Lorenzo narrando
Já perdi as contas de quantas vezes bati na droga daquele endereço que eu consegui. Toda vez a mesma cena: portão fechado, cortinas corridas, silêncio absoluto. Nada de Paloma. Era como se ela tivesse evaporado no ar. Só que ninguém some de verdade. Todo mundo deixa rastro, e ela não ia ser diferente.
Paloma sempre se achou esperta, sempre acreditou que podia dar um passo à frente dos outros, mas comigo a história era diferente. Eu aprendi a rastrear, a farejar, a desmontar máscaras. É com ela não ia ser diferente.
Então recorri ao que sei fazer melhor: rastreei o número dela. Uma operação simples, quase banal pra mim, mas que pra alguém como ela deve parecer impossível. O resultado me fez sorrir: Búzios. Uma bela tentativa de esconderijo, cheia de casas de veraneio, t
