Max hesitou por um instante, mas Isabel não. Com um suspiro profundo, ela ergueu a mão, segurando o rosto de Max com delicadeza. Os olhos dela deslizavam entre os olhos dele e os seus lábios entreabertos. Era como se cada fibra do seu corpo clamasse por aquele momento.
Aquilo era algo que eles desejavam com intensidade. Quantas vezes Max havia se perguntado se aqueles lábios rosados eram tão suaves quanto pareciam? Ele havia ansiado muito por aquele momento. O seu peito disparava enquanto a observava com atenção.
Max cedeu. Ele permitiu que Isabel o puxasse, fechando a pouca distância que havia entre eles. O toque suave dos lábios dela foi tudo o que ele precisava para se render àquele momento. Max envolveu sua mão na nuca de Isabel, o seu corpo se pressionando contra o dela de uma forma prazerosa.
O toque inicial foi suave, mas logo se tornou mais intenso, carregado de desejo e de uma paixão reprimida por tempo demais. Isabel gemeu contra os lábios dele, e Max a puxou para mais perto, aprofundando o beijo. Cada movimento dos lábios deles era uma confissão silenciosa do que sentiam um pelo outro.
Naquele instante, nada mais importava além dos dois. Eles estavam perdidos nas sensações que os dominavam. Isabel deslizava a sua mão sobre os cabelos de Max, extasiada com as sensações que invadiam o seu corpo. A língua de Max explorava a boca de Isabel com desejo. Ela se entregava a ele de forma completa, gemendo contra a sua boca.
Max se afastou dela com relutância, sua respiração agitada enquanto encarava aqueles olhos azuis, vendo o mesmo desejo que ele sentia naquele momento. Ele queria mais, e agora que havia experimentado seu beijo, sabia que jamais teria o suficiente dela.
— Finalmente — sussurrou ela, com os olhos brilhando e um largo sorriso no rosto.
Max sorriu de volta, acariciando o rosto dela.
— Sim. Finalmente — disse ele, inclinando-se e depositando um beijo casto nos seus lábios. As mãos de Isabel envolveram o seu pescoço, puxando-o novamente para si quando ele tentou se afastar.
— Eu quero mais — disse ela.
— Eu sei, mas preciso esfriar o sangue um pouco — Max tinha as bochechas coradas ao admitir aquilo. Isabel olhou para ele curiosa, então se remexeu sobre o seu aperto, sentindo a sua ereção.
— Você me deseja — disse ela.
— Sim, mais do que pode imaginar — disse ele, dando um beijo em sua testa e se afastando dela, puxando-a para seu peito. — Durma, o dia foi cheio.
— Vai ser impossível com você aqui do meu lado — disse, enquanto passeava a mão pelo corpo dele.
— Se quiser, posso sair.
— NÃO! — disse ela depressa, fazendo-o rir.
— Se comporte e durma — disse ele.
Max não havia conseguido dormir tão rápido quanto pensava que dormiria. Ele passou boa parte da noite observando Isabel deitada em seus braços, dormindo de forma confortável. Ela tinha uma expressão suave e encantadora, algo que o cativava. Quando finalmente pegou no sono, já era de madrugada.
Os primeiros raios de sol despontavam por entre as poucas nuvens que cobriam o céu. Quando os olhos de Max se abriram, encontraram a beldade dormindo em seu peito. Orgulho e um sentimento de posse o tomaram. Ali era o lugar dela, e ele garantiria que ela jamais saísse do seu lado.
Ele se levantou com cuidado, tentando não acordá-la. Max tomou seu banho, se arrumou e desceu. Ao chegar à sala de jantar, encontrou Kenai e Leonardo sentados, aguardando-o. Ele sorriu ao se lembrar de que hoje eles teriam que fazer o café.
— Bom dia — disse Max, se aproximando.
— Bom dia, Don — disseram Leonardo e Kenai.
— Hoje dei uma folga para Noely de manhã, então você faz o café, Kenai. — Os olhos de Kenai se arregalaram ao olhar para Max.
— Don, isso é tortura! Ele vai nos matar com a comida dele — disse Leonardo, segurando o riso.
— Por mais que eu queira negar, é uma possibilidade — disse Kenai com um sorriso sem graça.
— Venham, nos ajudamos e tudo dará certo — disse ele, dobrando as mangas da camisa e caminhando em direção à cozinha. — Ao menos sabem fazer café?
— Eu sei, Don — disse Leonardo, sorrindo. — Pode deixar que eu faço.
— Ótimo! E você, Kenai, poderia fazer as torradas. Não tem como errar essa — disse Max, arqueando a sobrancelha.
— Eu não confiaria tanto — respondeu Leonardo, sorrindo.
— Pode deixar, Don. Vou fazer as torradas e vão ficar ótimas — disse Kenai, enquanto mostrava o dedo do meio para Leonardo.
Rapidamente, Leonardo fez o café, enquanto Max preparava alguns ovos mexidos. De longe, eles ouviam Kenai praguejar enquanto tentava fazer as torradas.
— Tem algo queimando — disse Isabel, aparecendo na cozinha. Todos se viraram para vê-la, e Kenai correu até a torradeira, tentando desligá-la. — Deixe-me ajudá-lo.
Isabel foi até ele e desligou a torradeira, retirando as fatias de pão queimado de dentro.
— Tem que regular a temperatura aqui, caso contrário, vai queimar de novo.
Isabel estava distraída e não havia percebido os olhares sobre ela. Max tinha um olhar possessivo, ainda mais ao vê-la usando a sua camisa e uma calça de moletom. Ela estava descalça, com os cabelos soltos. Leonardo apenas admirava a beleza da mulher à sua frente, mas rapidamente desviou o olhar. Já Kenai tentava ajustar a temperatura da torradeira.
— Devia ter dormido mais um pouco — disse Max, indo até ela e lhe dando um beijo na testa.
— Se tivesse dormido, ele teria posto fogo na casa — disse ela, e Leonardo caiu na risada ao lado deles.
— Falamos que isso aconteceria, senhora — disse ele, rindo. — Mas Kenai jurou que conseguiria.
— Se quiser, eu posso fazer — disse ela.
— Não, deixe que isso é trabalho dele hoje — disse Max, puxando-a para si.
— Se eu soubesse disso, teria tomado meu café com Fiorella — disse Kenai, emburrado.
— Tão dramático — disse Leonardo, provocando.
— Vai se ferrar, Leonardo! Quer que eu jogue essa torradeira na sua cabeça? — disse Kenai, bravo.
— Olha a língua, tem damas por perto — disse Max de forma ríspida.
— Me perdoe, senhora, mas ele às vezes me tira do sério — disse Kenai, dando uma rápida olhada em Isabel e desviando o olhar.
— Está tudo bem. Mas pode me chamar de Isabel — respondeu ela.
— Deixe-me apresentá-los formalmente. Aquele é Leonardo, e esse atrapalhado é o Kenai, meus braços direitos — disse Max. — Essa é Isabel Romano, filha de Don Vito Romano.