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1301 Palavras

PENÉLOPE NARRANDO A porta ainda tava vibrando do jeito que ele bateu quando saiu. Ficou aquele silêncio pesado na casa inteira, um silêncio que parecia zombar de mim, cutucar o meu peito, jogar na minha cara que ele virou as costas pra mim como se eu fosse qualquer uma. Fiquei parada no meio do quarto, respirando rápido, o cheiro dele ainda preso no travesseiro que eu tinha jogado longe na minha crise. A raiva vinha quente, subindo pela garganta igual vômito. Eu tava tremendo, mas não era de medo. Era de ódio. Ódio dele sair. Ódio dele esconder o celular de mim. Ódio de eu amar ele desse jeito doente que me faz esquecer qualquer merda que ele faz. Sentei na beira da cama, puxei o cabelo pra trás com força e deixei as lágrimas caírem, mas não era choro triste não. Era choro de desespero

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