Em busca das sensações. ( Pietro)

1562 Palavras
"As vezes o calvário começa e nós não percebemos, só ficamos cientes quando começamos a sangrar." Por: Pietro. Meus olhos se fixam na imensidão abaixo dos meus pés. Observo a cidade iluminada em plena madrugada, apoiado no parapeito da minha cobertura em Catanzaro. Numa mão seguro um copo de uísque e entre meus dedos, um cigarro de maconha. Sinto o vento gelado atingir meu tronco nu, tomo mais um gole da bebida e dou uma tragada no cigarro, tentando acalmar meus nervos. Minha mente está em completa confusão, a menina não sai dos meus pensamentos. Há dias, não sei como, mas consigo sentir o seu cheiro, como se ela estivesse a dois passos de mim. " Que merda está acontecendo comigo?"- indago, dando uma golada no líquido ambar. Penso que talvez seja falta de sexo. Desde que cheguei, ainda não dei uma boa trepada. Foi trabalho atrás de trabalho. Cogito que isso pode ser o pivô de tudo. A última mulher com quem estive foi ela. Entro e decido sanar esse problema. Tomo um banho rápido, me troco e sigo para um dos bordéis da famiglia. Ao chegar, sou recepcionado por Cosimo, um dos responsáveis por gerenciar o bom andamento da casa. _ Buona notte, Sottocapo. _ Boa noite, Cosimo. - falo, olhando para o local bem movimentado. Vejo rostos conhecidos em uma mesa e sigo até lá. _ Boa noite. - falo, me sentando numa das poltronas confortáveis. _ Mais calmo, Pietro? - Leonardo pergunta, enquanto uma ruiva tem a mão enfiada dentro de suas calças. _ Nunca estive nervoso, apenas não gosto de perder o controle das coisas e, por um erro de Gianne, quase que não conseguimos executar o nosso intento. - falo, percorrendo meus olhos pelo local, focando nas mulheres que andam semi-nuas entre os homens. _ Meter a cara sozinho naquelas malditas ruínas e quase levar uma chuva de balas, mostra o quanto você está calmo! Vai se lascar, Pietro, desde que você chegou, não é mais o mesmo! - Matteo fala colérico, tendo o ombro enfaixado onde o esfaqueei. _ Veja o tom de voz com que fala comigo, ou terei o maior prazer em te arrancar a língua. - falo áspero- não vou levar em consideração nosso laço sanguíneo.- completo mordaz. Vejo três mulheres se aproximarem de mim, todas loiras com corpos esculturais. _ Olá, Pietro , que tal se nos subissemos pra uma brincadeira entre nós. Sei o quanto aprecia mais de uma na cama e... Interrompo a voz irritante da mulher. _ Se alguma de vocês ousar me tocar, deceparei suas mãos. - falo sem olhar para o trio. _ Nossa, que grosso! Vamos, meninas, o que não falta é homem por aqui. - Eleonora, uma das que eu costumava t*****r, fala, enquanto se afasta. Leonardo, Matteo e Gianne me olham surpresos. _ Que p***a você tem, nunca dispensou a Eleonora! E olha que não são todas as meninas daqui que gostam de ir para um quarto com você. - Gianne fala incrédulo. E é verdade, a loira é a que chega mais perto de semelhança física com a minha falecida esposa. No entanto, era uma morena baixinha que vinha infernizando meus dias, e eu queria colocá-la no res do chão, acabar de vez com essa veia de que somente ela me faz ter aquelas sensações abissais durante o sexo. _ Quero algo novo, cansei de comer sempre a mesma b****a. Faço um gesto sutil para Cosimo, que prontamente se apressa em me atender. _ O que tem de novidade na casa? _ Chegaram três meninas ontem, subchefe, mas não fazem o seu tipo. São duas morenas e uma n***a. _ Te perguntei se são do meu gosto ou não? - falo mordaz - Mande elas para o quarto que sempre ocupo. - ordeno, me erguendo do lugar e subindo as escadas. Finjo não ver os olhares estranhos que meus primos lançam em minha direção. Chego no cômodo que possui uma cama ampla posicionada bem no centro, cercada por espelhos, pego as balinhas, MD, despejando o pó diretamente na boca. Não demora para eu ouvir uma batida na porta. Olho para a mesma e por ela passam três mulheres trazidas por Cosimo. Perco meu ar quando vejo uma menina com os cabelos ondulados parecidos com os de Larissa. _ Você - aponto para a garota - se aproxime. - peço. A garota anda até minha direção em cima de saltos altos. Dou uma olhada em seu corpo, mais cheio do que o da garota de olhos verdes. Com dois dedos, eu ergo a cabeça da menina. Seus olhos escuros, sua boca grande de lábios finos me causam desapontamento. _ Ficarei com ela, pode levar as outras. - falo para Cosimo. _ Sim, chefe. Gostaria que enviássemos algo para o senhor beber? _ Não, apenas não quero ser interrompido. - aviso, pegando no cabelo da garota e sentindo a textura dos fios. _ Certo! - diz, fechando a porta. Deixo a menina e sigo até a folha de madeira, passando a chave. Me viro para a garota e retiro a minha blusa. Seus olhos olham para as minhas tatuagens com repulsa, muito diferente dos dela que quando me viu nu pela primeira vez me contemplavam. Ando até a mulher e retiro o seu sutiã. Acaricio seus s***s pequenos e flácidos. Aproximo meu nariz do seu cabelo, querendo captar o cheiro adocicado de morango, no entanto, não consigo sentir nada. _ Tire sua calcinha e se deite na cama, abra bem sua pernas quero poder ver sua buceta..- falo me afastando. Retiro meus sapatos, minhas meias e calça junto com cueca. Pego uma camisinha na carteira, já sentindo o efeito da droga deixando minha sensibilidade a flor da pele. Protejo meu p*u, doido para sentir o aperto da v****a que está escancarada em minha frente. Subo por cima da mulher penetrando em sua cavidade, arremeto em sua b****a, segurando seus braços acima de sua cabeça. Capturo seus lábios pintados de vermelho e o beijo aguado faz com que eu afaste minha boca da sua. Frustrado, intensifico os movimentos e as porras das sensações não vem, meu corpo somente transpira pelo esforço. Seus gemidos captados por meus ouvidos são como arranhões feitos em azulejos. _ Abre mais essas pernas, frígida do c*****o!- grito fora de mim. A garota me olha assustada, aperto com mais intensidade seus pulsos. _ Chora c*****o! - A mulher fica atemorizada com meus arroubos coléricos. " Larissa sempre chorava quando me tinha dentro dela, e eu amava beber de suas lágrimas." - a p***a do pensamento que passa por minha mente me inerva mais ainda. Olho nos olhos dela procurando a emoção que aquelas duas esmeraldas refletiam quando eu estava possuindo o corpo da garota, mas não encontro absolutamente nada. Não eram os olhos dela ali. Não era ela ali embaixo de mim, me recebendo. " É só meter, Pietro, quando você gozar. Vai acabar essa sua fixação em cheiros e sabores." - falo mentalmete. Vejo a testa da menina começar a porejar de suor. A cama sacode conforme nossos sexos se chocam. " Vamos p***a, acontece, chega logo! Não pode acontecer só quando eu trepava com ela, não pode!"- brado em meu íntimo, buscando pela energia que percorria meu corpo quando o ápice estava próximo. O orgasmo chega, fraco, desinteressante, sem viço e os tremores não me acometem, fico puto, saio de cima da mulher. Vibrando de ódio. " Que desgraça, aquela menina fez comigo, p***a!"- penso fora de mim. _ Cai fora, c*****o! - grito para a garota que se levanta da cama tendo os seus olhos arregalados, ela cata suas peças íntimas e atravessa aporta desesperada. _ Cazzo! Cazzo! Cazzo!- grito, puxando os fios do meu cabelos. Irritado, pego minhas roupas do chão, visto e calço meus sapatos. Desço as escadas com o sangue fervendo, empurro quem vejo pela frente, pego uma garrafa de vodka que um garçom levava para uma das mesas e viro o líquido na minha boca. Saio como um raio do local, levando a bebida comigo e entro inflamado no meu carro. _ Haaa ! c*****o! - berro totalmente fora do eixo. Ligo o veículo e acelero como um louco pelas ruas da Calábria, com meus pensamentos sendo bombardeados por imagens dela. Soco a p***a do volante, enquanto afundo o pé no acelerador. Pego a garrafa e bebo vários goles da bebida. " Nem a filha da p**a da droga, trouxe as sensações que ela me trouxe!"- penso transtornado. _ p***a, Larissa, o quê você fez comigo ragazza!- vocifero dentro do carro. Furo os sinais de trânsito, sem saber para onde ir. Menos de uma hora depois, estou estacionando na Spiaggia La Sorgente, na cidade de Reggio Calábria. Desço do veículo me sentindo sufocado; meu peito aperta tanto que parece ter uma mão esmagando meu coração. Escuto as ondas leves batendo na areia, enquanto meus pés esmagam as pedras presentes no chão de terra. Desço até a margem, caminho com uma sensação estranha me consumindo por inteiro. Olho para o céu estrelado em toda a sua magnitude. Elevo meus braços para a imensidão acima de mim, me sentindo perdido. _ Dio Santo, que porcaria é essa que estou sentindo! - grito para o céu tentando obter alguma resposta. No entanto, escuto apenas os barulhos típicos da noite e um silêncio sendo arranhado dentro de mim.
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