107

1076 Palavras

Maia Narrando Eu ainda tava com o rosto inchado, o corpo mole, a cabeça zonza como se tivesse levado uma porrada que não foi física — foi por dentro. Sabe quando o coração parece que tomou um soco e ficou lá, encurvado, tentando bater devagarzinho pra ver se ninguém percebe? Era isso que eu tava sentindo. O Dante me levou pra casa calado. Braço no meu ombro, a outra mão firme no volante. A cara dele ainda tava fechada. A mandíbula travada. O maxilar dele pulava de tempo em tempo. Ele não tava calmo. Nem um pouco. Mas ele tava tentando. Tentando por mim. A gente entrou, ele trancou o portão, fechou as cortinas, desligou o telefone. Me sentou no sofá como se eu fosse de vidro. — Quer água? — ele perguntou, com a voz mais baixa que eu já ouvi sair da boca dele. Eu só balancei a cabeça. E

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR