📓 Narrado por Dina O corredor era limpo demais, cheiro de desinfetante caro. Tão diferente do que eu tava acostumada que parecia outro planeta. Pisei leve, o som da bota abafado no tapete. O 702 tava ali porta branca, olho mágico piscando luzinha de segurança. Toquei a campainha. Uma vez. Duas. Silêncio. Na terceira, ouvi o barulho do trinco. A porta abriu só o bastante pra mostrar metade do rosto dela. Cabelo solto, expressão irritada, olhar impaciente. — Você? — ela soltou, franzindo a testa. O canto da minha boca subiu. — Lembra de mim, Lara? — perguntei, encostando o ombro no batente como quem não tem pressa. — Lá no shopping… corredor, novinho folgado, tua sorte que eu passei na hora. Os olhos dela se arregalaram por um segundo, o corpo ainda meio escondido atrás da po

