ombro para ver a quantidade de pessoas que existem no bar, e os meus olhos param num homem que abre caminho por entre a multidão alguns metros atrás de mim. Eu sinto a minha respiração ficar tensa. Estou suficientemente bêbada para ter um pensamento claro em meio do caos: Esse é um bom espécime. Deve medir cerca de um metro e noventa, já que se eleva acima a multidão de maravilhosas mulheres com saltos altos. O seu cabelo escuro em torno da face e da nuca. É o tipo de cabelo que parece sedoso ao toque, e os meus dedos começam a tremer ao pensar em passar as mãos por ele. Tem os lábios carnudos numa linha dura, como se lhe incomodasse ter que nadar entre o mar de corpos. E, por um segundo, os nossos olhos se cruzam. O meu coração parece que vai pular para fora do meu peito, e eu fico parada como um cervo que foi cercado. Os seus olhos são piscinas escuras que me atraem até que sinto que me sufoco. Afastando o olhar e voltando ao presente, dando-me conta de durante os últimos segundos, eu tenho esquecido de respirar. O homem desaparece sem sequer olhar para trás. Talvez ele não estava olhando para mim. E tudo não passou de um fruto da minha imaginação. Clara toca o meu ombro. — Você está bem? Assento com a cabeça e volto a dançar. — Sinto muito. Me distrai. — Por aquele pedaço de m*al caminho? Ela lambe os lábios. — Não te culpo. Danço até os meus pés doerem, e o suor começar a escorrer no meu decote. Eu me dou o prazer de conversar com alguns caras que se aproximam de mim, mas, quando alguém começa a fazer muitas perguntas... Eu apenas digo. — Não. Obrigado! Clara e vamos para outra parte da multidão. Eu só quero me divertir, e neste momento, a idéia de conversar com qualquer homem é contrário a isso. Clara e eu entramos no bar e pedimos as bebidas. Voltamos para a pista de dança e um cara se aproxima, fazendo movimentos de dança desengonçada como uma espécie de ritual de acasalamento para o lado da Clara. E funciona. Um segundo estou dançando a minha melhor amiga, e no seguinte eu estou tomando um drink a seu lado, enquanto ela e conversa com tipo sexy, rindo como se fossem dois adolescentes. Danço parada no lugar, enquanto a minha vodka fica cada vez mais amargo com cada gole. Nem sequer me dou conta do que estou procurando até que vejo ele, o cara bonito que, talvez, estava me olhando antes. Ele está apoiado na parede, perto da área VIP, consultando o seu telefone. Não entendo. Ele não parece que pertencer a este lugar. É muito sério e parece muito chato. Usa um terno preto apertado, com uma camisa preta e uma gravata vermelha. É ousado, mas não é um fanfarrão. Só está... sendo ele. Como se sentisse o meu olhar, o homem levanta a vista do seu telefone. O seu olhar vem na minha direção. Uma luz azul atinge o rosto dele e não me cabe dúvida de que, desta vez, ele está olhando para mim. Tudo parece ficar lento à minha volta e o meu pulso acelera. A sua boca se levanta ligeiramente em forma de sorriso. Fico com a boca seca e bebo o resto da bebida num só gole. Quando volto a olhar para cima, ele não está mais lá. Eu olho para Clara e faço uma careta. Ela e o seu novo amigo parecem estar tentando comer um ao outro, mas pelo menos ela está se divertindo, eu acho. Clara se separa e sussurra algo no ouvido do cara, em seguida, vem e fala comigo. — Igor e eu vamos sair daqui. Ela diz. — Você está bem para chegar em casa, né? Assento com a cabeça, forçando um sorriso. — Claro. Ela da um beijo na minha bochecha e agarra a mão do Igor. Os dois desaparecem em questão de segundos. Lanço um suspiro e olho para o meu copo vazio. Vou beber mais e vou embora. Há uma garrafa de vinho esperando em casa e, se não estou enganada, tenho uma grande saco de Doritos em um dos armários. Eu vou até o bar e peço outra bebida, balançando no ritmo da música. A garçonete, é uma bela ruiva coberta de tatuagens, ela me da bebida e bebo um gole distraidamente enquanto encerro a minha conta. Só então me dou conta de que a minha carteira estava com a Clara. GABRIEL Consigo sentir a vibração da música através do chão, mas é muito mais silencioso aqui acima do que o clube lá em baixo. Estou sentado no meu espaço habitual no Fiamma, o meu favorito entre todos as boates que são da minha família na cidade. É um bom lugar para fazer negócios. Há poucas possibilidades de que se escutem, e o meu pai nunca colocaria um pé aqui, ele sempre prefere ficar em velhos lugares em que ele e os seus amigos passaram a sua juventude, envoltos numa nuvem de fumaça de charuto. À minha esquerda está Vitor Gambaro, o meu melhor amigo desde a escola primária. Ele será o meu, testa de ferro, uma vez que eu tomar o controle do sindicato. Por agora, é o meu confidente mais confiável, e a única pessoa que sei, sem dúvida, que expressa lealdade a mim e só a mim. Diante de nós está Dom Rozzi e Diego Berdini. Dom é um bom capo, mas gosta das coisas simples da vida, sem se importar muito com a política ou estratégia. Pensa com os seus músculos e o seu p*au. Ele não gosta de lidar com qualquer problema que você não possa resolver com os seus punhos. Fiel a seu estilo, Dom está olhando lascivamente para um par de pernas longas que passam por diante. Diego ri. Eu me inclino para Vitor. — Já conseguiu a reunião? Vitor olha para Diego, mas o homem mais velho está muito distraído com os interesses do Dom, que não consegue observar a nossa conversa. — Sim. Eles vão se reunir conosco nas docas manhã. Dou um gole do meu uísque. — ótimo. — Você está seguro de que é uma boa idéia? Vitor pergunta. Lhe lanço um olhar sombrio. Vitor é imune ao poder dos meus olhares e se inclina para mais perto, descendo a voz. — O seu pai vai ficar furioso se descobrir. O meu pai é o chefe da família criminosa Belluci e Vitor tem razão: Ele ficará furioso se descobrir que eu estou fazendo as minhas jogadas nas suas costas. Infelizmente, é um m*al necessário. Eu preciso tirar o meu pai da jogada, levá-lo à ruína e terminar com uma dinastia de poder de várias gerações. Sempre foi um homem ganancioso, mas ultimamente a sua ganância começou a consumí-lo. Tenho a intenção de evitar que isso nos destrua. Os Bellucis controla a maioria das docas, um terreno vital para qualquer organização criminosa. A máfia irlandesa, dirigida pela família Walsh, controla uma pequena parte. O meu pai tem preparado um ataque para tirar eles da jogada e ficar com o controle total, mas não consegue ver como isto é uma má idéia. Os Walsh são fortes, e eu suspeito que têm outro poder que os sustenta, já que tiveram um recente aumento de recursos e capacidades. O chefe não consegue ver isso. Se n**a a pensar em Walsh como algo mais do que carrapato nas nossas costas. — O que estão sussurrando vocês dois? Diego, finalmente presta atenção em nos dois. Eu olho para o homem mais velho. Tem o cabelo preto tingido e penteado para trás, e umas linhas finas de expressão cruzam seu rosto. Por baixo do terno, os seus braços e o seu peito estão cobertos de tatuagens desbotadas, um mapa da tumultuada vida que levou durante tantos anos. Diego é como um tio para mim, e eu gostaria de poder confiar nele, já que seria um valioso aliado. Infelizmente, é um amigo íntimo do meu pai desde que eram adolescentes. — Vitor estava me lembrando da vez em que ele e eu entramos aqui escondido. Eu, respondo. Diego sorriu, mostrando os dentes amarelados por décadas de fumo. — Lembro disso. Tive que descer e colocá-los na rua, porque os guarda tinham muito medo de enfrentar o filho do Chefe. — Todo mundo estava com medo. Diz Vitor. — Vocês dois sempre se metem em problemas. Diego se lança para trás, sorrindo. Ele me aponta com a cabeça. — Você era o rei do castelo antes de ter as chaves. Eu rio. Acho que nada mudou. A garçonete se aproxima com a próxima rodada de bebidas e a nossa conversa muda, para a próxima luta. Isso divide a mesa, já que Vitor apoia o mais experiente dos russos, enquanto Diego e Dom argumentam que o novato criado no Bronx desbancará facilmente ao campeão de Vitor. Não me interessa muito o boxe ou esportes em geral. São apenas distrações. Um homem distraído é fácil de se enganar. Eu olho por cima do balcão para a latejante pista de dança. O meu olhar se fixa numa morena com um vestido prata brilhante que rebola entre as luzes. Antes tinha visto o seu rosto entre a multidão enquanto atravessava a pista de dança, e eu lembro de ter pensando o quanto era deslumbrante. Observo como ela dança distraída, mexendo de vez em quando a sua longa cabeleira ondulada, mas ela não parece dar-se conta ou se importar. Mesmo desta distância, posso ver que o seu corpo é feito para o pecado, e o meu pa*u se agita ao ver como a suas mãos deslizam pelo seu decote e os quadris. A voz de Diego me tira da minha agradável observação. — Gabriel, você me ouviu? Volto a olhar para ele, piscando. — Não. Respondo. — O que você disse? Eu pergunto me inclinando, olhando para fora da nossa cabine para me certificar que não há ninguém perto o suficiente para ouvir. — O seu pai queria que comprovar que você conhece o seu papel na próxima fusão. Sempre falamos em códigos quando estamos em público. Assento com a cabeça. — Não é complicado. Os planos do meu pai, nunca são. Não tem a elegância da estratégia que o meu avô empregou consolidando o nosso poder a décadas atrás. O plano do Chefe para tirar o controle dos Irlandeses, sobretudo, com músculo e potência de fogo, sendo a única estratégia Matar os irlandeses antes que eles possam nos matar. — Eu sei que você tem os seus receios, mas esta aquisição vai enfraquecer a nossos concorrentes o suficiente para expulsá-los do negócio. Diego diz. — Você verá. A única coisa que verei se este plano seguir em frente é uma longa e dispendiosa guerra de máfias. Por sorte, antes que isso aconteça, tenho a intenção de me encontrar com o filho mais novo do líder irlandês Damien Walsh. Chegaremos a uma paz tentativa enquanto os Bellucis ainda têm a vantagem de que, com sorte, retornará um pouco de ordem nas nossas ruas. O meu pai já esbanjou homens suficientes e dinheiro com isso, e quando eu comunicar o acordo, espero que tenha sabedoria para entender que é o melhor.
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