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2332 Palavras
ISADORA NARRANDO ˜ Eu acordei com um barulho de celular tocando, e era o meu, com uma notificação chegando, e ia se repetindo várias vezes, quando fui ver era do banco. A transferência do site para a minha conta tinha sido feita, fiquei até um pouco impressionada com a agilidade, e fiquei também animada, porque consegui ver que realmente era uma coisa real. Sai daquela notificação e só depois olhei a hora no celular e marcava 07:16, levantei da cama, calcei o chinelo e fui para o banheiro escovar os dentes. Me olhei no espelho e eu estava péssima, em uma das situações mais críticas que já me vi, completamente cansada, com os olhos inchados de tanto chorar, o cabelo parecendo um ninho de passarinho de tão sujo que estava. Então decidi dar um jeito nisso e pelo menos tirar essa cara de quem morreu e só esqueceu de cari, tirei a minha roupa, entrei no chuveiro, fiquei ali por algum tempo deixando a água escorrer pelo meu corpo, como quem precisava daquele momento. Precisava relaxar por completo, então aproveitei e já lavei esse meu cabelo imundo. Cheguei até a demorar um pouco no banho, porque fiquei pensando sobre algumas coisas e também possibilidades de ir morar sozinha. Saí do banho, coloquei a primeira roupa que apareceu na minha frente, um short jeans que por sinal já estava sujo, e uma blusinha curta laranja que eu tenho já faz tempo, mas gosto muito dela. Eu não podia lavar as roupas com tanta frequência, porque eu não tinha muitas opções pra vestir. Mas isso é temporário, tenho fé que ainda vou mudar completamente a minha realidade. Depois que terminei de me trocar, penteei os meus cabelos com a minha escova velha que chega machucar a cabeça, de tão velhos que estão os dentinhos dela. Depois disso decidi que ia descer na Vanessa pagar um pouco das coisas que peguei com ela. Sai de casa e fui direto pra lá, sem muita enrolação e conversas no meio do caminho. — Isadora: Vanessa. — Eu gritei e ao mesmo tempo batia no portão dela. — Vanessa: Oi, e aí teve algum problema nas coisas ? Porque voltou tão rápido assim? - Perguntou ela como se tivesse desconfiada, e principalmente desacreditada de que eu iria mesmo conseguir pagar. — Isadora: Não mulher, você passa cartão? - Perguntei pra ela na maior empolgação. — Vanessa: Passo sim, pera aí que vou pegar a maquininha. — Ela disse e entrou. Alguns segundos depois ela voltou pro portão com uma maquininha amarela na mão. — Vanessa: Passa quanto? — Ela disse pegando o cartão e colocando na maquininha. — Isadora: Metade do valor. — Eu disse e ela digitou o valor na máquina e eu coloquei a senha. — Vanessa: Mulher tu conseguiu como esse dinheiro heim? Foi muito rápido. - Ela realmente estava muito desconfiada. — Isadora: Foi um dinheiro que recebi da minha mãe Vanessa, fica tranquila que eu vou te pagar certinho e em breve posso pegar muito mais. — Vanessa: Ah então tabom, obrigada viu n**a, se precisar de alguma coisa vim aqui. - Disse ela desligando a maquininha e voltando pra dentro de casa, arrastando o chinelo como sempre. — Isadora: Valeu. — Eu disse e sai andando. O resultado foi super rápido, acredito que se eu me empenhar desse jeito todos os dias, ou até mais, eu consigo conquistar as minhas coisas muito mais rápido. Por isso hoje eu vou atender mais um cliente. Cheguei em casa, olhei pela casa toda e nada do Carlos. Sem ele em casa tudo fica mais tranquilo e em paz, então essa seria a hora perfeita, corri pro meu quarto, tranquei a porta e peguei a sacola com as coisas da Vanessa. Troquei de roupa, coloquei a máscara, liguei o notebook e sentei na cama. Conectei no site e esperei que chamasse o primeiro cliente, mais nada de chamar.. Talvez fosse o horário, talvez eu não fosse o fosse bonita o suficiente, talvez eu não chamasse atenção o suficiente... Muitas coisas iam passando pela minha cabeça e ao mesmo tempo! 15 minutos online e nada, eu já esta quase desistindo quando tocou a chamada. Início de chamada! — Joãozinho567: Bom dia lindinha. - Disse ele. — Isagatinha123: Bom dia, o que posso fazer por você? - Perguntei tentando ser o mais simpática possível. — Joãozinho567: Nossa rápido assim? — Isagatinha123: Direto ao ponto. — Joãozinho: Eu quero ver apenas os seus s***s. — Isagatinha123: Quanto você paga? — Joãozinho567: Apenas para os seus s***s? — Isagatinha123: Sim, para que eu tire qualquer peça de roupa o valor aumenta. — Joãozinho567: Mais eu não sei se o produto vale a pena. — Isagatinha123: Pode ter certeza que vale. — Joãozinho567: Então você me dá a sua palavra? — Ele perguntou e eu confirmei com a cabeça. — Joãozinho567: Então eu pago 500 reais para ver os seus p****s, quero ver realmente vale tudo isso. — Ele disse e em seguida o dinheiro caiu na caixinha. Eu rapidamente tirei a parte de cima do conjunto e ele se arrumou na cadeira sorrindo. Como se tivesse realmente muito empolgado com o que estava vendo. Até que o cliente de hoje é até mais bonitinho, ele aparenta ter por volta de 45 anos, os cabelos castanhos e olhos cor de mel. Pelo jeito tem gente de todos os tipos nesse site, será que um dia dou sorte de encontrar algum bonitão? — Isagatinha123: E agora o que você quer que eu faça? — Joãozinho567: Quero que se toque, passando a mão pelos biquinhos. — Ele disse com intensidade e eu comecei a fazer o que ele pediu. As minhas mãos deslizavam pelos meus p****s, a música que ele escutava do outro lado da tela me encorajou. O clima realmente foi ficando mais leve e eu parecia já estar me adaptando àquelas circunstâncias, e eu não consigo nesse momento saber que é uma coisa boa ou r**m. Minhas mãos passeavem pelos meus p****s e as vezes por cima da minha calcinha. Estava caprichando no charme, e ele ia cada vez mais expressando que realmente estava gostando daquilo A sensação era boa, a música me levava.... — Isagatinha123: Assim? — Eu disse enquanto fazia o que ele me pediu... — Joãozinho567: Isso, vagabunda safadinha. — Ele enquanto se punhetava. Quando ouvia ele me chamar de vagabunda e safada era mais uma vez que eu sentia nojo de mim mesma, mais o dinheiro falava mais alto, os meus sonhos falavam mais alto, e principalmente a necessidade de me ver livre de todo o inferno que eu estava vivendo ultimamente. — Joãozinho567: Apalpa eles. — Ele disse sussurrando. E outra vez eu fiz o que ele pediu, eu apalpava os meus p****s, trançava as pernas e mordia a boca. — Joãozinho567: Isso continua, estou quase gozando. Eu continuei apertando, passando as mãos, apertando os biquinhos e por um momento eu senti algo dentro de mim que eu nunca tinha sentindo, o fundo da minha calcinha molhou e o meu corpo estava todo arrepiado, era uma sensação boa, uma sensação gostosa. — Joãozinho567: Isso, continua sua gostosa, ahh que delicia, sua safadinha, como eu queria você de quatro aqui na minha frente agora. — Ele disse gemendo feito um louco. — Joãozinho567: Olha aqui, o que você fez comigo — Ele disse me mostrando o seu p.au todo gozado. — Isagatinha123: É só isso por hoje? - Perguntei para ele e morrendo de medo dele falar que queria mais alguma coisa. — Joãozinho 567: Sim, estou muito satisfeito, você é uma gracinha, se tirasse essa mascara ficaria melhor ainda. Queria ver mais o seu rosto, quem sabe eu não te encontre por aí algum dia, sua gostosa! - Disse ele ainda todo empolgadinho. — Isagatinha123: Vou pensar sobre isso, mas de início a resposta obviamente é não. Agora tchau, até mais. — Eu disse e desliguei a chamada sem dar espaço para ele tentar prolongar a conversa. Fim de chamada. 500,00 reais em um dia, pra ser mais exata em menos de uma hora, até que está otimo, digamos que se eu alugue uma casa por esse valor em um dia eu consigo pagar o meu aluguel. Tomara a Deus que eu consiga alguma coisa, e que consiga também manter ou até aumentar esse ganho por dia. Fechei o notebook e quando comecei a tirar a roupa, o Carlos começou a bater na porta. — Carlos: O que você está fazendo trancada nesse quarto? — Ele disse enquanto esmurrava a porta. — Isadora: Estou me trocando, o que você quer? — Carlos: Abre essa porta, eu quero ver se tem algum macho dentro desse quarto. — Isadora: Espera, eu estou me trocando. — Eu disse colocando o vestido rapidamente e ao mesmo tempo tentando guardar tudo. — Carlos: Ou você abre agora ou eu arrombo. - Disse ele alterando cada vez mais a voz, estava praticamente gritando . — Isadora: c*****o Carlos, eu já falei pra você esperar — Eu disse guardando o notebook e o celular no guarda roupa, e ao mesmo tempo me tremendo toda, morrendo de medo de não conseguir guardar tudo a tempo e ele ver. — Carlos: Eu te avisei. — Ele disse e antes dele arrombar a porta eu abri. — Isadora: Viu? Não tem ninguém aqui seu pertubardo. — Ele disse entrando no quarto. — Carlos: Se eu sonhar que você está trazendo homem pra dentro dessa casa, a gente vai conversar diferente. — Isadora: Está pensando que eu sou você? Você está pensando que eu sou você? — Carlos: O que eu faço, ou deixo de fazer não é problema seu, você não coloca nenhum grão de arroz nessa casa. — Isadora: Ah me poupe, nem você coloca comida nessa merda. — Eu disse saindo de dentro do quarto e deixando ele falando sozinho. Depois disso, desci e fui saindo pela porta da sala, fui para a rua. — Carlos: Volta aqui, vou te ensinar como falar comigo, sua vagabunda. — Ele disse gritando do portão. Todas as pessoas me olhavam na rua, eu estava morta de vergonha. Na maioria das vezesz a única coisa que eu fazia era questionar a mim mesma o porque eu precisava passar por tanta humilhaçãp. Esse cara me tortura de todas as formas, e me traz um cansaço psicológico e emocioanal que eu nem consigo descrever. E o pior de tudo é saber que eu já não posso contar com ninguém, nem família e nem amigos. Apesar que isso não é de hoje, e ja vinha acontecendo até mesmo antes da minha mãe partir. O primeiro passo seria sair daquela casa, e eu já tinha fé que com o dinheiro das chamadas eu já conseguiria fazer alguma coisa. Então fui saindo cada vez mais de perto da minha casa e de todas aquelas pessoas malditas que só sabem julgar e me olhar com cara feia, me olhar de cantos de olho e fazer cara de nojo como se eu fosse um bicho. Comecei a andar pelas ruas ali do bairro mesmo, tentando encontrar alguma casa de aluguel para que eu pudesse me mudar, ou pelo menos tentar. Comecei ali ao redor, ia passando por todas as ruas, uma de cada vez, e quando fui me tocar já estava bem longe, consegui perceber isso por conta do cansaço e também por conta da minha dor nos pés, porque andar desse tanto com o chinelo velho desses fica um pouco mais complicado. Primeira tentativa e já foi um fracasso, porque eu andei o dia inteiro, mais todas as casas que eu via, eram caras demais. Tudo acima de mil reais, pra um bairro daquele acho que realmente não compensa. Apesar dos dinheiros das chamadas ser um dinheiro fácil de conquistar, é uma coisa muito improvável, não sei o que pode acontecer, de repente não conseguir nenhum cliente, sei lá. Passam muitas coisas ao mesmo tempo pela minha cabeça, quero muito que dê certo, mas ao mesmo tempo morro de medo de ter que passar pela humilhação de não conseguir pagar o aluguel em dia. Minha preocupação é mais essa mesmo, porque em relação a fome eu já ando até me acostumando. E pensei também que se eu mudar pra muito longe do bar do Sr. Antônio, dependendo de como ir acontecendo as coisas, posso ficar sem a minha única refeição do dia. Cansei de andar, já estava no meu limite. Dei uma parada e tinha uma senhora varrendo a calçada com seu cachorrinho do lado, e eu acabei por pedir um copo de água, e ela sem pensar duas vezes me deu água, mas deu em uma garrafinha porque segundo ela eu poderia levar embora pra beber um pouquinho mais depois. Eu vi no olhar daquela senhora a serenidade de ter uma rotina tranquila, e isso é tudo o que eu sempre sonhei, não só para a minha vida como também para a vida da minha mãe. E como não consegui oferecer isso a ela a tempo, eu vou lutar para que eu viva em paz, e que quando chegar na minha velhice, não tenha mais esses tipos de problemas que tenho hoje, de passar fome e ter medo de tudo, e principalmente de ter as coisas tão incertas. Decidi voltar para a casa, já tinha entendido que o meu primeiro dia de buscas por uma casa que caiba no meu orçamento tinha sido um completo fracasso. — Isadora: Talvez sair daquela casa não seja o meu destino... - Disse para mim mesma enquanto voltava para casa, com a cabeça baixa, os pés doendo muito e a barriga já roncando de fome, aliás esse é um dos sons que eu mais ouço ultimamente. Gente e agora? O que vocês acharam desse capítulo? O que vocês acham que vai acontecer? Vocês já me seguem no i********:? Ainda não? Poxa, então corre lá e me sigam Aut.GabiReis Adicionem o meu livro na biblioteca clicando no ❤
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