EMERSON NARRANDO Desde o momento em que pedi pra Fernanda dar um pulo lá em casa pra ver se tava tudo certo, eu já tava com uma pulga atrás da orelha. Só que, depois da ligação dela, essa pulga virou um enxame inteiro. Tinha alguma coisa errada. E eu conheço a Taís, conheço cada olhar, cada movimento. A reação dela não bateu. Estranha demais. Liguei pra Fernanda de novo, querendo ouvir da boca dela se eu tava ficando paranoico ou não. — Ela parecia nervosa — Fernanda disse. — Queria entrar logo, não quis papo. Nem olhou na minha cara direito. Na hora eu gelei por dentro, mas por fora o sangue ferveu. Perguntei se o portão tava trancado, se a casa tava como eu deixei. — A corrente do portão tava arrebentada. Foi o que bastou. A raiva subiu como fogo na minha garganta. Aquela desgraçad

