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4112 Palavras
 Alik se sentou sem precisar de convite nenhum da nossa parte. Olhei para Lara, como vamos ter privacidade aqui? Ele é um tipo de cadelinha do Russo e não vai deixar passar um detalhe para o chefe.   — Ele devia estar mandando você vigiar a noiva dele. Não é possível ele estar ali com ela e mandando um de seus soldados aqui. — o encarei com deboche.   — Ayla Muller é da máfia alemã. Russo não iria causar uma briga sangrenta pela Elena, se ele quer uma loira, pegue uma das boates que estão cheia de mulheres traficadas que em uma ordem caem  em seu colo. — Lara sugeriu fazendo ele rir.   — Acha que Russo se importa com a máfia alemã? — riu divertido. — Vocês não o conhecem, esqueceram da fama da família dele? Não é de hoje que a Bratva é líder em guerras sangrentas e ataques a Cosa Nostra.   — Não estou disponível para ninguém da Bratva. Acho que meu avô deixou claro para qualquer um que estava atrás de mim no cassino, isso inclui o seu chefe.   — O erro do seu avô foi te esconder na Espanha e deixar você aparecer apenas quando Russo escolheu uma mulher. — explicou olhando para mim. — Se ele não tinha problema nenhum com isso, por que deixou você na Espanha? E não aqui para deixar o destino brincar com suas expectativas.   Levantei da mesa totalmente cansada desse diálogo ou melhor conversa afiada.   — Vou para casa, tenho outros assuntos com meu papa que são prioridades para mim.   — Até mais Alik ou melhor até nunca. — Lara sorriu forçada para ele.   Saímos juntas deixando ele na mesa, deve estar olhando para nós com raiva pela forma que o deixamos plantado.   Problema dele com seu chefe e não meu, tenho meus problemas para lidar e a cada minuto que passa as coisas ganham proporções maiores do que jamais imaginei que tomariam.               Voltei para casa esperando mais dor de cabeça pela conversa que irei ter com meu avô e o resto da família.   Encontrei a governante, Layla limpando a estante da sala, quando me viu abriu um sorriso.   — Elena, seu tio está melhor.   — Obrigada por me informar Layla. E onde ele está? Meu avô? Estão em casa ou saíram? — questionei intrigada.   — Estão no escritório, mas não iria se fosse você. Não queriam ser interrompidos pelo que o senhor Alexander disse.   Deixei ela sozinha, não vou esperar ter autorização para lidar com um assunto tão delicado e importante para mim.   Abri a porta do escritório ganhando olhares nada receptivos.   — Não aprendeu que deve bater na p***a da porta! Saia daqui Elena! — tio Mikael disse sem paciência nenhuma.   — Não vou sair tio, o assunto tem meu nome no meio. Você mesmo confessou que viver na Espanha foi uma ideia do meu avô para  proteger tanto Mila quanto eu. — olhei para meu ded.   Ele olhou para meu tio.   — Quem deveria falar com ela era eu! Não você!   Mikael riu.   — Ela ouviu minha conversa com Russo. Sua ideia genial apenas trouxe problemas para todos nós, melhor pensar em explicar para ela.   — Vovô, por favor, não minta mais. — pedi séria. — Não sou mais uma menina que precisa ser protegida de algo. Sou uma mulher, tenho direito de saber sobre sua decisão e as consequências que estão chegando agora.      Ded suspirou e depois de uns minutos calado ele finalmente me encarou.   Seus olhos verdes estão sem aquele brilho e sua face sem expressão.   Não sei se vou gostar do que vou ouvir.   — É verdade. Achei que o mais importante era minhas netas terem uma chance de ficar longe de uma das leis da Bratva, onde nossas mulheres são escolhidas por soldados, capos e o Pakhan.   — Mas você poderia ter falado antes. — pedi e ele riu.   — Tudo é complicado, Elena.   — O que contribuiu foi que não tinha uma figura feminina para cuidar de vocês. — meu tio admitiu. — A minha esposa foi morta pela Cosa Nostra e sua mãe...   — O fato é que tive essa ideia e funcionou. Vocês não estão prometidas para ninguém e estão livres de qualquer plano da Bratva. — ded finalizou.   — Até o momento. — riu. —  Alexander, não engane ela, falei com a minha filha e disse que propostas irão surgir, ela está preparada para o que vier. E por que Elena seria poupada do mesmo destino que Mila? — questionou levantando uma das sobrancelhas escuras.   — Povinuysya mne! ( Me obedeça!) — vovô rosnou em russo.   A porta do escritório foi aberta por meu papa.   — Finalmente irmão, fale para sua filha nossa nova realidade. Estou indo para a boate, preciso de bocetas, urgentemente. — declarou entediado.   Mesmo depois do tiro do Russo ele apenas quer saber de sexo e mulheres.   Incrível como não sabe pensar nas coisas.   — Ela sabe do que fiz. — ded avisou para meu papa.   — E a minha mãe? — questionei intrigada. — O que aconteceu com ela?   — Morta, ela está morta! — papa rosnou irritado. — Não mencione sua mãe novamente!   — O senhor nunca fala dela. Como não teria perguntas? Tenho direito de saber sobre ela! — respondi séria.   Seus olhos estão com uma intensidade perigosa.   — Não mencione sua mãe novamente para o seu próprio bem, Elena, não passe pela minha autoridade!   — Chega! — ded rosnou. — Fiz escolhas e não me arrependo delas, não tenho minhas netas em caixões ou em situações piores. Porém, tudo tem sua consequência e agora o meu ato que foi de certa forma escondido, irritou Russo. — suspirou profundamente.   — Não se mente para o nosso Pakhan e nem se omite nada. — papa explicou. — Então você esteja preparada para receber propostas de matrimônio ou consequências piores, filha.   — Isso é injusto, meu ded apenas pensou nas netas com medo do destino que a maioria das mulheres tem na máfia. — neguei irritada. — Mas é pior saber dessas coisas em situações de perigo e não antes de tudo. — desabafei nervosa.   — Você não será entregue para ninguém, seu pai deixou claro que não estamos vendendo vocês! — ded deixou claro olhando para mim.    Olhei para meu papa.   — Recebi muitas propostas de matrimônio? Espero que possa falar para mim agora, não depois de algo acontecer, papa, por favor. — pedi atordoada.   Ele assentiu.   — É verdade. Você é solteira e de boa família, nossa família tem sua importância e destaque graças ao meu pai. E está se espalhando tudo isso e vários homens vieram atrás de mim para propor um matrimônio.   Mila surgiu na porta com uma cara estranha.   Parece que ela não gostou do que ouviu.   — Recebi também? Elena é a única neta do ded?   — Obviamente que sim. — papa a encarou sério.  — Vocês duas receberam propostas.   — Mas minha palavra tem um peso maior, por enquanto nada de matrimônio para nenhuma, assunto encerrado.   A palavra final é dele.   O assunto matrimônio não ganhou continuidade.     No corredor dos quartos, Mila parou em frente a sua porta e olhou para mim.   — Por que você perguntou sobre propostas de casamento? Sendo que você jamais pensou em casar e tem medo de sair dessa casa para uma casa com um marido e regras.   A encarei nervosa.   — Não precisa me olhar desconfiada. Não é segredo para ninguém que não tenho interesse em casar com ninguém. Apenas perguntei por curiosidade, você também fez isso.   — Apenas fiquei me sentindo um patinho feio quando ouvi seu papa dizer que várias propostas foram direcionadas para ele. — riu debochada. — Até você se sentiria se estivesse no meu lugar.   Ela entrou no quarto batendo a porta com força.   Entrei atrás dela para resolver essa situação, odeio pontas soltas e rivalidade por questões fúteis.   — É melhor me ouvir Mila!   Ela se jogou na cama socando o travesseiro com força.   — Sai Elena! Estou cansada de ouvir o quanto você é melhor do que eu! PERFEITA EM TUDO! — gritou irada.   — Você está com ciúmes? Mila jamais liguei para comentários que se referiram para mim e você sabe. Não busco saber se estou sendo desejada por homem nenhum, não vai virar a cara para mim por uma futilidade! — insisti séria.   Ela me encarou com os cabelos ruivos bagunçados, os olhos mel banhado em lágrimas.   — O ded sempre passa a mão em sua cabeça. Ele me trata m*l e pouco se importa, não me diga que não é assim!   — Não vou negar, mas você também não ajuda em nada. Só quer gastar dinheiro com roupas e outras coisas, não procura ele. — expliquei séria. — Como ele vai ficar do seu lado se você não se importa com ele.   — Ele tem dinheiro, não esqueça que antes de ser nosso avô ele também fez parte da Bratva. — relembrou nervosa.   Respirei fundo.   — Mila somos uma família acima de tudo e de qualquer outra coisa. Lembre-se disso, estamos na mesma situação, não quero brigar com você por futilidade e bobagens. — deixei claro.   Sai do quarto dela com dor de cabeça pelas palavras que ouvi saindo de sua boca.   Como ela pode ter ciúmes de mim? Como se meu objetivo fosse chamar atenção de todos os homens para mim e da família!   Fechei a porta do meu quarto.   Tem dias que tenho vontade de voltar para Espanha e aturar minha tia falando sobre os homens que ela se relacionou.   Meu celular tocou, não demorei para atender e logo depois me arrependi de ter atendido essa porcaria!   — Mi amore, não me ignore.   Fechei os olhos com força.   — Alonso é melhor não me ligar novamente! Tem coisas sobre mim que você não sabe...   — Quero dinheiro, uma boa quantia e não mando fotos nossas para sua família. — sua risada arrepiou meus pelos.   O temor tomou conta de mim.   — Fotos? Seu desgraçado! — tapei minha boca para não gritar e chamar atenção para mim.   — Vídeo também. O que acha que sua família vai fazer quando descobrir que estava com um homem casado? — provocou aos risos.   O ódio queimou dentro de  mim.   — Monstro! Te odeio...   — Quero todo o dinheiro da sua conta bancária, sei que tem dinheiro e não fará falta. Tem um dia para mandar tudo para mim e não quero saber de enrolação.   — Não vou...   Ele desligou.   Joguei o celular na cama com força.   Esse desgraçado pode me colocar em problemas se mandar tudo isso para minha família!         Acordei com meu celular vibrando sem parar, não tinha tempo para voltar a vibrar. Resmunguei sonolenta, hoje é sexta feira, deveria dormir até mais tarde.   Quem vai me ligar? Tive uma noite péssima e não preciso de mais motivos para ficar m*l hoje!   Sentei na cama pegando o celular e colocando na orelha sem nem olhar quem é.   — Alô? — perguntei com sono e raiva.   — Por que demorou para atender Elena? — Lara perguntou nervosa.   Arregalei os olhos.   — Estava dormindo, minha noite foi horrível, eu...   — Preciso que você venha para um galpão.   — O que? O que você andou bebendo essa noite? — sai da cama rindo de nervoso. — É brincadeira! Diz!   — Não, não estou brincando com você. Deve ser meio dia pelo tempo que sai de casa e acabei nesse lugar!   — Como você foi parar nesse lugar? Quer que eu avise seu pai..   — Não, não fala nada, apenas vem.   Isso só pode ser uma brincadeira do Pakhan comigo, ele está com minha melhor amiga, usando ela para atrair sua isca.   — Russo. Ele quem armou tudo isso não é?   Não ouvi resposta dela.   — Alik estará esperando por você, melhor dar um jeito de ir sozinha e sem soldados da sua família. — Russo exigiu.   — Você não faça nada com ela. — avisei entre dentes.   Ele riu.   — Ameaçando em vez de vir até a mim? Elena, posso mudar a localização e brincar com você, não teste minha paciência e esteja aqui.   Ele simplesmente desligou na minha cara!   Como vou sair de casa sem ninguém desconfiar por estar acompanhada do soldado de Russo?               Escolhi um vestido azul marinho curto, decote em v, manga longa. Resolvi usar a única arma que uma mulher tem à sua disposição, sedução.   A vida da minha amiga está em perigo por minha causa. Aposto que ele deve ter mandado Alik seguir Lara e ele levou minha amiga para um galpão.   Encontrei a governanta no fim da escadaria, Layla é muito fiel ao meu ded e logo me encarou preocupada.   — Para onde vai tão cedo senhorita?   Passei a mão no cabelo, sorrindo amarelo, não programei nada ontem e por isso essa surpresa.   Sempre aviso quando vou sair no dia seguinte.   — Layla, a minha amiga está vindo me buscar com os soldados dela para almoçarmos juntas. — expliquei sorrindo.   — O problema é que não tem ninguém em casa. O que irei dizer para o senhor Alexander?   — O que te falei. Ele não tem nada contra Lara e sua família, bom avise por favor  se ele e o meu papa perguntarem por  mim.   Sai andando rapidamente antes que ela avise aos soldados que seria melhor me prender e esperar uma autorização do meu ded.   Encontrei o carro que Alik está esperando por mim, os soldados da família olharam para mim.   Mas não deixei ninguém perguntar nada.   Entrei no carro rapidamente.   — Boa garota. — elogiou com um sorriso irritante.   — Que ideia seu chefe teve?   — Acho que os anos que passou na Espanha fizeram você esquecer como a Bratva funciona. — me encarou sorrindo.   — Ela está bem? — perguntei preocupada.   — Se você não fosse, ela não estaria. Vamos chegar logo, adorei o perfume.   Revirei os olhos.   Russo é um problema maior do que pensei.       Meu coração acelerou ao chegar no local.   Vários soldados espalhados que quando me viram sair do carro, colocaram os olhos em cima de mim de uma forma quente.   Deve ser minha roupa, pelo menos estou bem vestida para salvar minha amiga e dar o que ele quiser em troca de Lara sem nenhum arranhão.   Antes que pudesse entrar, Russo surgiu em minha frente, seus olhos azuis intensos olharam minha escolha de roupa.   Mas logo seu olhar foi em seus soldados.   Ele não disse nada, os soldados se afastaram, sem olhar para trás.   — Entregue sem nenhum arranhão. — Alik disse.   — Bom trabalho, venha comigo. — sorriu provocante.  Segui ele tentando controlar meus instintos e não cometer uma loucura.   Ele me mataria se ganhasse um tapa na cara.   Lembro de ouvir sobre a impiedade da Bratva e principalmente de vários chefes que comandaram nossa máfia durante anos.   — Você é louco. Como pode sequestrar Lara? — questionei irritada.   — Sem ela você não iria vir com suas próprias pernas até aqui. Apenas usei ela para conseguir atrair você.   Descemos até uma espécie de porão onde vi um homem preso em correntes, sangrando muito, machucados pelo corpo todo.    Avistei Lara sendo  vigiada por três soldados.   Russo fez um sinal com a mão e eles deixaram ela vir ao meu encontro.   — Desculpa. — pediu nervosa. — Eu não sabia dos planos do Pakhan, acabei colocando você nisso.   — Não se preocupe com isso. Vamos embora daqui agora! — garanti para ela.   — Ela vai, mas você não. — ele disse pegando no meu pulso.   O encarei sem entender.   — Como? — perguntei confusa.   — Ela vai voltar para casa e você vai almoçar comigo, Elena. É pegar ou largar, será que Lara aguentaria mais dias nesse lugar?   O desespero de Lara surgiu em seus olhos.   — Vou com você. — o encarei forçando um sorriso.   — Russo, o que você quer com ela? — Lara ousou perguntar.   Alik a pegou pelo braço.   — Você não faz perguntas hoje loira, vamos.   Assisti minha amiga sendo levada pelo soldado fiel de Russo.   — Vou ficar presa aqui? — o encarei nervosa.   — Falei em almoço e não em tortura. Você cumpriu o que exigi e agora temos um almoço, venha.     O restaurante escolhido por ele não foi o qual  acabei conhecendo Russo. É um restaurante de comidas famosas na Espanha, paralisei quando entrei no lugar.   Por que ele escolheu Espanha?   — Você gosta do cardápio espanhol? — questionei tentando achar uma resposta de um chefe da Bratva.   Ele pegou em meu pulso, seu olhar intenso paralisando meu corpo como uma hipnose.   — Sente-se.   Fiz o que ele pediu e logo o mesmo sentou de frente para mim.   — Lara não faz parte disso. — o avisei séria.   — Não toquei nela, está inteira, considere isso um entendimento que ela não faz parte.   Apertei minha coxa para conter minha raiva.   Respirei fundo.   Levei minha mão ao decote do meu vestido, fingindo " arrumar" e deixando meus s***s visíveis para distrair Russo.   Seus olhos imediatamente pousaram ali.   Senti meu corpo quente ao seu olhar escuro e quente ao mesmo tempo.   — O que você quer de mim? — perguntei diretamente.   Ele sorriu mas não chegou aos olhos.   — Você.    — Sua noiva se chama Ayla.  — respondi rapidamente.   Ele levantou a mão e um garçom veio ao seu encontro.   — Quero duas taças de vinho tinto para começar.   Não pretendo ficar horas com ele!   O garçom saiu e eu aproveitei para observar o lugar.   Não encontrei os soldados dele por perto.   — Onde estão seus soldados?   — Apenas nós dois estamos aqui. Espanha foi onde você passou os últimos anos, antes de vir para Moscou. Deixou algo de importante lá? — perguntou me deixando confusa.   — Que tipo de pergunta é essa? Não vou responder nada.   — Sua tia e prima moravam com você. E Alonso fez parte da sua vida, um namorado que sua família não o conheceu. — sua voz é aço.   — Como conseguiu saber de tudo isso?   — Como seu avô conseguiu manter você longe dos meus olhos por tanto tempo?  — senti raiva e frustração de sua parte.   Sua pergunta me deixou surpresa e imóvel por uns segundos.   Acabei ficando de pé, mas na mesma hora lembrei da Lara.   Olhei para a mesa vendo seu celular perto dele.   Me sentei novamente sem opções.   Estou me sentindo uma i****a!   — Quero ir embora. — exigi nervosa.   — Não antes de ouvir o que aconteceu com seu ex.   Meus olhos se arregalaram.   — Você...   — Ele estava te ameaçando e exigindo dinheiro. Mas ele está morto agora e seu passado na Espanha morreu junto com ele.   — O que você ganharia com isso?   O garçom trouxe as taças, precisei tomar o vinho para raciocinar e não perder o controle.   Ele matou Alonso...   — Não faz sentido. — o encarei. — Por que você iria revirar minha vida na Espanha e matar Alonso?   Ele tocou em meu pulso.   — Está gelada. — fez um carinho no local e depois agarrou o mesmo. — Eu te avisei que te queria e não iria descansar até conseguir o que eu quero, você.   — Sou livre e quero ficar longe de problemas. — avisei o fazendo rir sombrio.   — Você era livre, Elena. — corrigiu. —  Escolha alguma coisa para pedir, tenho que falar com seu avô e você estará presente.     m*l toquei na comida e logo ele mandou entrar no carro, nervosa e perdida é a mistura de sentimentos que está tomando conta de mim.   Entrei em seu carro procurando ficar longe dele e talvez impedir que ele vá até o meu ded e fale qualquer coisa.   — O que você quer falar com meu ded? — o encarei.   — Você verá, não seja ansiosa. — disse enquanto tirou os olhos do celular para mim.   — É melhor você não provocar uma guerra por capricho. Sua boate tem mulheres de vários lugares, escolha uma para acabar com... o que for que quer comigo. — exigi nervosa.   Ele riu debochado.   Seu olhar traiçoeiro me prendeu e em um segundo ele tinha capturado meus cabelos obrigando a estar cara a cara com o mesmo.   Sua boca tomou a minha, empurrei ele, tentando não fazer isso e sair desse maldito carro.   Mas quando ele percebeu que não iria deixar ele me beijar mais profundamente, Russo mordeu meu lábio, beijando depois várias vezes.   Estar presa contra ele deixou meu corpo quente e arrepiado, meus pelos estão arrepiados. Ele encostou sua boca novamente na minha e dessa vez acabei deixando passagem para sua  língua.   Era tudo o que ele queria, ele aprofundou o beijo intenso, minhas mãos em seu pescoço, o beijo não é delicado é bruto, intenso.   Me afastei dele ofegante, Russo pegou no meu queixo não deixando meus olhos ficarem longe dos seus.   — Nunca me diga o que fazer. Poderia escolher você como prostituta e te  colocar em uma das minhas boates. — ameaçou com a voz rouca.   Levantei minha mão para bater na cara dele e obviamente ele pegou, impedindo o ato.   — Não sou prostituta! — rosnei em resposta.   — Apenas te dei um aviso.   Quando ele me soltou procurei ficar longe.   — Você me beijou e não é nada meu. Posso abrir minha boca para meu ded assim que chegar na minha casa.   Ele riu.   O encarei mantendo minha ameaça no ar.   — Então a neta de Alexander Pietrova está ameaçando o Pakhan? Gosto da sua rebeldia em tentar escapar de mim. Mas ninguém tem nenhuma porcaria de controle sobre mim, Elena, acha que me ameaçar mudaria alguma coisa? — riu debochado.   — Você deveria estar comandando um m******e ou algo desse tipo. Não indo até o meu ded com uma conversa barata.   — Posso fazer os dois. — respondeu ganhando minha atenção. — Quando estiver falando com seu avô, irá entender de uma vez o que eu quero.   O carro parou.   Um nó se formou na minha garganta ao ver minha casa.   Sai do carro tentando ficar calma, Russo passou por mim, acabei indo atrás, meu ded estava chegando na sala principal quando viu Russo em nossa casa.   — Russo. Não sabia que viria, algum problema?   — Quero falar com você Alexander, sua neta deve estar presente também. — exigiu deixando meu ded confuso.   — Elena ouça então, mas fique quieta.   Assenti levando minha mão para minha boca.   Fechei os olhos por um momento.   Russo cumprimentou ele com um aperto de mão.   Ded sentou no sofá, ele parece estranhar essa visita, mas não está nervoso.   — O que você quer falar?   Russo olhou diretamente para ele.   — Acho que sua neta já sabe que o nome dela é muito comentado para o matrimônio por muitos dentro da Bratva.   Meu coração começou a acelerar desesperadamente.   — Sim, mas meu filho está controlando a situação.    — Também estou controlando essa situação. — revelou. — Não quero saber de propostas para Elena e muito menos de soldados, capo, seja quem for vir até sua neta e fazer uma proposta.   Ded o encarou desconfiado.   — Russo, por que o interesse em evitar que Elena tenha um marido? Omiti algo que não deveria e sei que nossa confiança foi quebrada.   Russo riu sombrio.   Ele se aproximou de meu ded.   — Sua pior opção foi esconder ela de mim por medo que escolheria ela. Sabe que a confiança é muito importante para mim e a Bratva, mas respondendo sua pergunta, Elena é o meu interesse.   Segurei na parede quando vi a cara de espanto, surpresa, medo e até nervoso do meu ded.   — Mas você está noivo! Tem um acordo com a máfia alemã e Ayla Muller. Minha neta não irá se meter nessa situação, como isso aconteceu? — agora ele disse olhando para mim.   Russo o encarou com um olhar frio e perturbador.   —  Não lembro de existir uma lei que me proíba de escolher uma mulher, Alexander. Sua neta não é casada e se fosse isso também não seria um problema para mim e você sabe disso.   Ded ficou em pé.   — Você está comprometido!   — Não irei me casar, posso te garantir. — afirmou sério. — Nada irá me impedir de ter a Elena. Alexander tenho um respeito por você por ter sido conselheiro do meu pai e estar presente na Bratva da minha família. Mas não tente bater de frente contra mim e muito menos entrar no meu caminho. — ameaçou meu ded.   Dentro da nossa própria casa!   O rosto do meu ded está vermelho   — Elena suba para seu quarto agora e não saia de lá! — sua voz saiu num tom que jamais ouvi.   Frio.   Olhei para Russo que assistiu minha saída da sala imediatamente. 
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