DANTE
Nunca achei que sangue me abalasse. Vi muito. Causado muito. Fiz homens gritarem por misericórdia e deixei outros em silêncio eterno. Mas nada... nada, nem nos becos de Nápoles, nem nos porões de Palermo, se comparava àquele momento.
Porém, o mundo parou no instante em que vi os olhos de Catarina virarem.
Ela soltou minha mão, os lábios entreabertos, e o corpo tombou de lado.
— Catarina!
O grito saiu de dentro de mim como um trovão.
O bebê, enrolado na manta branca, chorava em meus braços, pequeno demais, frágil demais para esse mundo imundo. Eu m*l consegui sentir a alegria de segurá-lo. Tudo o que eu via era o sangue — demais sangue — se espalhando entre as pernas dela, encharcando os lençóis e escorrendo pelo chão.
A enfermeira, Sindy, estava ajoelhada entre as pernas dela,
