Pontas soltas/ vontade e desejos.

1496 Palavras
Falar sobre sua pregressa nunca foi tão difícil para o espectro; antes não comentava sobre pela falta de alguém que escutasse seus murmurios e agora por simplesmente ser a mulher que ama. Ele iria remexer em velhas feridas que ardiam feito o inferno, por mais que não tivesse mas um corpo feito de carne. Varuna olhou demoradamente para o decinho de tecido que possuia as suas iniciais bordadas. Ficou detido naquele momento, onde fazia uma viagem longa ao passado; onde retornava para os tempos que era aquele jovem sufocado pelo pai e sua sede de fazer dele o varão Rockefeller de maior envergadura dentre tantos que nasceram e herdaram esse sobrenome. Passeou pelo meandro de um caminho que somente afunilava; navegou pelo mar de tormenta que foi sua existência carnal. Varuna, quando encarnado, viva sempre com a seta indicando para cima, com o botão apertado no máximo. Participava de corridas clandestinas, o muito conhecido por nós como racha; gostava de pisar firme no acelerador, de sentir o cheiro de borracha propagado no ar e a multidão ir ao delírio. Se era perigoso? Era, mas ele não temia o perigo, estava torpe pelo efeito das drogas. Se sentia mais forte, mas seguro de si, mas sagaz e destemido. Quando não estava dentro de um carro desafiando a morte, estava dentro de um carro fudendo alguma garota. Certa vez, o seu veículo estava cheio, dois casais no banco traseiro e ele com uma bela morena no banco da frente. Sequer sabia o nome da mulher; deu vontade e o rapaz apenas parou o carro no acostamento de uma estrada deserta, levou a menina consigo e treparam na parte de trás do carro, tendo a noite sem estrela como testemunha. O fantasma recordou de todos os detalhes; como suspendeu a saia da mulher e a colocou sentada na ponta do porta-malas; da calcinha que afastou antes de deslizar o polegar pelo c******s e o gemido que retirou da garota antes de colocar uma camisinha e mandar para dentro do corpo feminino seu m****o pulsante. Vasculhou mais um pouco o baú das suas memórias e retornou para as brigas que tinha com o pai; Raul sempre o taxava como a vergonha da família . Sim, porque Varuna foi flagrado pelo progenitor, cheirando cocaína dentro do Iate da família, na costa marítima de Angras dos Reis. A briga foi feia, sendo acompanhada por troca de insultos e o punho do pai no rosto do filho. O fantasma apertou a mão fortemente, esmagando o pedaço de tecido. Levantou-se , não estava nada bem. Estava nervoso e com mil pensamentos na cabeça. Camila reparou que seu amado não sentia-se confortável; m*l sabia a menina que estava mexendo num vespeiro. _ Começa pelo seu nome.- aconselhou a moça, sem tirar os olhos dele. _ Você não entende! Eu não sou para você! Não sou nada e se eu fosse, em vida, eu não seria homem para você! - disse com tanta dor e mágoa que fez Camila engolir em seco. A jovem molhou os lábios com a ponta da língua, mordeu o lábio inferior absorvendo as palavras que o fractal tinha bradado de uma forma bem agoniante. _ Acho que cabe somente a mim, essa decisão. Não? - ela proferiu, colocando uma mecha do cabelo, presa, atrás da orelha. Varuna olhou demoradamente para a moça e sentiu um aperto no seu corpo imaterial. _ Eu jamais te condenaria a um destino c***l. Eu não poderia, como também não posso. Nós, isso aqui é.... _ É apenas amor, Varuna, e nada mais. É puro sublime e alcansa os nosso olhos, derrama nossas almas e une o possível ao impossível. Somente isso, nada mais. - as palavras dela calou qualquer coisa que o fantasma iria falar. _ Por que você não chegou antes? Por que não veio me salvar enquanto eu me afogava? Eu, quando tinha vida, precisava tanto de ti, mas tanto, você nem faz idéia. - confessou o espectro; muitas vezes Varuna pensou que se Camila tivesse cruzado o seu destino enquanto ele tinha o sopro da vida, tudo seria diferente. Por esse sentimento que nem sabe explicar; mudaria tudo para ser digno dela. _ Porque Deus tem dessas coisas ao criar encontros que não podemos entender. Já estava escrito; você e eu essa nossa história, não é para buscarmos explicação; é somente para nos banharmos com o melhor de nós dois.- A moça respondeu com sabedoria e clareza. Camila tocou na cama, um sinal para o seu amado sentar-se. Varuna fez. A garota abriu a mão do espectro e a etiqueta apareceu. _ Esse pequeno quadradinho de tecido é uma mínima fração do que você deixou aqui na terra. Eu tenho o Varuna que está morto, eu tenho o Varuna que vaga por muitos lugares onde eu não posso ir, mas quero saber do Varuna que caminhou pela face desse mundo. Está doendo, eu sei, não é fácil para você. Então, conte-me o que seja mais confortável, vamos pelo início. Tudo bem?- disse a menina, segurando a mão do fantasma. _ Você não vai gostar das coisas que fiz e ... não fui uma pessoa direita.- o espectro disse, desviando o olhar. _ Seja o que for, quero saber. Você é meu, somos um, devemos partilhar coisas boas e ruins. Seu nome, por favor?- indagou a moça . O fantasma retornou o seu olhar para Camila. _ Varuna Rockefeller , vinte e oito anos.- respondeu e acrescentou sua idade. _ Quanto tempo tem que está desencarnado?- Camila indagou e vendo que Varuna fazia menção em levantar-se outra vez, a jovem lançou-se contra o espectro, abraçando-o - Estou aqui, meu amor, só fale. - pediu, correndo suas unhas curtas pelas costas do fractal. _ Dez anos.- sussurrou e a jovem escancarou seus olhos. Era tempo demais, muito tempo em sua concepção. _ Isso, meu bem, pouco a pouco, como mergulhar no sono, você vai abrindo-se para mim. Me sinto infinita ao teu lado.- proferiu e o fantasma abraçou a pequena garota. Estava o espectro no seu regaço de paz e conforto. Varuna tinha receio da bela moça o rejeitar depois que ele lhe contasse tudo. Sobre sua vida vazia e de libertinagem, sobre as suas falcatruas aplicadas contra a sociedade. _ Eu me vou, está tarde e você precisa descansar. - sussurrou ele ao pé do ouvido da sua deusa menina. _ Dorme comigo?- perguntou ela, querendo muito a companhia do seu bem-amado. _ O que me pedes, linda rosa, é algo que inflama esse corpo imaterial; tenhos desejos, menina, e você é alvo de todos.- revelou para Camila que, por pura tímidez , escondeu seu rosto na curva do pescoço do morto apaixonado. _ Vai me ensinar a caminhar por esses meandros do desejo?- perguntou e ele apertou a sua fina cintura. Varuna fechou os olhos, o fantasma não tinha mais casca; porém sentia tudo como se ainda estivesse em posse da sua. _ Desejas isso?- perguntou ele, com a voz carregada de desejo. _ Sim...- sussurou a moça; uma resposta abalada pela vergonha e pela ansiedade; tinha também gotas de medo. Varuna queria pedir para a pequena retirar a sua camisola e deitar-se; abrir levemente suas pernas que o resto ele faria. Tinha tanta vontade, tanta que sentia-se queimando dos pés a cabeça,; seu corpo etérico estava possuido por brasas que sequer sabia de onde vinham. Porém, o receio se fez presente. Como seria t*****r depois de morto? Sentiria o prazer que tinha antes? Daria prazer para a sua amada? Conseguiria romper com a sua barreira virginal? Camila sentiria ele e seus toques mais íntimos? Sendo levado por essas incógnitas que só descobriria no ato do coito, procurou por outros caminhos para fazer com que sua amada sentisse prazer. Varuna afastou-se e distruibuiu beijos pelo rosto e na lateral do pescoço da sua menina. _ Quando você estiver sozinha, toque seu corpo; toque-o por inteiro, descubra os lugares que te dá prazer; que faz a chama arder dentro de ti. Explore o seu templo, conheça, então todos os seus sentidos pedirão por mais. Isso tem que ser feito sem pressa, devagarinho; principalmente no meio das suas pernas. Conheça as paredes do seu labirinto, toque-se ; sentira uma sensação que vai arrepiar todo o seu corpo, seus s***s ficaram pesados os b***s entumescido;- o fantasma deslizou seu dedão por cima da auréola do seio da moça - apenas continue com o mesmo movimento até que uma onda vá te engolindo, primeiro mansa e depois selvagem. Você será levada ao extremo, seu corpo despertará para o clímax, para o êxtase. - ensinou o ser apaixonado e cheio de desejo. Varuna afastou-se, os olhos de Camila estavam brilhantes; em chamas. A garota resfolegava absorta. Varuna afastou-se, depois de dar um beijo na testa da moça e dissipou-se no ar, feito fumaça. _ Ai, merda! Ele coloca-me para arder e some....- disse a jovem retirando a camisola que parecia aumentar o grau da sua temperatura corporal.
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