Capítulo 4

1350 Palavras
Hadassa Era molhado,pontudo,meu rosto estava encostado ali. Eu sentia as lágrimas descendo dos meus olhos mas dentro de mim nada mudou eu continuava impassível. Podia ouvir grilos, corujas e passos. Passos. Rapidamente me sentei olhei meu corpo e eu estava nua,minhas asas pareciam pesar toneladas será que elas sempre tiveram esse peso? Não conseguia levanta-las,meu corpo ainda não estava acostumado com a terra. Meus cabelos alaranjados estavam bagunçados e alguns fios se prendiam ao rosto. O vento trouxe a aura maligna,gélida e assombrosa da morte,eu sabia que eram eles que se aproximavam devagar e a espreita da escuridão das árvores. Eu podia sentir cada canto do meu corpo formigar e esquentar apenas com sua aproximação,era a morte que estava vindo. Meu corpo tremia e suava frio esperando o pior,meus olhos a todo instante procurava os donos de tal sensação,apenas o brilho dos seus olhos podiam ser vistos entre as árvores como se eles fossem cobertos de névoa n***a,como se a noite os amasse e me odiasse,como se cada centímetro daquele lugar esperasse para ver minha morte,afinal foi para isso que me mandaram aqui simplesmente para morrer pelas mãos deles. Nunca temi a morte porque ela nunca fez parte de mim,e também não fazia parte do nosso plano mas chegou a hora que ela finalmente vai mostrar o quanto deve ser temida. Um bafo frio e arrepiante passou por mim,estão brincando com a comida eles querem sentir o cheiro do meu medo e meu desespero pela vida. Eles só não contavam que eu não quero mais viver,prefiro morrer antes que me toquem,antes de sentir o que os humanos sentem e acabar querendo me matar como muitos deles fazem. Eu não aguento tais sentimentos,eu anseio a morte. Por isso estou parada observando seus movimentos,eles acham que nosso reflexo é humano é que não conseguimos vê-los,se enganam. Eu posso ver cada movimento em câmera lenta se eu quiser. Sei que eles estão tão próximos de mim quanto minha visão pode alcançar,meus pelos ficam eriçados só de pensar em como será a morte que eles trazem,se vai doer,o que vou sentir,são perguntas que pairam em minha mente e não tem como ser diferente. Eles param,já não correm apenas me observam por minutos que mais pareceram horas,eu estava quase implorando para que me matassem. Foi quando vi um deles dar o seu primeiro passo,e depois outro e assim todos que estavam atrás dele começaram a aproximar. Suas bocas salivavam como cachorros com raiva,seus olhos como de predadores vasculhavam todo meu corpo,eles veneram o corpo como algo precioso e o meu parece que lhes chamou a atenção. - Veja o que temos aqui rapazes,um belo banquete. - O primeiro vampiro a se aproximar falou farejando o ar. Ele tinha cabelos escuros que se misturavam com o ambiente,olhos vermelhos e pele clara. - Devagar,Buuch. Ela não é um anjo normal. Veja as asas dela. - Um outro vampiro sai das sombras e toca no ombro do primeiro denominado "Buuch". Esse tem cabelos da altura dos ombros e é loiro,sua pele é cinza e aparenta ter centenas de anos de fome,seus olhos são fundos e é bastante magro,seus olhos são negros e se misturam com as veias que rodeiam seus olhos. Ele é assustador. - O que acha que devemos fazer, Anrin? - Buuch perguntou sorrindo de lado como se fosse uma piada. Pelos nomes não me atreveria a me mover,sei que eles são de alta patente. - Esperemos o mestre,ele está chegando. - E então involuntariamente minhas asas se moveram e todos mostraram as presas para mim como um aviso "não se mova" e eu o fiz. Passado longos minutos sinto minha pele formigar novamente,todo o local ficou pesado como se o céu estivesse desabando,todos olharam em uma direção e eu por curiosidade fitei a mesma,uma névoa de escuridão para eu se dissipar quando ele se aproximara. Não aparentava ter mais de vinte anos mas sei que ele era mais antigo do que Anrin,seus olhos eram amarelos flamejantes,seus cabelos eram loiro platinado natural,seus lábios eram finos e seu maxilar rígido. Nariz arrebitado e sobrancelhas grossas o deixavam mais intimidador do que realmente parecia,sua postura era invejável e seu andar possessivo. A medida que se aproximava os outros vampiros davam espaço como se várias pessoas viessem com ele mas era algo relacionado a sua posição que preenchia todo aquele espaço vazio deixado pelos vampiros. Logo ele estava a minha frente encarando meus olhos heterocromaticos. Ele se abaixou e não quebrou o olhar,o mais instigante é que eu não tinha medo. Ele não me passava revolta,ou nojo,ou tremores como os outros vampiros ele me passava de certa forma "serenidade". Seu olhar parecia ler a minha alma,esquadrinhar meus pensamentos e intensões,em nenhum momento ele ameaçou me tocar ou proferiu alguma palavra contra mim. Ele apenas me olhava, penetrantemente. Minutos que pareceram horas,foi isso que senti embaixo do seu olhar. De repente ele tirou sua jaqueta,uma marrom de couro que aparentava ter sido recém comprada,a baixo dela ele vestia uma blusa vinho social com os primeiros botões abertos. Ele se levantou e deu a volta parando atrás de mim,minhas asas rapidamente se recolheram e sumiram,ele se abaixou atrás de mim e pôs a jaqueta em meus ombros,não esperei uma ordem vinda dele apenas vesti a jaqueta a fechando em seguida. Ele fez menção em me tocar e eu recuei,mais uma vez ele se abaixou. - Não sou como eles. - Seus olhos pareciam ter tirado um pessoa de culpa das minhas costas eu parecia estar sendo hipnotizada. Não me esquivei mais apenas aceitei que ele me pegasse no colo com cuidado. Não senti nada,seu toque foi como veludo em minha pele. Meus braços estavam encolhidos sobre meu peito,eu parecia uma pena em seus braços. Todos nos encaravam,como ele pode tocar em um anjo e não transpassar sentimentos? Todos o veneravam,ou o temiam. A passos pesados ele passava pelo mesmo caminho de onde veio mas logo esses passos desapareceram como se ele não pisasse mais no chão,como se levitassemos. Meus olhos se fecharam e o chicotear do ar batia forte em minha pele delicada,ele estava correndo em sua velocidade natural. A velocidade de um vampiro. Senti quando ele parou,estávamos em o que parecia um hotel,mas eu sabia que todos ali eram Vampiros assim como todos sabiam que eu era um anjo. A medida que ele passava pelas pessoas elas se curvavam perante ele e assim ficavam até que sua sombra também passasse. O local era todo pintado de dourado e vermelho,nunca tinha visto tanto luxo,várias flores e pessoas bem vestidas dominavam o local. O cheiro daqui para um sobrenatural fedia a podridão,para um humano comum cheirava a dinheiro. O local parecia ter saído de livros de tão lindo que era. Entramos em uma caixa metálica que nos transportou demoradamente até um quarto,ou melhor uma imensa casa. Vários móveis tomavam conta do lugar,as paredes eram pintadas de cinza e marfim enquanto os móveis eram de cores rústicas misturados com o vinho. Tomei a coragem de olhar sobre os seus ombros e vi que apenas Anrin e Buuch permaneciam conosco. Ele me colocou em algo que macio que eu não sabia o nome,sabia que era um móvel por causa de Nelyn,mas o nome em si não consigo me lembrar. Ele de virou para os dois que prendiam o olhar em mim. - Se algum dos dois ousar em tocar nela,morrer não será uma opção. - Sua voz estava estranhamente calma,sem pressa,mas carregada de ameaça. A voz rouca e baixa dele fez os dois vampiros centenários tremerem. - Sim mestre. - Responderam rapidamente em uníssono. O "Mestre" fez um movimento desdenhoso com as mãos os dispersando. Logo os dois já não estavam mais conosco. - Acho que quer respostas não é querida? - Sua voz rouca agora estava direcionada a mim,assim como aquele olhar amarelado penetrante. Agora eu podia ver bem seu corpo destacado na camisa folgada,ele não era esguio, era forte apenas gostava de esconder isso dos seus inimigos. Sem que eu notasse ele caminhou em minha direção e se abaixou próximo a mim. - Me chamo Whenri Ventrue,Líder e mestre do clã Ventrue.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR