CAPÍTULO 1

2674 Palavras
Manuella Medina respirou devagar quando deslizou as últimas pastas do dia sobre o balcão do arquivo interno, ela estava r**m, mas estava ali, ela estava com a carta de demissão pronta e redigida dentro da gaveta da sua mesa, perto de um gloss e um fio dental, além de mais alguns papéis sem tanta necessidade de estarem lá, mesmo sendo organizada em tudo que fazia, tinha sempre aquela gaveta que era melhor deixar de lado e não abri-la tanto. Bem, fazia dias que a carta dela estava pronta, ela sabia que sem Rodolfo ali a vida dela não seria fácil nas mãos de uma nova pessoa, ela sabia disso desde que foi anunciado que o primo dele iria ficar no lugar do magnata do lugar todo, seria por um semestre inteiro. Senhor Vinelly havia passado a linha de comando para um sobrinho e não para o próprio filho. Era r**m pensar dessa forma, ainda mais visto que ela e Rodolfo se esforçaram tanto pra alcançar a locação temporária da gerência da empresa e subjacentes. Manuella sabia que a decisão havia sido o terror do seu chefe, Rodolfo, como ela sabia disso? Uma semana inteira sem aparecer, atender telefone, e-mail e até mesmo carta, sim, ela tentou isso depois de ir no prédio dele e saber que ele não estava, mas ele estava sim, não havia como ele viajar com uma situação como aquela, a suposição e que ele estava com raiva ou apenas m*l por não ter sido escolhido. Manuella sabia o lance da confiança, pegava demais, mesmo o chefe sendo um bundão na maioria do tempo. Ninguém sabia do cara, estava sumido e os rumores era que ele não voltaria para empresa. Ela estava esperando pela volta, não era possível que ele iria desistir tão fácil, mas ela sabia que se ele não voltasse, iria entregar a carta para o Rh. Ela detestava a nova gerência. William era um ser humano deplorável, h******l e podre, ele havia dado suas investidas maliciosas e sabia que ele não deixaria o fora e o t**a na cara que havia tomado, Manuella já pagava indiretamente por aquilo, fazendo relatórios imensos e chatos de fazer, mas aquilo não era o pior de tudo, porque ela aguentava a pressão e a carga adicional de trabalha, o pior chegaria quando as coisas se organizavar e ele tivesse tempo pra perturbar ela. Ela sabia que iria acontecer, ela já tinha suas experiências, sabia que ele iria fazer sua vida um inferno ali, ainda mais quando não visse Rodolfo, sabia que sem ele ali poderia delegar função para ela e até trocar ela de setor, mas sem Rodolfo, ela não iria ceder, ela foi contrata pra trabalhar pra ele. Não era lá o melhor chefe do mundo e nem o melhor humor as sete da manhã, era até o mais bonito e de bumbum arredondado, mas havia algo que ela sabia. A competência. Rodolfo era um bom carrasco. William não, porque ele era sujo. Rodolfo podia ser um bundão, mas era um bundão limpinho e higiênico em tudo que fazia. Manuella sabia que o outro tinhas técnicas sujas demais, até fazia ela pensar o motivo dele estar por trás da gerência do lugar, se o critério fosse desempenho poderia até passar Rodolfo, mas caráter e personalidade ela tinha certeza que não. Mas Manuella também não era cega e nem s***a, ser um funcionário te deixava por dentro de possíveis motivos do chefe dela não pegar a gerência. Talvez a questão da confiança era o mais grande deles, a atitude dele antes de voltar das férias bônus de tempos atrás e o motivo que as levaram a acontecer. Rodolfo Vinelly era confusão pra muitos, petulante, arrogante e até passava a fita de egoísta. Conselho nenhum liberaria algo do tipo pra alguém assim ou até o histórico dele, mas se olhassem o trabalho, pelos céus, daria uma surra em qualquer um. Ele era eficiente e esperto, fez um complicado ótimo e apresentou antes de levar o puxão de tapete, passou madrugadas naquele escritório com Manuella ao seu lado e em casa sozinho, estudando cada ponto positivo e cada negativo do que fazia. Minuciosamente. Manuella também havia escutado que aquilo seria um afastamento enorme entre Rodolfo e o pai, mas ela já pensava diferente, sabia a forma que era a relação e a forma que Rodolfo havia feito as coisas pra recuperar algo perdido. Mas a deixava pensativa que talvez ele estivesse com raiva do pai, com raiva de não ter sido escolhido, mesmo que não dependesse apenas do pai dele, se Rodolfo fosse imaturo a ponto de colocar a culpa toda no pai seria infantil, mas se ele fosse maduro, talvez entendesse a escolha e o caminho tomado. A gerência não era pra sempre, era um teste, se o cara que havia assumido fosse r**m, ele sairia no começo do próximo semestre ou até antes, eram férias do senhor Vinelly, férias merecidas, embora a confusão devia estar mexendo com os ânimos de muitos. Ainda mais quando pensava que Rodolfo não iria voltar, na semana nova ela sabia que teria que tomar uma decisão no fim do dia, sabia que ela não iria animar ficar ali. Parecia um voto de fidelidade e até segurança. Ela sabia que quando batesse o ponto, precisaria entregar sua carta de demissão, mas ela havia dado um aviso prévio na caixa de mensagem de Rodolfo e até na secretária eletrônica dele, mas não havia resposta, não havia nada que indicasse que Rodolfo iria aparecer. Pelos céus, ela queria poder chegar de manhã e ter seu café roubado por ele, queria ver ele reclamando e até falando do casaco dela, queria ver ele atrás daquela mesa enfrentando o marginal do primo, seria quase como uma ditadura russa, mas ela e ele poderiam ser os que derrubariamisso. Rodolfo só podia estar brincado, entregando os pontos dessa forma ou ignorando o fato que o lugar tinha o sobrenome dele, que era o pai dele que mandava naquilo tudo ainda, que ele era o sucessor e não William. Mas onde estava Rodolfo? Manuella até pensou o pior, mas Rodolfo não fazia o tipo deprimido ou nem a p***a toda, ela podia apostar que ele estava na dele, fazendo coisas pra animar ele e não jogá-lo pra baixo. Ela caminho até a sala dele e abriu a porta, viu a janela aberta, iluminando o espaço e deixando uma brisa gostosa entrar. Ela tinha mais quarenta minutos antes do seu turno acabar, não havia mais nada a ser feito, apenas se despedir e ir pra casa, pegar seu aviso e mandar solicitações e procurar um novo trabalho, ela já havia feito isso antes, então qual era o problema agora? Estava apegada ao trabalho ou... Ela balançou a cabeça de forma frenética. - Não pense nisso, lembre-se do seu papel - Ela suspirou fundo e se aproximou da mesa, vendo as coisas organizadas e sem nenhum traço ou sinal dele estar ali. Foi até a janela e olhou a vista para o centro da cidade, o céu iluminado, os prédios dividindo espaço com a natureza do central parque e até do outdoor gigante. Era uma vista maravilhosa que ela tinha a honra de ver todos os dias que entrava na sala. Se virou e se aproximou da cadeira dele, fechou os olhos e se lembrou das regras impostas por Rodolfo no primeiro dia dela, no primeiro encontro dos dois, da forma antipática que ele agiu e nada amigável, de tamanha arrogância e superioridade. Pelos céus, ela sabia o quanto ele era um bundão. Ela se lembrou das regras impostas por ele, para quem fosse trabalhar pra ele. Primeira regra era obedecer ele, dentro das funções dela com ele, fazer o trabalho, sem reclamar, sem discutir, sem protestar e sem faltar nada. Ele até citou algo sobre hierarquia, mas ela já sabia como ela funcionava, seguia bem isso, evitava problemas e até fazê-la se colocar no lugar dela. A segunda regra era ela cuida da vida dele dentro daquilo tudo tudo, sendo o braço esquerdo e também o direito dele, como fez durante o tempo que esteve ali. Assim como seguir o código de ética, respeito e decoro Ela poderia se lembrar dele falando aquilo, no dia era uma bronca com coisas importantes a serem ditas para ela, ela se lembrava de ficar chateada com a forma que ele se impôs e disse as regras, mesmo sabendo que ela iria deixar ele esclarecido da suas funções e de como fazia elas, fazendo as regras serem otimizadas com o que ela já fazia e sempre fez, nunca saindo daquilo ou passando por elas. A terceira regra era só ela ter acesso aquela sala, sendo ela autorizada a entrar por ele, sem poder mexer ou organizar, com o tempo Manuella viu que não era algo sobre ela, mas ele, de saber sobre onde colocou isso ou aquilo. Ela não julgava, fazia o mesmo. Isso foi um problema na semana passada, ela esteve a ponto de entrar em guerra com a secretária contratada pelo novo cabeça da coisa toda, uma morena alta, que ela ainda achava que demorou um século pra vestir a saia a vaco. Ela conhecia a mulher de outros tempos, era uma cabeça ótima da cidade, que ela já havia tido o prazer e desprazer de conhecer, ela não era qualquer secretária, ela era notável demais. Manuella precisou falar de forma tão dura com ela, pra ela não atravessar aquela porta e mexer no que ela ainda não tivesse autorização, bateu de frente e foi acatada, mesmo que depois a punição veio com as bombas de relatórios e prazos estúpidos e manipulados, apenas pra cansar ela. Sabia que não iria parar, que era uma nova semana e quando vissem que ela havia feito tudo, bem, iria vir novas coisas, ela sabia que seria alvo fácil de William, sabia da competição com Rodolfo. Passou o dedo pela cadeira dele e se lembrou da quarta regra que Rodolfo havia falado aquele primeiro dia pra ela, vamos, ela sorriu de leve, lembrando da forma que ele falou da cadeira. A quarta regra era não se sentar na cadeira dele, a cadeira dele que era tal valiosa e tão confortável, fazia tanto tempo, ele não estava ali, aquela regra também era estúpida. - Ele não está aqui - Ela se aproximou e se sentou, se sentindo bem acolhida, estranhou a sensação e até a vontade dele estar ali. Como antes ela começou a girar na cadeira, se disse o último dia dela, bem ela tinha que fazer aquilo. Ela devia aceitar que o chefe não iria voltar. Ele havia abrindo mão e não iria lutar. Ela não entendia, não era o tipo de coisa que ele faria, ela conhecia pelo menos um pouco dele, já havia dias que ela passou 20 horas ao lado dele, então pensar que ele iria voltar e enfrentar aquilo fazia sentido. Fechou os olhos, imaginando ele talvez em uma ilha, aproveitando ter se livrado do trabalho. Ele não precisava trabalhar, ele era de uma ótima família, que estava sempre em destaque nos negócios grandes da cidade por cinta da indústria. Ele poderia sumir por um tempo. Ele não era o tipo de cara que se preocupava com dinheiro, talvez em multiplicar, mas não em acabar e ele não ter mais. Talvez ele estivesse viajando mesmo, ele tinha cara de gostar de Vegas, e se eles estivesse em algum cassino em Vegas, jogando e rodeado de mulheres, se afundando em whisky, cigarro e em jogos duvidosos. Ela sorriu de olhos fechados, imaginando ele em um ambiente assim. Era quase r**m demais pensar nisso. Na verdade pensar em Rodolfo não era lá a coisa mais divertida do mundo, era tensa e complicada, era caótica. Rodolfo não era como uma missa e nem uma oração, era mais como um tornado e uma tempestade. Personalidade pra fazer as coisas bem agitada ou as vezes o mais reservado possível. Ela também imaginou ele em Paris, bebendo um café e comendo um Croissant, de frente para Torre Eiffel com uma mulher de lá, uma daquelas de filmes, que usava roupas daquelas revistas de moda francesa, do tipo meia calça e vestido bordado, com uma bolsa detalhada. Rodolfo fazia um pouco o tipo modeletes de Paris, embora ele também era vadio pra ir mais ao fundo de Paris, aos cantos dele em busca de uma mulher. Pensando bem ela não conhecia ele assim tão bem, personalidade poderia não ter nada haver com s**o ou talvez sim, mas era sempre bom separar ambos pra não dar problema ou causar uma pequena mudança de pensamento. Ela também não queria pensar nisso. s**o e Rodolfo na mesma frase não era bem o que ela queria pensar. Era catastrófico. Mas esse não era bem o estilo dele mesmo. Imaginou ele no Peru, subindo pelo Machu Picchu, tentando se reencontrar e buscar a paz dele, até usando uma daquelas tocas de croche, com um casaco de pele de ovelha ou búfalo, congelando a ponta das orelhas e fazendo uma fase reflexiva quando conseguisse chegar ao topo. Mas esse também não seria a coisa que ele escolheria fazer em uma situação daquelas. Viajar pra Paris? Peru? Talvez pra guerra do Afeganistão ou até em uma missão de paz. O que mais ele poderia fazer então? Manuella pensou, pensou direito, lembrando de cada dia que já havia divido com ele, do tipo de coisa fácil de lembrar, até dele roubando o café quente e delicioso dela, dando bronca e fazendo as coisas pra distrair a cabeça dele e não pensar em segurar o pescoço de alguém. Ela teve uma reposta padrão, um que parecia tão sensata que deu orgulho de pensar nela, até gosto. Na verdade, poderia ver ele em casa, bebendo na dele, talvez até chamando alguém pra ficar com ele, alguém que ele não conhecia e que também não sabia do problema dele, sem colocar mais coisa na cabeça dele, apenas pra tirar a tensão ou até fazendo coisas de adultos. Bem, isso era algo que ele faria. Mas ela não conhecia ele tão bem, era tantas opção, mas ela sabia que ele não iria demonstrar estar r**m, não gostava da pena e nem de alguém olha do de lado pra ele, ele se detestaria se isso acontecesse. Se ele não estivesse bem, ele não iria querer nem aparecer, porque ele também era um homem, tinha partes ruins e fracas, mesmo não parecendo. Perder a posição que ele buscou era h******l, mostrar que mudou e mesmo assim ser recusado, era como levar uma facada ou um tiro no pé. Imaginava o que ele havia sentido. Devia ser bem r**m. De olhos fechados ela soube que ele estava por aí, ela até sentiu o perfume dele, um perfume caro e gostoso, sabia que ela sempre teria que manter o decoro perto dele. Mas talvez se saísse dali... Não. - Então você está burlando a regra número quatro, eu não posso nem tirar uns dias de férias e você faz isso, o que faremos com você? Manuella parou de rodar na cadeira quando aquela voz soou por cada canto daquela sala, com a mesma força de antes, com a parte gritante de domínio do cara a sua frente. Ela respirou devagar e terminou de virar a cadeira, quando encarou o homem na sua frente sentiu um arrepio profundo que atravessou toda a sua espinha, parecia que ela havia levado um choque, mas era apenas Rodolfo Vinelly, bem na sua frente. - Senhor Rodolfo. - Manuella Medina. Ele estava ali. Ele estava de volta. AVISO IMPORTANTE - Mais um capítulo fresquinho pra vocês (FINALMENTE), para ficar por dentro da história, adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham do livro e se estão gostam, deixe sua palavra maravilhoso pra mim ou me sigam para receber novidades e atualizações, além de novos livros incríveis que temos aqui na plataforma. Até amanhã com mais um capítulo fantástico. Att, Amanda Oliveira, amo-te. Beijinhos. Hehehehe até logo!!
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