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1000 Palavras

Vicente Narrando Ela estava cansada. Chorando desde que chegou. O rosto ainda marcado pelos hematomas, o corpo encolhido no sofá como se quisesse desaparecer dentro dele. Jéssica sempre teve um ego enorme, uma vaidade que a cegava. Mas hoje… hoje ela era só poeira. Eu me aproximei devagar, com a voz calma, suave, como quem cuida. — Você precisa descansar — falei. — Dorme um pouco, Jéssica. A gente continua amanhã. Amanhã a gente pensa melhor. Planeja. Vai dar tudo certo. Ela balançou a cabeça, ainda meio tensa. — Vicente… e se não der certo? E se ela nunca me perdoar? — A Maia é sua filha. No fundo, ela ainda precisa de você. Só não enxerga isso agora. Falei baixo, sentando ao lado dela com um copo de água e dois comprimidos. — Toma isso. É só pra você conseguir dormir. Pra acalmar

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