Continuação — Narrado por Lara
Ele ainda segurava minha mão por cima da mesa, como se aquele gesto fosse a última âncora pra me manter perto dele. O silêncio pairava, pesado, mas não era o mesmo de sempre. Tinha algo diferente ali.
Meu pai respirou fundo, ajeitou os óculos e, pela primeira vez em muito tempo, soltou com um meio sorriso:
— A gente podia sair hoje, que tal? Ir no cinema, comer alguma coisa que você gosta… pizza, hambúrguer… qualquer coisa. Só eu e você.
Por um instante, meu coração bateu mais forte. A vontade era dizer sim na hora, sem pensar. Eu nunca tive muito disso, de programa de pai e filha. Era sempre ele de farda, de plantão, de cara fechada. Mas ali… parecia possível.
Eu abri a boca, pronta pra responder.
— Tá… eu…
Mas antes que a frase saísse inteira, o celu
