Adão da mangueira Eu tava na rua, terminando uns corres e, de repente, recebi o recado pra ligar pro meu tio, Cesinha Maracanã, que tá preso. A Rita tinha deixado a mensagem comigo. Eu sabia que, se ele tava me procurando, devia ser coisa de dinheiro ou alguma novidade. Fui até a lan house que costumo usar pra esse tipo de ligação, entrei num box, fechei a cortininha e disquei pro contato do presídio. Quando a atendente transferiu a chamada, ouvi a voz do Cesinha do outro lado, meio abafada pela ligação r**m. — Até que enfim, hein, Adão. Demorou a me ligar. — Tava cheio de coisa, tio. A Rita disse que o senhor precisava falar comigo, tô aqui pra ouvir. — Tentei manter um tom neutro. Ele riu, aquela risada cínica que eu conheço bem. — Precisava mesmo. Pega papel e caneta aí. Vou te pa

