46. Julia

1075 Palavras

Comi metade da banana. Não desceu fácil, mas pelo menos não voltou. E isso, naquele momento, já era quase uma vitória. Kay ficou me observando em silêncio, o braço cruzado e a cabeça levemente inclinada, como se estivesse esperando um veredito. — Tá bom — falei com a boca ainda cheia, limpando os lábios com as costas da mão. — Bom tipo "bom mesmo" ou bom tipo "pelo esforço"? — Ele arqueou uma sobrancelha, firme. — Bom tipo "você não me envenenou". O canto da boca dele se curvou num sorriso pequeno. Encostou-se na parede da cozinha, os braços ainda cruzados, relaxando um pouco. — Minha mãe disse que camomila é bom também. Amanhã tento fazer. — Você vai virar especialista? — provoquei, levando o copo vazio até a pia. — Tô em processo de formação — respondeu, com um tom de deboche leve

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