Às três da manhã, deixo os meus homens me guiarem até o avião.
— Senhor. O piloto me cumprimenta com uma saudação cordial, enquanto a comissária de bordo me olha provocativamente. — Faremos uma escala em Madri e depois manteremos um voo discreto.
Eu simplesmente aceno com a cabeça e vou para o meu assento.
— Posso ajudá-lo em alguma coisa, Sr. Frost? Pergunta a assistente sedutora, com um tom que sugere muitas coisas.
Acaricio o meu queixo lentamente, pensativo, observando a sua figura. Loira, pequena e travessa... Uma combinação perigosa. Ela tem um pouco dos dois.
— Vamos ver, o que a senhora pode me oferecer, bela dama.
— O que desejar, senhor. Ela não se intim*ida com a minha ferocidade. Pelo contrário, acho que a excita mais.
— Você serve.
Solto o cinto de segurança, levanto-me e sigo em direção ao quarto privativo do avião, ciente dos passos sensuais que me seguem.
—Siga-me. Ordeno antes de entrar no quarto. — Vá para o meio do quarto. Instruo enquanto me sento na cama, encostado na cabeceira. — Tire a roupa.
Eu me acomodo enquanto abro o zíper da minha calça, liberando a minha poderosa ereção.
É hora de brincar.
— Agora você vai se tocar. Continuo exigente, acariciando levemente o meu p*au que nunca dorme. — Você vai se acariciar sem se mexer, de olhos fechados, imaginando que sou eu fazendo isso. Você vai se dar prazer, mas não vai conseguir.
— Como...?
— Você não vai go*zar. Silencio-a com um simples gesto. — Você não vai atingir o êxtase, não importa o quanto queira. Você vai resistir, porque senão, você estará acabada. Entendido?
— Sim.
— Sim, o quê? Exijo.
— Sim, senhor.
— Eu gosto disso. Afirmo. — Quando quiser começar, querida.
Os seus dedos curiosos tocam a sua pele nua à vontade. Ela morde os lábios, contendo os gemidos, e eu me concentro no meu próprio prazer. A loira sensual está diante de mim, pronta para qualquer coisa, mas não consigo parar de me lembrar dos seus olhos cinzentos na escuridão da noite, junto com o gosto de Moët em lábios trêmulos, mas determinados.
O nódulo cresce, pulsa sob as minhas carícias, e eu imagino o que eu poderia fazer com aquele corpinho esguio.
Eu me despeço numa onda de sensações, apenas para ver a comissária de bordo cruzar as pernas, segurando a liberação que eu a proibi de liberar.
— Por favor. Ela implora delirantemente. Mesmo assim, permaneço firme. — Por favor, senhor!
— Pare de se tocar. Ordeno bruscamente, e ela obedece, magoada com a parada abrupta, enquanto vou pegar as suas roupas. — Vista-se e nem pense em tentar aliviar a tensão. Quero que você se lembre das consequências de tentar o Senhor Frost pelo resto da viagem. Vejo as lágrimas de frustração brotando nos seus olhos e corro para enxugá-las com os dedos antes que escorra por suas bochechas pálidas. Se tem uma coisa que não suporto, é choro feminino. — Esta é a sua lição do dia, preciosa. Não brinque com fogo na frente do Di*abo, porque você vai queimar no inf*erno. Me traga um café. Peço antes de retornar ao meu lugar e tirar a fotografia do meu casaco. — Estou indo te buscar, pequena. Espere só mais um pouquinho.
Leah
Entro no hospital como todos os dias, cumprimentando os meus colegas na recepção e balançando os quadris de um lado para o outro como aprendi há tantos anos — pelo menos parece muito tempo para mim. No entanto, nem tenho tempo de trocar de roupa quando o alarme dispara no Pronto-Socorro e sou arrastado para a entrada.
— O que temos? Pergunta um dos residentes quando chego ao seu lado.
— Acidente de trânsito em massa. Informa Riotti, chefe do Serviço de Traumatologia. — Portanto, preparem-se para manter a ordem em meio a um desastre.
As ambulâncias chegam juntas ao mesmo tempo, e então o caos se instala. Corro para onde estão me enviando, tratando de um ferimento abdominal considerável enquanto o médico alivia o paramédico com massagem cardíaca.
— Paciente do se*xo masculino, de dezesseis anos. Somos informados enquanto praticamente voamos pelo corredor com a maca. —Politrauma, hemotórax traumático e possível fratura craniana.
Oxigênio, epinefrina, desfibrilador; usamos todos os recursos por vinte minutos aparentemente intermináveis. Nós três, que cuidamos, sabemos que não há nada que possamos fazer, mas quando se trata de pacientes tão jovens, é difícil deixá-los ir.
O médico assistente balança a cabeça antes de se afastar e olhar para o grande relógio na sala de estar.
— Hora da morte, 8h34.
Dezesseis anos, dezesseis m*alditos anos, e ele morreu de repente. Esse garoto nem tinha começado a viver quando o seu atestado de óbito chegou.
Não tenho tempo para sentar e lamentar ou meditar, já que os vivos que restam precisam de mim, e volto ao trabalho. Depois de cinco horas exaustivas, consigo respirar um pouco e caminhar até o meu armário.
Olho para minha figura no espelho com arrependimento.
O meu cabelo está uma bagunça, a minha blusa de cinquenta euros está manchada de sangue, sinto vontade de chorar e não consigo parar de pensar naquele garoto.
De repente, uma sensação de sufocamento me invade e me troco rapidamente para sair do prédio em busca de ar fresco.
O dia de hoje só confirmou a minha teoria sobre a vida. É uma verdadeira bagunça. Somos escravos do tempo, das necessidades do nosso próprio corpo e vítimas das circunstâncias. No entanto, tendemos a nos agarrar a ele com unhas e dentes porque não temos escolha. Nascemos para morrer. Alguns morrem mais cedo que outros, mas, no final, todos acabamos no mesmo lugar.
— Dia de mer*da. Murmuro para mim mesma.
O orgulho de ter sobrevivido ao meu aniversário há duas semanas foi lentamente substituído pela frustração. Não sei mais o que estou fazendo ou para onde estou indo. Estou cansada das escapadas nos bastidores, das noites solitárias no apartamento e até comecei a invejar a vida da minha melhor amiga. Sei que ela está lutando a própria batalha, mas pelo menos encontrou o seu lugar no mundo e conhece o caminho para a felicidade.
Eu, por outro lado, nem sei por que existo, se fui um erro da natureza. Nada mais me preenche e sinto-me mais melancólica do que nunca. Embora isso possa ser porque estou menstruada e fico geralmente com os hormônios muito altos.
— Você está bem? O Dr. Riotti se aproxima de mim de surpresa.
Nossa, eu gosto desse homem. Leo Riotti é um daqueles quarentões maduros que você vê na TV e implora para ser o seu s*********y. Já fiquei com ele algumas vezes sem ir muito além, e ele beija como um deus.
Na verdade, a maioria dos médicos aqui são gatos. Suspeito que a popularidade deste hospital se deva, em parte, à equipe masculina. Ter aqueles rostos e aqueles bíceps deveria ser um crime.
— Sim. Respondo com um sorriso. — Eu simplesmente odeio quando perdemos pacientes tão jovens.
— É uma pena. Ele comenta, parado ao meu lado. — Uma das regras mais básicas que nos ensinam na faculdade de medicina é que você não pode salvar a todos, mas você não entende a verdade dessas palavras até vivenciá-las em primeira mão.
— Acho que declarar a hora da morte é a parte mais triste e difícil da sua profissão.
— Não. Ele objeta, com as mãos enfiadas nos bolsos do jaleco branco. — A pior parte de tudo é contar para a família.
— Desculpe. Solto um pequeno suspiro. — Vocês, médicos, levam a pior.
— Mas também o melhor salário. Ele zomba, adicionando um toque de humor à atmosfera excessivamente melancólica. — Não se arrependa, Leah. Eu nunca me arrependerei se tiver escolhido a minha profissão. Você não esquece os rostos daqueles que morrem nas suas mãos, mas também não esquece os sorrisos das pessoas cujas vidas você salva.
— Muito poético da sua parte, Dr. Riotti. Eu o elogio, meio zombeteiramente. — É um fardo grande demais para eu suportar. Foi por isso que optei pela enfermagem.
Isso e a falta de financiamento. Acrescenta o meu subconsciente.