Dante narrando O estrondo me tirou do sono com o coração na boca. Começou com os fogos, mas no segundo seguinte, o som dos tiros rasgando o ar me fez levantar igual um demônio do inferno. Meus olhos nem tinham ajustado direito à luz quando o rádio, largado no criado-mudo, começou a chiar frenético. — Atenção, atenção! É a p***a da polícia subindo! Tem caveirão, tem o CORE, tem ACORE… tá vindo pesado! — c*****o… — murmurei já levantando no impulso, batendo o pé no chão com força, o coração acelerando no peito. A Maia se virou na cama, assustada, a cara ainda inchada de sono, a camiseta fina colando no corpo. — Que que tá acontecendo, Dante? — Operação — respondi já cruzando o quarto a passos pesados, abrindo a porta do banheiro. Entrei no chuveiro num tranco só. A água gelada desceu

