Passei dias remoendo aquela cena no hospital. A cada vez que fechava os olhos, eu via de novo o braço dele envolvendo a cintura dela. Via o olhar frio dele sobre mim, a forma como a palavra “namorado” saiu da boca de Isadora como uma sentença definitiva. Não era raiva. Não era ódio. Não era sequer inveja. Era… vazio. Um buraco profundo que me consumia por dentro. Eu nunca imaginei que, depois de tudo que vivi, depois de enfrentar o meu pai, Lara, as traições e disputas de poder, o golpe mais duro da minha vida viria em algo tão simples: a mulher que eu amava de verdade, de corpo e alma, já estava com outro. E eu sabia, lá no fundo, que eu tinha demorado demais. Por dias, fiquei preso a uma batalha interna: insistir, lutar, tentar arrancá-la de volta para mim? Ou… aceitar? Eu pensei

