Capítulo 45. Descoberta de Anélisse.

441 Palavras
Anélisse ainda estava deitada quando ouviu batidas suaves na porta. — Entre— murmurou com a voz sonolenta. A porta se abriu devagar, revelando Georgina, sua irmã mais nova, com o rosto pálido e os cabelos desalinhados. Ela fechou a porta rapidamente atrás de si, o olhar inquieto. — Annie... precisamos conversar. Anélisse se sentou na cama, o coração já acelerando com o tom sério da irmã. — O que houve? Georgina olhou para os lados, certificando-se de que estavam sozinhas. Depois se aproximou, falando em um sussurro quase trêmulo: — Eu ouvi mamãe e papai discutindo agora pouco..E... não sei como te dizer isso. — Diga logo— pediu Anélisse, agora completamente desperta. — Papai quer mandar você embora. Anélisse congelou. — O quê? — Ele disse que vai escrever para o tio Edward, em Boston. Que você vai passar um tempo lá... ou talvez morar de vez. Disse que “é o único jeito de cortar o m*l pela raiz”. Por um momento, o quarto pareceu ficar menor, o ar mais pesado. — Ele vai me mandar embora... só por causa de Mattheo.. Georgina mordeu o lábio, hesitante. — Annie, você precisa ter cuidado. Papai está furioso. Ele acha perigosa a sua aproximação com Mattheo.Disse que prefere te ver longe do país do que sob influência de um Ross. Anélisse passou as mãos pelos cabelos, se levantando e começando a andar de um lado para o outro. O coração batia rápido demais. — Ele n******e fazer isso comigo. Eu não vou. — Você sabe que ele pode, — respondeu Georgina baixinho. — E se ele resolver te mandar hoje mesmo? Ele parecia decidido, Annie. Disse que “quanto antes, melhor”. O medo deu lugar à determinação. Anélisse olhou pela janela ,o jardim onde tantas vezes viu Mattheo à distância. — Então eu tenho que falar com ele antes que isso aconteça. Georgina arregalou os olhos. — Você está louca? Se papai descobrir — Ele não vai descobrir, — interrompeu firme. Georgina, mesmo assustada, a observava sem saber se devia impedi-la. — Você ama o Mattheo? — perguntou num fio de voz, mas, sinceramente curiosa Anélisse parou por um instante, o olhar perdido no reflexo do espelho.Depois respondeu com serenidade: — Eu não sei... Só sei que não quero ficar longe dele. Ela se virou para a irmã e, antes de aparatar, segurou sua mão. — Se papai perguntar por mim... diga que fui caminhar no jardim. Com um estalo seco, Anélisse desapareceu do quarto. Georgina ficou parada, o coração na garganta, murmurando para si mesma: — Espero que saiba o que está fazendo, Annie.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR