capítulo 115

1347 Palavras

📓 Narrado por Lara O chão sumiu. Por um instante, eu achei que tivesse ouvido errado. Que o nome tivesse saído errado da boca dele. Mas não. — O Beto? — repeti, a voz engasgada, quase rindo de nervoso. — O garoto que levou comida pra mim no quartinho onde eu tava trancada… As palavras travaram na garganta. — …é meu tio? Meu pai assentiu, devagar, com aquele olhar que não deixa espaço pra esperança. E foi ali que o mundo virou de cabeça pra baixo. O garoto que me trouxe comida, que riu das minhas ironias, que me chamou de “princesa” com aquele deboche leve... Meu tio. Eu ri. Um riso torto, histérico, que mais parecia soluço. — Isso é uma piada, né? — falei, sem conseguir parar de rir. — Só pode ser. Ele não respondeu. Ficou só me olhando, sério, firme, e isso matou o resto do

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