Capitulo 3

4159 Palavras
7 anos atrás. Odeio pular coisas importantes da minha vida, odeio quando tudo vira de cabeça para baixo e me deixa confusa, odeio o fato de estar desesperada e sozinha, odeio o fato de amar Benjamin e odeio o fato dele estar sendo um i****a completo nos últimos dias. Para que entenda melhor, eu vou voltar meses antes, depois do meu primeiro beijo com Benjamin, então sentem e preparem a pipoca, o evento da minha vida vai começar. *** Eu sinto que foi tudo um sonho, um sonho bom, ele havia me beijado a noite passada, e foi tão maravilhoso, e ele ainda me disse que queria repetir aquele beijo. Nesse momento estou deitada em minha cama agarrada ao travesseiro, e estou sorrindo igual a uma i****a apaixonada. - Senhorita Lis! - disse Lucia ao bater na porta do meu quarto. - Oi! - gritei ainda deitada. - O pai da senhorita está chamando para tomar o café da manhã! - disse ela. - Já estou indo! - disse a ela. - Tudo bem, eu vou avisar ao senhor que a senhorita está descendo! - disse ela. Eu pude ouvir os passos dela pelo corredor do andar de cima, eu me levantei e fui diretamente para o banheiro, escovei os meus dentes, lavei o meu rosto, fiz as minhas necessidades e etc... Antes de descer coloquei o meu uniforme escolar e arrumei a minha mochila. Bom agora era a hora de sair do meu calabouço, ou da minha masmorra, que por sinal, eu amava ficar nela. Desci as escadas e caminhei em direção a sala de jantar, e a mesa estava o meu pai, minha mãe, meu tio e minhas duas irmãs mais velhas, e todos estavam agindo como se não fossem importantes um para o outro, mas eles não estavam errados, estavam mais que certos, ninguém se importava com ninguém ali naquela maldita casa. - Bom dia! - disse o meu pai. É uma grande falta de respeito meu não responder o meu pai, mas infelizmente não havia respeito em nenhum dos lados, me sentei a mesa, assim como havia dito, sem o responder e coloquei a minha bolsa ao chão ao meu lado, peguei o copo de suco, que por sua vez, já estava cheio e comecei a tomar. - Não ouviu o que disse? Eu disse bom dia! - disse meu pai. - Sim eu ouvi, mas preferi não responder! - disse ao colocar o copo que estava em minhas mãos sobre a mesa. - Lisandra! - repreendeu minha mãe. - Sim mãe? - perguntei ironicamente a ela. - Por favor, mais respeito com o seu pai! - disse ela. - Sim senhora! - disse a ela. Comecei a comer a minha refeição matinal, o silencio voltou a perambular aquela sala de jantar, minhas irmãs estavam ao telefone, o meu tio estava mexendo em seu notebook e o meu pai e a minha mãe, com a cara de tédio de sempre. - Lis, como foi a festa ontem? - perguntou o meu tio. Ele era um homem gentil, diferente do meu pai, ele se importava com a família, ele morava conosco a pedido do meu pai, a nossa avó estava doente, e não conseguia sair da cama, então ter todos pertos era como uma terapia para ela, ela estava se recuperando bem, porém nunca mais conseguiu se locomover pela casa com as suas próprias pernas. - A festa foi chata, eu só fui por que a Dulce insistiu, o que queria mesmo era ter ficado em casa! - disse a ele. - Tem certeza que não se divertiu? Não foi o que me pareceu ontem quando passei de carro pelo condomínio! - disse ele ao olhar para mim com um sorriso meigo em seu rosto. Ele sabia da minha paixonite por Benjamin, ele tecnicamente era o meu conselheiro amoroso, bem irônico para falar a verdade, afinal, nunca havia o visto namorar. - O que houve ontem à noite? - perguntou o meu pai. - Eu beijei um garoto! - disse a ele. O meu pai me olhou fixamente, ele se arrumou na cadeira e tirou os seus óculos e o pôs sobre a mesa. - Começou a se portar como uma qualquer agora? - perguntou ele. - Querido, foi só um beijo! - disse a minha mãe. - Começa com um beijo, e depois termina grávida, quem foi que você beijou? - perguntou o meu pai. - Um Cavalcante! - disse olhando em seus olhos. - Tal mãe, tal filha! - disse meu pai. Eu sabia o que isso significava, antes do meu pai se casar com a minha mãe, ela havia namorado com o pai de Benjamin, porém, antigamente, as famílias faziam um tipo de festival, onde os pais do rapazes, faziam uma espécie de testes, e a garota que conseguisse completar a todos os testes, se casaria com o rapaz da família, e para a infelicidade da minha mãe, ela acabou se casando com o meu pai. - O que esses Cavalcante têm, que todas as mulheres da sua Família se ajoelham diante deles? - perguntou meu pai a minha mãe. - Talvez eles sejam carinhosos, gentis e homens de verdade, diferente dos homens da nossa família, lógico, tirando a mim! - disse o meu tio. - Por que está se metendo nesse assunto? Não vê que é uma conversa de família? - questionou o meu pai. - Acontece Natanael, que eu faço parte da família! - disse o meu tio. Os dois se entre olharam e o clima na sala de jantar ficou bem tenso. - Bom com licença, preciso ir para a escola, não quero me atrasar! - disse ao me levantar. - Eu também estou indo, preciso ir para a faculdade! - disse Dália que até então estava quieta. Genevive também se levantou e então juntas saímos da sala de jantar, meus pais e o meu tio permaneceram lá, não sabemos o que aconteceu depois, mas de longe, podíamos ouvir os gritos deles. - Começaram cedo hoje! - disse Genevive. - E eu que pensei que teríamos um minuto de paz, mas me enganei! - disse Dália. Continuei o meu caminho em direção a porta, mas resolvi mudar a minha rota, eu havia percebido que não tinha ido ver a minha avó na noite passada, nem hoje de mãe, e com toda a certeza, ela deveria estar com saudades. - Vai ver a vovó? - perguntou Dália. - Sim, quer vir comigo? - perguntei a ela. - Não, mas dá um beijo nela por mim! - disse ela. - Dá um beijo nela por mim também! - disse Genevive. - Ok! - disse antes de seguir pelo corredor perto da escada. Como havia dito ela estava enferma, e para ajudar a ela na locomoção em sua cadeira de rodas, ela ficou em um dos quartos do andar de baixo, para ser mais exata, o quarto dela ficava no corredor onde dormia os funcionários da casa. - Vó? - disse ao entrar no quarto. - Minha linda, se aproxime! - disse ela ao pôr o livro que lia de lado. Eu me aproximei da sua cama e a abracei, ela estava sentada sobre ela, após me afastar, eu me sentei ao seu lado e ela segurou em minha mão. - Me fala como foi a festa? - perguntou a minha avó. - Foi boa, o Benjamin me beijou! - disse a ela. Ela não fez uma expressão muito agradável, afinal ela não gostava do Benjamin, nunca gostou dele, ela gostava do Cristian, ela dizia que ele era um ótimo garoto, isso por que Cristian a fazia rir toda vez que ele a encontrava na frente de casa passeando com o seu cachorro. - Não gosto desse Cavalcante, eu gosto do outro! - disse ela. - Eu sei disso! E também, eu acabei beijando o Cristian na festa, mas foi sem querer, eu participei de um jogo, e acabei beijando-o, era para ter sido o Benjamin! - disse a ela. Dessa vez, ela sorriu, ela pareceu feliz pelo fato de ter beijado o cara que ela se agradava. - Ele é muito bonito! O que você sentiu quando o beijou? - perguntou a minha avó. - Quem? O Benjamin ou o Cristian? - perguntei a ela. - O Cavalcante legal! - disse ela. - Nada, não senti nada! - disse a ela. - Tem certeza? - perguntou ela. - Tenho! Vó, eu só vim ver como estava, mais tarde eu volto, preciso ir para a escola! - disse ao abraça-la novamente. - Tenha um bom dia minha linda, boa aula, se ver o Joseph o mande vir! - disse ela. - Certo! - disse a ela. Joseph era o meu avô, ele já havia falecido a anos, mas ela sempre falava dele, como se ele ainda estivesse vivo, não era nada conclusivo, mas na minha opinião, a minha vó estava com início de Alzheimer, mas o meu pai como um belo mão de vaca, não queria gastar dinheiro com exames ou com mais um tratamento para ela, ele sempre dizia, que já estava na hora dela partir, talvez fosse por que a outra parte da herança não iria para ele, se ela continuasse viva, mas assim, ele não sabia era que a minha avó havia deixado a sua parte da herança para o meu tio Jonathan, creio que quando meu pai descobrir isso, ele vai ficar uma “onça”. Segui para a porta de entrada da minha casa e parei de caminhar assim que vi o meu tio, ele estava ao celular e fez gesto para que eu esperasse, ele desligou o telefone e o guardou no bolso do seu paletó. - Carona? - perguntou ele. Entre andar e ir de carro até a escola, eu preferia ir de carro, mesmo que fosse muito vergonhoso aparecer na frente da escola com o meu tio “bonitão” que quase todas as garotas tinham uma paquera. - Eu vou aceitar! - disse a ele. - Então vamos! - disse ele. Assim que ele abriu a porta para que saíssemos, eu sei primeiro e acabei dando de cara com Benjamin que estava arrancando algumas folhas do arbusto em frente à minha casa. - O que faz aqui? - perguntei ao garoto. - Oi Lis! Vim saber se não quer que te acompanhe no caminho para a escola! - disse ele. - Não precisa se incomodar, você não vai sempre com o seu irmão? - perguntei a ele. - Ele não quis me levar hoje, e também não é incomodo, eu também estou indo para a escola, eu estudo lá também! - disse ele. - Eu sei disso! - disse a ele. Ele parecia nervoso, não parecia o Benjamin da noite passada, era como se ele estivesse com vergonha. - Aposto dez reais, que esse menino vai acabar tendo um ataque na nossa frente em dez minutos! - sussurrou o meu tio para mim. - Vinte, para ter um ataque em meia hora! - disse a ele. - Trinta? - perguntou ele. - Melhor, quarenta! - disse a ele. - Fechado! - disse ele. Nós dois estávamos olhando para Benjamin, sem saber o que fazer ou falar, até que o meu tio muito amigável, resolveu falar com ele. - Quer carona Cavalcante? - perguntou o meu tio. - Sim, senhor Vasconcellos! - disse Benjamin. - Senhor? - perguntou o meu tio. - Desculpa! - disse Benjamin. - Vamos gente? - disse a ambos. Começamos a caminhar até o carro do meu tio, que ele insistia em colocar na frente de casa, mesmo tendo uma garagem, mas acho que ele fazia isso, só para poder sair de casa mais rápido toda vez que brigava com o meu pai. Entramos em seu carro, Benjamin e eu estávamos no banco de trás e meu tio, obviamente estava sentado no lugar do motorista, ele começou a dirigir, Benjamin que estava perto da janela do lado direito, pulou para o meio ficando assim ao meu lado, ele espontaneamente segurou a minha mão, eu estranhei de início, mas acabei gostando. - Não se incomoda que eu segure a sua mão, não é? - perguntou ele. - Não! - disse a ele. Ele sorriu para mim, e pude sentir o meu rosto ficar vermelho, e fomos assim o caminho inteiro em direção da escola de mãos dadas. Chegando na escola, Benjamin e eu descemos do carro, ele ficou perto do portão de entrada e eu estava dando a volta no carro para falara com o meu tio. - Ela não vem hoje! - disse ao meu tio. - Sabe me dizer quando ela vai estar aqui? - perguntou ele. - Amanhã! - disse a ele. - Certo, tenho que ir, boa sorte com o senhor nervosinho! - disse o meu tio. - Boa sorte na empresa! - disse a ele. - Vou precisar de sorte e muita oração! - disse ele. O meu tio seguiu o seu caminho e eu caminhei de encontro a Benjamin, ele segurou em meu braço e me fez olhar em seus olhos. - Eu preciso te perguntar uma coisa! - disse ele. - Pode perguntar! - disse a ele. - Você quer namorar comigo? - perguntou ele. Eu senti o meu corpo gelar naquele momento, era como se eu estivesse vivendo em um sonho, sabe aquela sensação de que as coisas a sua volta, podem não ser real? Foi isso que senti quando ele me fez essa pergunta, eu estava apaixonada, cega e era jovem, não sabia que um simples pedido de namoro, poderia ser como um desastre na vida de uma pessoa. - Sim! - disse sem pensar. - Ótimo! - disse ele ao sorrir. Ele segurou a minha mão e seguimos para o interior da escola, os outros alunos estavam nos olhando, quem diria que o menino mais popular da escola estaria namorando a herdeira sem graça da mansão Vasconcellos. - Vamos até os meus amigos? Eles estão bem ali! - disse Benjamin. - Vamos sim, mas depois eu vou falar com a Dulce! - disse a ele. - Tudo bem! - disse ele. Benjamin e eu fomos em direção dos amigos dele que estavam perto da porta de entrada da escola, Cristian também estava com eles, ele estava sentado em um dos degraus da pequena escadaria da porta. - Vou indo! - disse Cristian ao se levantar de onde estava sentado. - E ai! - disse Benjamin ao cumprimentar os amigos. - Lis! - disse Jean ao me cumprimentar. - Oi Jean, meninos! - disse a eles. - Tchau! - disse Cristian ao pegar a mochila dele do chão. - Espera Cristian, deixa eu contar a novidade! - disse Benjamin. - Que novidade? - perguntou Cristian a Benjamin. - A Lis e eu, começamos a namorar! - disse Benjamin com um leve tom de deboche. Eu não gostei do tom que ele usou para anunciar o nosso namoro, eu também estranhei a forma que Jean e Cristian reagiram, eles ficaram com cara de quem comeu e não gostou, e sem falar na reação dos outros amigos dele, que pareciam estar sorrindo com deboche. - Bom pra vocês! - disse Cristian. Ele se afastou de nós e muito pouco olhou na minha cara. - Eu vou indo também, preciso resolver uns assuntos com a minha namorada! - disse Jean. O garoto também se distanciou, ele quase não olhou na cara de Benjamin, ele parecia muito incomodado com algo. - Eu acho que vou falar com a Dulce, vejo você depois? - perguntei a Benjamin. - Ok! Nos vemos no intervalo! - disse ele. Ele me beijou levemente nos lábios, com o famoso “selinho”, e então segui o meu caminho, procurei pela Dulce por todos os cantos do colégio, até encontrar ela perto do banheiro feminino. - Dulce! - disse ao vê-la. - Oi Lis! - disse ela séria. - Está tudo bem? - perguntei a ela. - Estou sim, e você? - perguntou ela. - Estou ótima, você não sabe o que aconteceu! - disse a ela. - Eu sei sim, a escola toda sabe, você e o Benjamin estão juntos! - disse ela. - Sim, eu estou tão feliz! - disse a ela. - Hum, que bom! Acho melhor irmos para a sala, vamos nos atrasar e o professor vai brigar com a gente! - disse ela. Ela estava tão estranha, ela não parecia feliz por mim, era como se eu estivesse conversando com uma desconhecida, e não com a minha melhor amiga, ela passou por mim e andou até a sala, e em nenhum momento ela se preocupou comigo, ou em saber se estava atrás dela, ela nunca havia feito isso, sempre estávamos juntas para tudo. Posso dizer que muita coisa mudou depois que Benjamin e eu começamos a namorar, eu passava mais tempo com ele, do que com os meus próprios amigos, tudo parecia perfeito, ele era carinhoso, educado, amoroso e grudento, sim grudento, ele queria estar comigo em todos os cantos, queria sempre fazer atividades escolares junto comigo, era lindo, tudo estava perfeito, até que depois de um mês de namoro, ele começou a mostrar quem ele realmente era, além disso, Dulce e Cristian se afastaram de mim, não que estivesse sentindo falta do Cristian, mas estava sentindo falta da Dulce, ela era a minha amiga, e se afastou assim de uma hora para outra. Um mês depois do pedido. Eu estava na cantina da escola quando Benjamin teve o seu primeiro ataque de ciúmes, eu estava conversando com um antigo amigo meu, fazia tempo que não o via, ele e eu estudamos juntos no infantil, e ele era um amor de pessoa. - E quando fui para o Japão, eu conheci a minha namorada, ela é um amor de pessoa, ela é gentil, carinhosa e fofa! - disse Léo. - Então esteve esse tempo inteiro no Japão? Não sentiu falta do Brasil em nenhum momento? - perguntei a ele. - Sinceramente não! E também... Repentinamente ele havia parado de falar, e logo após, eu senti uma mão sob o meu ombro, olhei para trás e vi Benjamin olhando para o Léo, com uma cara nada amigável. - Leonardo! - disse Benjamin. - Benn! - disse Léo. - Oi! Não deveria estar na aula? - perguntei a Benjamin. - Sim! Deveria, mas estou aqui, fiquei sabendo que a minha namorada estava de graça com um garoto aqui na cantina, então vim ver se era verdade! - disse ele. - Não estou de graça, estou apenas conversando com um amigo! Léo, podemos conversar depois? - perguntei ao garoto. - Claro, tchau! - disse ele ao pegar a sua mochila. Leonardo se distanciou e então ficou apenas a mim e a Benjamin. - O que está acontecendo com você? - perguntei a ele. - Eu que pergunto o que está acontecendo com você! Porque fica de conversa com esses caras? - questionou ele. Eu apenas arqueie a sobrancelha e olhei diretamente em seus olhos. - Não vou conversar com você sobre as minhas amizades, eu posso conversar com quem bem entender, você não é o meu pai, e muito menos a minha mãe, para querer se meter na minha vida! - disse a ele. - Eu sou o seu namorado! - disse ele. - Sim, apenas isso! Namorado, esse título não te dar o direito de me cobrar nada! - disse a ele. Ele não disse nada, apenas virou-se costas e seguiu em direção dos amigos dele, eu peguei a minha mochila que estava em cima do banco ao meu lado e segui em direção da escadaria do andar de cima da escola. Ao chegar na escadaria do terceiro andar do prédio, eu me sentei no primeiro degrau, e fiquei ali, coloquei os meus fones de ouvido e comecei a ouvir a discografia dos Beatles, para ser mais específica, era o álbum de 1969, eu conhecia os Beatles por causa do meu tio, desde que me conheço por gente, eu o via ouvir todos os discos da banda e ainda me fazia dançar com ele, me perdi nos meus próprios pensamentos, foi quando senti alguém sentar ao meu lado, essa pessoa me estendia uma latinha de guaraná. - Pensei que não quisesse mais falar comigo! – disse ao tirar o meu fone de ouvido. - Eu não consegui ficar tanto tempo longe de você! – disse Cristian. - Não sei como funciona a sua concepção de tempo, mas sei lá, acho que um mês é muito tempo! – disse a ele. - Desculpa! – disse ele. - Sabe alguma coisa sobre a Dulce? Eu tentei falar com ela várias vezes e ela m*l me diz “oi”! – perguntei a ele. - Lis, eu vou falar uma coisa então por favor não me leve a m*l, eu acho que você não deveria ligar para a Dulce, ela nunca foi a sua amiga de verdade, você não precisa dela ao seu lado! – disse ele. - Por que está dizendo isso? – perguntei a ele. - Por que eu sei muito bem como ela é! – disse ele. Peguei o refrigerante da sua mão, e abri o mesmo, bebi apenas um gole e ofereci para ele, e ele tomou também, acabei oferecendo um dos meus fones de ouvido para ele e ele o pegou e pôs em seu ouvido. - Obriga! Pelo refrigerante! - agradeci a ele. - Não tem de quê! Beatles, toda vez que ouço eu penso em você! - disse ele. - Vai começar a galantear? - perguntei. - Logicamente! - disse ele. - Mas é sério, eu penso em você toda vez que toca Beatles. - disse ele mais uma vez! - E o que você pensa? - perguntei a ele. - Penso na oitava série, quando o professor fez aquele projeto dos sonhos, lembra? Eu estava participando do projeto na sua sala, e você fez um desenho, de um monte de pessoas e colocou um trecho da música Come Together espalhado por toda a folha, eu nunca entendi aquele desenho, mas eu vi o nome da música e pesquisei, depois disso, ela se tornou a minha música preferida! - disse ele. - Eu não lembrava mais disso, e nem sei que fim levou aquele desenho! - disse a ele. - Hum, era um desenho muito bonito, alguém deve ter gostado e levado para casa, ou jogado no lixo! Coloca a música! - disse ele. - O que? - perguntei. - Coloca a minha música, antes que o sinal toque! - disse ele. - A música não é sua, é dos Beatles! - disse ao procurar a música no celular. Ficamos ouvindo as músicas até o sinal tocar e depois irmos para a sala de aula, posso dizer com toda a certeza que eu gostei de ter ficado com ele ali, sem falar nada, apenas ouvindo música, eu gostei de ter Cristian novamente ao meu lado, não que estivesse sentindo falta dele, mas era estranho não conversar mais com ele. Dias atuais Estava na cozinha preparando o almoço para quando Oliver chegasse da escola, Cristian estava no quarto, ele estava ao telefone com Jean, sim, o Jean, o amigo de Benjamin, ou melhor, ex-amigo de Benjamin, não sei o que aconteceu entre eles, mas sei que na época em que namorava o Benn, Jean foi o primeiro a se afastar dele, depois foi o Breno e por fim o Duda, até que Benn, acabou ficando sozinho e sem amigos, ou melhor sem ninguém. - Tudo bem, eu aviso a ela! - disse Cristian ao sair do quarto. - O que ele queria? - perguntei a Cristian. - Nos chamou para um encontro de turmas, que vai acontecer no nosso antigo colégio, mas eu disse que não íamos! - disse Cristian. - E por que não? - perguntei a ele. - Porque eu sei que você não vai querer ir! - disse ele ao me abraçar por trás. - Pelo contrário, eu vou querer ir, vai ser bom encontrar com alguns amigos da escola! - disse a Cristian. - O que está planejando? - perguntou ele. - Nada, só queria ver rostos conhecidos, e mostrar que eu perdoei todos, apesar de tudo! - disse a ele. - Tem certeza disso? - perguntou ele. - Uhum! Vai ser bom, vai ser divertido! - disse a ele. - Tudo bem, eu avisar a ele que vamos! - disse Cristian. Ele pegou o seu celular e começou a digitar, ouvi a porta de casa se abrir e Oliver entrando por ela. - Papai! - gritou o garoto ao ver Cristian. - Meu garoto! - disse Cristian ao pega-lo no colo. Ao ver o meu filho, eu pude perceber que ainda existia magoa em mim, essa festa, seria o início de muita coisa que estava planejando, eu precisava fazer isso, era necessário para poder seguir em frente de verdade.
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