Natalia narrando
Estava parada no pé do morro, encostada numa parede olhando para a tela do celular. O Uber já tinha aceitado a corrida, mas ainda demoraria alguns minutos.
O cheiro dele ainda impregnava na minha pele, Cheiro de perfume caro. Um cheiro único. Noite gostosa ele fode muito to esfolada aqui
O celular vibrou na minha mão. O carro estava chegando. Eu entrei no Uber. voltando para o apartamento longe do morro, ia deitar na minha cama.
Desperto com as luzes do sol. A minha cabeça estava pesada, não lembro de muita coisa. Sei que bebi muito com a Cris no baile. Abro um sorriso ao lembrar tudo o que aconteceu entre mim e vespa o homem é uma máquina na cama.
Me levantei tomei meu café da manhã reforçado arrumei a cozinha e mandei mensagem para a safada da Cristina que ainda não chegou. Fui para o quarto organizei tudo e coloquei as roupas na máquina término de organizar as coisas e vou tomar um banho.
A porta se abre devagar, e Cristina entra descalça, segurando os saltos na mão.
— Demorou, hein. Já estava quase achando que eu iria dormir por la – Digo
— Calma, doutora. Nem demorei tanto assim.
— "Nem demorei tanto"? Cristina, a gente tem que estar na faculdade daqui a pouco! Você tem noção do que está acontecendo hoje? Cristina, pelo amor de Deus, se arruma logo! A gente precisa chegar cedo na faculdade pra ver onde vamos estagiar.
— Claro que tenho. Mas será que um banho primeiro não mata ninguém? Tô só o pó da subida do morro.
— Exatamente! Vai se arrumar logo, mulher! A gente vai descobrir onde vai estagiar, e eu não vou chegar atrasada porque você resolveu bater perna. Ate tarde
— Relaxa, Nat, a gente chega a tempo. Mas, fala sério… e se colocarem a gente num hospital péssimo?
— Melhor saber agora do que sofrer por antecipação. Agora, vai logo pro banho antes que eu te carregue até lá!
— Tá bom, tá bom! Já estou indo. Mas depois eu te conto minha noite na rocinha com o tigre.
— Primeiro a faculdade, depois as histórias.
Eu e Cristina chegamos à faculdade apressadas, O campus estava lotado, com alunos ansiosos eu segurava a mochila firme enquanto buscava a sala onde sairiam os resultados com Cristina ao meu lado, quando finalmente chegamos ao quadro de avisos, prenderam a respiração ao procurar nossos nomes. Quando o professor Henrique, responsável pelos estágios, se aproxima com uma prancheta
— Bom dia, meninas. Vejo que estão curiosas para saber onde vão estagiar.
— Curiosas? Eu estou quase tendo um infarto, professor. – Diz Cristina
— Aqui! Achei nossos nomes… - eu arregalo os olhos de surpresa Posto - de Saúde da Rocinha.
— O quê?! Eu acabei de vir de lá e agora vou voltar como estagiária?
— Exatamente. Vocês foram duas escolhidas para atuar no posto da Rocinha. É uma grande oportunidade.
— Claro… vai ser um desafio, mas estamos prontos. – Respondo pensando que acabei de ir para cama com o dono do morro
— Prontas é uma palavra forte, mas… não tem como mudar, né? – a safada fala como se não fosse gostar de estar com o tigre
— Não. Mas garanto que será uma experiência valiosa. Vocês aprender muito com a comunidade. — Lá vamos nós… Rocinha, parte dois. – Diz nos fazendo rir da ironia
— Natália, Cristina, antes de começarem no posto, precisam se apresentar ao dono da Rocinha na terça de manhã. O vespa o Diretor do posto de la nos enviou o comunicado hoje.
— Dono da Rocinha? – Cristina pergunta me olhando com um olhar malicioso essa safada
— Exato. Sem a aprovação dele, nada acontece por lá. Sejam pontuais. O diretor Igor falou que ele odeia atrasos
Cristina e eu voltamos para o apartamento absorvendo a notícia. Trabalhar na Rocinha era algo que nenhuma de nos duas esperávamos, e a ideia de se apresentar ao "dono" da comunidade tornava tudo ainda mais surreal. Já que eu acabei de ter uma noite de sexo com ele
— — Isso realmente está acontecendo? — a safada fala morrendo de rir — cara você acabou de t*****r com ele e agora vai trabalhar para ele kkkkkkkkkk
largou a chave sobre a mesa e respirou fundo. — Parece que sim. Mais como você mesma disse foi apenas sexo
A Cristina e eu estamos nos duas na cozinha preparando o jantar.
— Você tem noção de que, em menos de 24 horas, a gente vai ver os mesmos caras que ficamos no baile ontem?
— Pois é… um dia estamos na curtição no baile, no outro, no posto de saúde da Rocinha. Vai ser engraçado ver a cara deles fingindo que nem conhece a gente. – Falo pois tenho certeza que será assim
Após terminamos de jantar organizamos tudo e cada uma vai para seu quarto descansar termos que sair as oito amanha
fui para a cama às dez da noite, exausta após um longo dia de ajustes. Eu me deitei com a mente ainda cheia, pensando no que o dia seguinte poderia trazer. o som suave do despertador me acordou às seis da manhã. fico ali deitada um tempo, passando uns minutos eu tomo um banho e começo a pentear meu cabelo.
Vou na padaria compro umas coisas pra tomar café, e volto já me arrumando eu decidi vestir uma calça squine preta com detalhe branco na lateral, e uma blusa branca com os punhos preto, e coloco meu salto plataforma branco. A Cris graças a Deus já está.
Eu e Cristina já estamos no Uber, não demora motorista um senhor muito simpático fala — Morro da Rocinha a frente so posso ir ate aqui — comentou. Muito obrigada. Pagamos o uber e seguimos para frente de uma barreira onde fica os vapores
— Ei, qual foi mina? Cês tão perdidos? Aqui não é lugar pra turista não. – Diz um dos homens que estão armados ate os dentes na barreira.
— A gente não está perdida. Viemos falar com o Vespa dono do morro. Somos as novas médicas do posto.
— Médicos? Aqui? Quem mandou? — isso eu não sei, viemos encaminhadas pela faculdade falo.
O vapor estreitou os olhos, analisando nos duas por um instante, antes de pegar o rádio preso à cintura. — Chefia, duas minas aqui dizendo que são as médicas do posto. Libera a subida? — pergunta — Houve um silêncio breve, apenas o chiado do rádio. até que a voz firme do Vespa responde — Deixa subir — O vapor assentiu, apontando com a cabeça.
— Tá bom mina, O chefe liberou. Podem subir, mas sem vacilo – A gente só quer trabalhar, não causa problema – digo a ele – Então beleza, só me siga.
Diz e eu balanço a cabeça confirmando. Saímos da barreira
seguimos caminho pelas ruas sinuosas e íngremes do morro, As casas coloridas e vibrantes ao redor formam um cenário pitoresco
Ao chegar na boca, Eu vejo uma mulher saindo da sala do Vespa. ajeitando a saia justa e limpando a boca. Em sua outra mão segurava um maço de notas, contando-as com um sorriso satisfeito. O cheiro forte de perfume barato já denunciava tudo. e eu sentiu o estômago revirar.
A cena era suja, Cristina me olhar, mas eu mantive meu olhor firme, reprimindo o nojo que cresceu dentro me. O olhar de surpresa no vespa foi impagável e eu riu baixo, percebendo minha expressão ele diz. — Gostou da pegada e já voltou para mais doutora? — Eu apenas respirei fundo, mantenho o queixo erguido. — Só quero conversar e fazer meu trabalho.
— As médicas do posto, chefia. Vieram falar contigo. — diz dentinho.
— Venham comigo loirinha. — Digo. — Meu nome é Natalia.
— Relaxa, Loirinha ontem você não estava tão nervosa. — Diz sorrindo e da espaço para agente passar na sua frente para sua sala.