ondas

1007 Palavras
E eu me encontrava em um banco do onibus escolar, com uma roupa de praia informal e uma sensação na boca do estômago, de que algo precisava acontecer naquele momento pra que eu me sentisse bem, quando pouso minha toalha no banco ao meu lado sou surpreendido por Jung a recolhendo e sentando ao meu lado. Não sei Jung, me sinto estranho aqui, são todos veteranos - digo isso enquanto olho em minha volta São lindos... - ele diz fitando com desejo todos que andavam pelo onibus Animado Shik? - sinto a felicidade de Jung invadir o onibus São mesmo - digo meio desanimado Muita competição não é? - ele diz num tom malicioso Não estou preocupado! - digo olhando pela janela do onibus desanimado Se eu fosse você também não estaria, você é um cara legal ShinShik, divertido, engraçado, gentil, atraente e tem toda dominância que alguem que só como você tendo a sua personalidade teria... - ele diz enrubecendo Que meigo Jung... - enrubeço junto e tento descontrair a situação - o que está lendo? Meu livro favorito E qual seria Yeye? Meu pé de laranja lima eu adoro quando você lê para mim, leria um trecho? Eu já estou na metade... Está tudo bem eu apenas quero me distrair Deito no colo de Yeye esperando que a leitura comece, aqui é confortável e quente como sempre e ainda é um lugar em que eu esqueço dos meus problemas Começa Yeye Jung-ah! Tudo bem. " A PRIMEIRA COISA e muito útil que a gente aprendera na Escola, eram os dias da semana. E dono dos dias da semana, eu sabia que “ele” vinha na terça-feira. Depois descobri também que ele uma terça-feira ia para as ruas do outro lado da Estação e na outra, vinha para o nosso lado. Foi por isso que nessa terça-feira eu gazeteei a aula. Nem queria que Totóca soubesse; senão teria que pagar bolas de gude para ele não contar em casa. Como era cedo e ele deveria aparecer quando o relógio da igreja batesse nove horas, eu fui dar uma volta pelas ruas. Ruas sem perigo, é claro. Primeiro parei na Igreja e dei uma olhada nos santos. Sentia um certo medo de ver as imagens paradas, cheias de vela. As velas piscando faziam o santo piscar também. Não sabia ainda se era muito bom ser santo e ficar o tempo todo parado, parado. Dei uma volta pela sacristia e seu Zacarias estava tirando as velas velhas dos castiçais e colocando as novas. Juntava um bando de toquinho em cima da mesa. — Bom dia, seu Zacarias. Ele parou, colocou os óculos na ponta do nariz, fungou, desvirou-se e respondeu: — Bom dia, menino. — O senhor quer que eu ajude? Meus olhos devoravam os toquinhos de vela. — Só se você quiser atrapalhar. Não foi pra aula hoje? — Fui. Mas a professora não veio. Ficou com dor de dente. — Ah! Aí ele tornou a se desvirar e colocar os óculos na ponta do nariz. — Que idade você tem menino? — Cinco. Não, seis. Seis não, cinco mesmo. — Afinal cinco ou seis? Pensei na Escola e menti. — Seis. — Pois com seis anos já está bom de começar o Catecismo. — E eu posso? — Por que não? É só vir toda quinta-feira às três horas da tarde. Quer vir? — Depende. Se o senhor me der os toquinhos de vela, eu venho. — Para que você quer toco de vela? O d***o já me cutucara uma coisa. Menti de novo. Reuni os toquinhos e meti no meio da sacola com os cadernos e as bolas de gude. Estava delirante. — Muito obrigado, seu Zacarias. — Olhe lá, hem? Quinta-feira. Saí voando. Como era cedo dava tempo de fazer aquilo. Corri para defronte do Cassino e quando não vinha ninguém, atravessei a rua e passei o mais depressa possível os toquinhos de cera na calçada. Depois voltei correndo e fui esperar sentado na calçada de uma das quatro portas fechadas do Cassino. Queria ver de longe, quem ia escorregar primeiro. Já estava quase desanimado de esperar. Subitamente, pluft! Meu coração deu um pulo, Dona Corinha, mãe de Nanzeazena, saiu com um lenço e um livro no portão e começou a dirigir-se para a igreja. — Virgem! Logo ela que era amiga de minha mãe e Nanzeazena amiga íntima de Glória. Nem queria ver. Abri num carreirão para a esquina e parei para olhar. Ela se tinha esborrachado no chão e xingava. Juntou gente para ver se ela se machucara, mas pelo jeito de xingar ela devia ter só ralado um pouquinho. — São esses moleques sem-vergonha que andam por aí. Respirei aliviado. Mas não tão aliviado que deixasse de perceber que uma mão por trás me segurou a sacolinha. — Aquilo foi coisa sua, não foi, Zezé? Seu Orlando-Cabelo-de-Fogo. Logo ele que fora nosso vizinho tanto tempo. Perdi a fala. — Foi ou não foi? — O senhor não conta lá em casa? — Não vou contar. Mas venha cá, Zezé. Dessa vez passa porque aquela velha é muito linguaruda. Mas não torne a fazer isso que alguém pode quebrar uma perna. Fiz a cara mais obediente do mundo e ele me soltou. Voltei a rondar o Mercado, esperando que ele chegasse. Antes passei na confeitaria de seu Rozemberg, sorri e falei para ele: — Bom dia, seu Rozemberg. Ele deu um bom dia seco, e nada de dar doce. Filho da p**a! Só dava mesmo quando eu estava com Lalá. — Pronto, lá vai ele. Nessa hora o relógio bateu as pancadas das nove horas. Ele nunca falhava. Fui seguindo os seus passos à distância. Ele entrou na Rua do Progresso e parou quase na esquina. Depositou a sacola no chão e jogou o paletó sobre o ombro esquerdo. Ah que linda camisa de xadrez! Quando eu ficar homem só vou usar camisa assim. E ainda por cima ele tinha um lenço vermelho no pescoço e o chapéu caído para trás."
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