SARA O Rio de Janeiro não é nada como eu imaginava. Quando o ônibus parou na rodoviária, depois de horas sacolejando, eu tava tão moída que m*l sentia as pernas. Desci com a mochila nas costas, o peso dela parecendo maior que eu mesma, e me senti pequena, perdida, como um grão de areia numa praia que nunca vi. A rodoviária era um caos — gente gritando, malas arrastando, o cheiro de suor e comida misturado no ar quente. Eu tava cansada, com fome, com medo, e pela primeira vez na vida, completamente sozinha. Não tinha ninguém pra me esperar, ninguém pra me buscar. Só eu, o dinheiro que a Clara me deu, e um vazio que parecia engolir tudo. Eu ainda tinha uns mil e poucos reais, guardados na meia dentro da mochila, junto com o RG e a foto da mãe. O plano era simples: achar um lugar pra fica

