A primeira rachadura

1620 Palavras

Eu não sabia exatamente por que ainda fazia aquilo. Talvez fosse masoquismo, talvez fosse amor demais. Mas ali estava eu outra vez, dentro de um carro anônimo, boné baixo, vidros semi-abertos, seguindo os passos de Isadora e Gustavo pelas ruas movimentadas de uma noite qualquer. O hospital havia sido o ponto de partida. Eles saíram juntos, como sempre, rindo de algo que só os dois compartilhavam. Eu, à distância, engoli seco e liguei o motor. Dirigiam devagar naquela noite, como quem não tinha pressa de chegar. O carro deles parou num bairro boêmio da cidade, onde bares iluminavam a rua com letreiros coloridos e gente caminhava entre mesas ao ar livre. Estacionei duas quadras atrás, meus olhos fixos na silhueta deles descendo do carro. Havia música ao longe, gargalhadas, cheiro de churr

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