Amaldiçoado

Capítulo 1

Depois de anos fugindo decidi finalmente parar em um lugar e chamá-lo de lar. Estou em Darwin, Austrália.

Consegui um emprego e um pequeno território para caçar,uma pequena cabana e comecei a viver a minha vida, normalmente passava despercebido pelas pessoas, principalmente por minha aparência e isso é algo bom. Estou trabalhando em um parque de animais marinhos,alimento alguns filhotes de crocodilos e alguns tubarões. Não é o emprego perfeito mas é algo que paga minha comida então serve de alguma forma.

O alfa daqui já veio de informar comigo,deixei claro que eu não queria confusão e não queria me tornar parte de sua alcatéia,só queria um lugar para ficar. Depois de muita insistência de sua parte ele finalmente resolveu ir embora e esquecer que eu existo.

Seis meses passaram rápido aqui e agora eu estou como gerente de todo o parque,fiz alguns amigos como o Liphe que vive no meu encalço para que eu não me transforme. Ele sabe do meu segredo. Mas é um simples humano,agradeço a ele por não contar para ninguém e permanecer calmo diante dessa situação.

- Liphe,fecha tudo,eu preciso chegar mais cedo esqueci meu remédio. - Era assim que eu nomeava a poção que tinha que tomar para o auto controle.

Ela entende e faz sinal avisando que eu já posso ir. Arrumo minhas coisas e pego meu carro,devagar dirijo até a minha propriedade que fica bem afastada do parque,posso dizer até no outro lado da cidade. Gosto de morar dentro da floresta e trabalhar perto do mar,são duas coisas que me acalmam. Ao chegar em casa tiro parte das minhas roupas e vou comer algo antes de pegar a poção,mas alguém bate em minha porta,o cheiro denunciava que era lobo e a dominância denunciava que era o alfa.

- Em que posso ajudar alfa? - Abri a porta e coloquei o meu melhor sorriso mesmo que de nada valha.

- Olá Domínick,preciso conversar com você. - Seu olhar estava sério,tive medo que ele dissesse que tinha caçadores aqui por minha causa.

- Em que posso ser útil? - Normalmente faço sempre alguma coisa boba para ele já que me deixou ficar aqui,sua alcatéia não é muito longe e sou sempre muito bem vindo lá.

- O aniversário da minha companheira é amanhã e ela me pediu terras de presente,e as únicas que são próximas o suficiente para se unir a minha alcatéia é a sua,vim lhe fazer uma proposta. Venha morar conosco e me repasse seu território. - Devia ter tomado a poção assim que cheguei.

- Sinto muito alfa,mas desde que cheguei deixei bem claro que não queria fazer parte de nenhuma alcatéia,você concordou com isso e disse que eu poderia escolher um território,aqui é meu. - Seus olhos brilharam em vermelho,e eu estava controlando os meus para permanecerem da mesma cor.

- De início eu vim lhe propor um acordo. Mas se não estiver aberto a acordos acho melhor conversarmos mais sério. Quero que saia desse território! - Aquilo foi uma ordem,porém uma que não obedecerei.

- Alfa. Você tem uma família,uma alcatéia forte,uma cidade estabilizada. Tem um vasto território e eu só tenho isso. Por favor me deixe em paz. - Tentei fechar a porta mas ele pôs a mão no meio.

- Eu só quero esse pedaço de terra,tudo isso aqui pode ser seu de entrar para a minha alcatéia. - Acho que um dos meus erros foi contar a ele o que eu era e não lhe contar dos perigos que eu trago para uma alcatéia. Um alfa tem grande poder de tiver um Hispo em sua alcatéia,porém não é algo tão fácil de se controlar por isso o alfa que tem entre seu betas um Hispo tem respeito e temor de outras alcateias vizinhas.

- Sinto muito. - Não terminei de falar,ele me puxou para fora e me derrubou no chão.

- Ou sai! Ou vai morrer! - Não queria dizer que essas foram suas últimas palavras. Mas foram.

A b***a rasgou minhas roupas e se apoderou do meu corpo,junto com o alfa estavam seu Tau e cinco betas. Eu matei todos sem um pingo de piedade,suas cabeças estão fora do alcance da minha vista. Senti meus ossos quebrando de novo como uma primeira transformação,senti meu corpo aumentando de tamanho rápido e meu olhos ficarem de uma cor diferente,eu agora sou um alfa. A primeira coisa que fiz foi correr até a alcatéia e matar a família do antigo alfa,depois matei o que restou de seu betas,em seguida matei os ômegas um a um. Toda a alcatéia foi destruída, aquilo era um m******e. Quando voltei a minha forma humana estava todo ensanguentado mas não havia arrependimento,não havia dor nem culpa,só havia ódio. Apenas ódio. Isso é ser um monstro. Ser movido por um único sentimento capaz de destruir qualquer coisa que seja pura.