Chegamos em silêncio.
Kay trancou a porta devagar, deixou as chaves sobre a estante e me seguiu até a cozinha. Eu tirei os sapatos, sentindo o chão frio sob os pés, e me sentei à mesa sem dizer uma palavra. O ar parecia pesado demais, como se a própria casa tivesse ouvido a discussão da manhã.
Ele pegou dois copos, encheu com água e empurrou um na minha direção.
— Obrigada. — falei baixo, a garganta seca.
— Comeu hoje? — perguntou, encarando meus olhos com seriedade.
— Só um pouco pela manhã. Perdi a fome depois do m*l-estar.
— A gente resolve isso já. — respondeu, sem discussão.
Foi até o armário, começou a pegar o que tinha: pão, ovo. O som da frigideira chiando logo preencheu o silêncio, e o cheiro forte de gordura quente espalhou-se pela cozinha. Eu só observava, com as mãos uni
