MAYA NARRANDO A luz entrava devagar pela fresta da cortina, esquentando só a beirada da cama. Meus olhos abriram pesados, ainda grudados de sono, e a primeira coisa que eu senti foi o cheiro. O cheiro dele. No travesseiro, no lençol… em mim. Respirei fundo, puxando o ar como quem quer guardar aquilo pra sempre. Minha mão escorregou pela barriga, subiu devagar até o rosto, e eu sorri. Sozinha. De olhos fechados. A primeira coisa que pensei foi: aconteceu. Aconteceu. E não foi sonho, não foi provocação, não foi impulso. Foi real. A noite toda. Eu senti cada segundo. Cada toque. Cada palavra dele no meu ouvido, cada vez que ele disse “tu é minha”, cada arrepio que percorreu meu corpo inteiro. Eu dei pra ele. Me entreguei como nunca pensei que conseguiria. E agora eu tava aqui. Deitada na

