Nos dias que se seguiram, Sophia tentou, em vão, fingir que tudo estava normal.
Trabalhava de forma impecável, vestia-se com ainda mais profissionalismo e evitava cruzar o olhar com Alexander sempre que possível. Mas a cada reunião, a cada reunião rápida no corredor, a tensão entre eles se tornava mais densa, mais sufocante.
Era impossível escapar.
E Alexander parecia determinado a encurtar a distância a cada nova oportunidade.
Numa tarde chuvosa, enquanto a maioria dos funcionários já havia ido embora, Sophia permanecia em sua sala, terminando de revisar um relatório urgente.
Estava tão concentrada que não percebeu a porta se abrir silenciosamente.
Quando levantou o rosto, seu coração disparou.
Alexander estava ali, encostado na moldura da porta, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos, a gravata solta no pescoço e aquele olhar... aquele olhar que prometia tudo o que ela sabia que deveria recusar.
— Ainda aqui, senhorita Bennett? — a voz dele era pura provocação.
Sophia tentou manter o tom profissional.
— Só estou terminando um relatório, senhor Blake.
Ele sorriu de lado e caminhou lentamente até ela, como um predador aproximando-se da presa.
— Alexander — corrigiu, a voz baixa. — Quando estamos a sós... prefiro que me chame de Alexander.
Ela engoliu em seco, os dedos crispando o papel sobre a mesa.
Alexander parou atrás dela, tão perto que Sophia podia sentir o calor irradiando de seu corpo. Cada fio de seu ser ficou em alerta.
— Você trabalha duro — ele murmurou, a boca tão próxima de sua orelha que ela se arrepiou.
— É o mínimo que se espera — respondeu, tentando soar firme.
Alexander soltou uma risada baixa, deliciosa.
— E ainda assim... — ele passou um dedo pela linha de seu ombro exposto, fazendo sua pele queimar — ...não consigo tirar você da minha cabeça.
Sophia fechou os olhos por um instante, sentindo o controle escorregar por entre os dedos.
Quando abriu novamente, Alexander já havia contornado a mesa e estava à sua frente, agachado de forma que seus rostos ficassem alinhados.
Ele segurou o braço dela, um toque firme e, ao mesmo tempo, reverente.
— Diga que sente o mesmo, Sophia — sua voz era rouca, carregada de desejo contido.
Ela mordeu o lábio inferior, lutando consigo mesma. Mas era inútil. A verdade estava em seus olhos, em cada batida desesperada de seu coração.
Sem esperar pela resposta, Alexander deslizou a mão até a nuca dela e puxou-a para um beijo.
O mundo ao redor desapareceu.
O beijo foi feroz, intenso, carregado de tudo que haviam reprimido até aquele momento. Sophia soltou um suspiro contra a boca dele, enroscando os dedos em seus cabelos, puxando-o para ainda mais perto.
Alexander a ergueu da cadeira sem esforço e a sentou sobre a mesa, afastando documentos e canetas com um gesto impaciente.
As mãos dele exploravam sua cintura, suas coxas, como se quisesse memorizar cada curva, cada reação.
Sophia retribuía com a mesma fome, explorando a rigidez de seus ombros, o calor de seu peito através da camisa semiaberta.
Ele puxou sua blusa para fora da saia, seus dedos quentes deslizando sob o tecido, acariciando sua pele nua. Sophia arqueou-se contra ele, gemendo baixinho em sua boca.
Alexander interrompeu o beijo apenas para encostar sua testa na dela, ofegante.
— Diga para eu parar, Sophia — sussurrou, a voz carregada de desespero.
Ela abriu os olhos, encontrando os dele — tão escuros, tão cheios de desejo.
— Não — murmurou, puxando-o para mais um beijo arrebatador.
Era tarde demais para voltar atrás.
Alexander deslizou a boca pelo pescoço dela, mordiscando suavemente até a curva do ombro. Seus dedos desabotoaram o primeiro botão da blusa de Sophia, expondo a renda preta do sutiã.
Sophia gemeu de antecipação, sentindo o calor entre suas pernas crescer de forma quase dolorosa.
Ele beijou a pele exposta, cada toque enviando ondas de prazer por todo o seu corpo.
Mas então, num gesto brusco de autocontrole, Alexander afastou-se.
Seu peito subia e descia rapidamente. Seus olhos eram uma tempestade de emoções.
— Não aqui — disse, a voz rouca. — Você merece mais do que uma transa apressada em uma sala de escritório.
Sophia piscou, tentando recuperar o fôlego.
Ele a ajudou a descer da mesa com cuidado, ajeitando a blusa dela com gestos suaves.
— Vá para casa, Sophia — disse, tocando de leve seu rosto. — Antes que eu perca totalmente a cabeça.
Ela apenas assentiu, sem confiar na própria voz.
Enquanto saía da sala, seus corpos ainda em brasa, Sophia sabia que aquilo era só o começo.
E que da próxima vez... eles não iriam parar.