ISADORA NARRANDO.
Depois de pagar tudo o que eu tinha comprado, antes de ir embora eu agradeci a Monique por ter me ajudado com as compras e sai da loja.
Eu subi pelas escadas rolantes até o salão que ela tinha indicado.
Assim que entrei no salão, eu olhei para todos os lados, isso estava tão longe de tudo o que era realidade pra mim. Nunca tinha nem pisado os pés em um salão de beleza, pra quem não tem o que comer dentro de casa, isso tudo aqui é um luxo que sempre foi colocado em último dos últimos lugares.
— Isadora: Aonde eu posso encontrar a Andressa? — Eu perguntei para a recepcionista.
— Recepcionista: É aquela loira, apoiada no balcão conversando. — Ela disse apontando para uma moça.
Eu fui caminhando até essa moça, ela estava de costas pra mim e então eu toquei no ombro dela.
— Isadora: Você é a Andressa?
— Andressa: Depende de quem me procura.
— Isadora: A Monique, da loja aqui em baixo pediu pra mim te procurar.
— Andressa: Ahh claro, a Moni, e então o que você precisa? - Disse ela com uma cara de pouco caso e indiferença.
— Isadora: Ela pediu pra mim pedir para você o tratamento revolução. — Eu disse e ela começou a bater palmas. - Nessa hora ela já mudou um pouco a expressão, já parecia ser um pouco mais simpática.
— Andressa: Senta aqui Mona, eu vou arrasar nesse visual. - Disse ela toda empolgada, com certeza já pensando no dinheiro que eu iria dar pra ela.
Eu coloquei as sacolas no chão e me sentei na cadeira, imediatamente já veio uma moça fazer o meu pé, outra pegou a minha mão e a Andressa ficou olhando e pegando no meu cabelo.
Eu não tinha a menor idéia do que estava acontecendo ali, afinal salão de beleza? Nem em sonho.
— Manicure: Que cor você quer passar na mão? - Ela me perguntou.
— Isadora: Vermelho, igual daquelas atrizes de novela. Quero algo que seja bonito e que chame atenção. Preciso estrar radiante.
— Pedicure: É no pé? - Ela me perguntou.
— Isadora: Não sei, e agora? Não faço ídeia.
— Pedicure: Você vai usar o que ?
— Isadora: Sandália aberta. - Respondi para ela.
— Pedicure: Então vamos fazer uma francesinha, vai ficar ótimo. É algo delicado, mas fica maravilhoso. Perfeito pro boy pegar nos seus pezinhos depois.
Fiquei pensando comigo mesma, será que elas fazem ideia que eu ainda sou virgem? Acho que não!
Enquanto elas falavam entre elas, a Andressa estava focadissima no meu cabelo e em questões de segundos o meu cabelo estava cheio de papel alumínio. Nunca tinha visto isso, e na verdade pode até ser que eu tenha visto, porém nunca soube pra que servia exatamente.
Pra que? Sinceramente eu não sei.
Eu só sei que fiquei horas naquele salão, a minha barriga estava doendo de tanta fome.
Veio gente mexer na minha sombrancelha, tirar o meu bigode, passaram creme no meu rosto. Era tantas coisas ao mesmo tempo que eu estava me sentindo uma verdadeira princesa, um dia de princesa pra ser mais exata.
— Isadora: Estou morrendo de fome. — Eu disse para a Andressa.
— Andressa: Mulher se tu quiser comer, tem que ser agora, porque quando fizer a maquiagem não tem como mais.
— Isadora: O que posso comer? - Perguntei pra ela como quem não estava vendo absolutamente nada pra comer ali.
— Andressa: Vou mandar trazerem um lanche com refri pra você.
— Isadora: Ai obrigada, to azul de fome mesmo.
Ela pediu para uma das recepcionistas do salão ir buscar o lanche e depois voltpu a mexer no meu cabelo.
O lanche chegou por volta de uns 20 minutos, mais eu só levei 3 minutos para devorar ele inteiro. Nem consegui disfarçar o quanto eu estava faminta.
— Andressa: Você já vai sair daqui pronta pra dar o chá no boy?
— Isadora: Chá? - Pensei comigo mesma, o que será que pode ser isso?
— Andressa: É sonsa, chá, nunca ouviu falar? - Disse ela como se isso fosse algo super comum e que todas ali soubesse o que significa, menos eu. O. que era muito mais do que verdade.
— Isadora: Não faço ideia. - Respondi para ela.
— Andressa: t*****r menina. Nunca transou na sua vida?
— Isadora: Não, misericordia não faço isso não. — Eu disse e ela começou a rir.
Nesse momento todas elas olhavam uma para a outra e depois me olhavam, começando a rir bastante. Não entendi e nem fazia ideia do porquê de tantas risadas, mas também não ia questionar.
Depois de deixar os pedaços de papel alumínio no meu cabelo por um bom tempo, ela foi tirando aos poucos e depois pediu que eu fosse até o lavatório para poder lavar o cabelo, passamos uma hidratação, lavei outra vez, fiz escova, chapinha, ela passou um oléo por cima, depois passou spray e eu ja estava doidinha com tudo isso.
A Andressa deitou a minha cabeça no encosto da cadeira e começou a me maquiar, pelo relógio na parede já era um pouco mais de seis horas da tarde e só ai eu me dei conta de que passei o dia inteiro fora. Nem consigo imaginar como está o Carlos e o que ele já pode ter feito depois de ficar sozinho o dia todo, ainda mais sem saber onde eu estou.
Ele sempre acha que eu posso estar aprontando ou fazendo alguma coisa de errado, sendo que quem mais erra é ele. Comecei a pensar também em como mesmo longe dele eu fico sem paz nenhuma, porque fico pensando nas merdas que ele faz. Só quero o fim disso o quanto antes na minha vida.
Depois de ficar mais uns 30 minutos me maquiando, e eu totalmente de costas sem poder ver nada, ela finalmente acabou e disse:
— Andressa: Prontinho, está uma gata, vamos se olhar. — Ela disse virando a minha cadeira para o espelho.
Eu não acreditei no que eu estava vendo, parecia outra mulher.
— Isadora: Sou eu mesmo? Vocês tem certeza? Eu disse e elas começaram a rir.
— Isadora: Ficou perfeito, mais como vou manter isso todo mês gente?
— Andressa: Para de reclamar, você vai sair com um boy rico. — Ela disse e eu ri dessa vez.
— Andressa: Agora vai lá colocar esse vestido babadeiro que o boy comprou.
— Isadora: Como você sabe disso? - Perguntei para ela um pouco inconformada.
— Andressa: Aqui nesse shopping as hístorias correm muito mais rápido do que você pode imaginar, querida. — Ela disse rindo. - Achei ela bem engraçadinha pro meu gosto.
Eu fui para o banheiro, tirei a roupa que eu estava e coloquei o vestido.
Ele desenhava perfeitamente o meu corpo, ele era tomara que caia e como os meus s***s são fartos e durinhos não precisei de sutiã, eu estava com uma calcinha manchada de candida então eu tirei a mesma e fiquei sem.
Sentei no vaso sanitario para colocar a sandália e me levantei.
Olhei no espelho e gostei muito do que eu estava vendo. Eu me senti feliz, só que por dentro. Uma coisa que eu sequer sei explicar. Me senti viva e principalmente merecedora de tudo o que eu estava vivendo e prester a viver.
Então, respeirei fundo, abri a porta e sai do banheiro e todas estavam me esperando.
— Andressa: Mulher você arrasou. - Ela disse toda empolgada.
— Isadora: Como vou levar essa sacola de roupa usada? - Pensei comigo e acabei falando para elas.
— Andressa: Deixa ela aqui comigo, amanha você volta e pega. — Ela disse me olhando e eu confirmei com a cabeça.
— Andressa: Vem aqui, vou passar um creme nessas suas pernas e vou passar um perfume que vai fazer esse boy se apaixonar por você.
— Isadora: Mais eu não quero que ele se apaixone por mim. - Eu respondi para ela mais do que imediatamente.
— Andressa: E vocês vão fazer o que lá então? - Ela me perguntou um tanto quanto inconformada.
— Isadora: Comer e conversar. — Eu disse e ela riu.
— Andressa: Claro ele vai conversar com você e depois te comer.
— Isadora: Misericordia mulher, vocês só pensam em sexo. Meu Deus! — Eu falei rindo.
— Andressa: Bom, você já está pronta. Agora é só arrasar e ir lá com seu boy comer e conversar. - Disse ela um pouco debochada.
— Isadora: Como eu faço para pagar? Quato ficou tudo? - Eu perguntei já com um pouco de medo da resposta que iria vir.
Os salões de beleza costumam ser assim mesmo, te tratam como uma rainha, te deixa super a vontade e só vai metendo procedimento novo pra todo lado. Quando vai ver o estrago já está feito.
— Andressa: Vai lá no caixa e boa sorte. - Ela disse como quem já sabia que eu poderia não ter o dinheiro pra pagar.
— Isadora: Obrigada viu, eu amei — Eu disse e dei um beijo no rosto dela.
Fui até o caixa e antes mesmo que eu perguntasse a moça me disse que tinha ficado 568 reais em tudo. Só pensei comigo mesma que tenho sorte que isso não está saindo do meu bolso, porque se tivesse eu ia armar um barraco aqui porque ninguém me perguntou o que eu queria fazer.
Muito menos perguntou sobre essas mechas, acho que é moreno iluminado que chama, e o que eu mais quero ver é se vou ter dinheiro pra manter isso depois. Mas essa preocupação fica pra uma outra hora.
O que eu só conseguia pensar agora era que já tinha gasto todo o dinheiro que tinha guardado, eu devo ter no máximo uns 60 reais lá.
Então eu sai do shopping, peguei o celular no peito e chamei um uber, 28 conto só de uber, mais bora lá né fazer o que. Não tenho carro e muito menos iria assim dentro de um busão até lá né. Só ia dar a pé rapada chegando toda produzida e descendo do busão. Ia ser um mico que só.
O uber chegou rápido, mas também o valor que estavam cobrando, se ainda demorasse eu ia surtar. No caminho eu já estava super nervosa, minhas pernas tremiam e minhas mão estavam suando cada vez mais.
Demorou um pouco, quase uns quarenta minutos e chegamos! Não sabia se descia do carro ou se voltava embora com o uber mesmo e pediria para ele me deixar em casa. Mas resolvi enfrentar, já estava ali e também já estava pronta. Já não tinha mais pra onde correr. Assim que pisei o pé na porta do restaurante, eu queria voltar para trás, primeiro que eu estava com medo de quem eu poderia encontrar ali, porque afinal só tinha conversado com o cara uma única vez, e segundo esse lugar é muito chique para alguém como eu.
— Em que posso ajudar? — Uma moça muito bonita que estava na porta me perguntou.
— Isadora: Estou esperando um homem chamado Luciano. - Eu respondi pra ela me tremendo toda de nervoso.
— Você é a senhorita Isadora? - Ela me perguntou educadamente.
— Isadora: Eu mesma. - Respondi para ela com a voz tão baixa que quase não saiu.
— O senhor Luciano já está aguardando pela senhora, pode me seguir. - Ela se virou e foi andando para que eu pudesse ir atrás dela.
Foi ai que eu congelei, minhas pernas tremia igual vara verde, possivelmente eu estava branca feito uma folha de sulfite branca.
Eu andava atrás dela tremendo, ela abriu a porta de uma sala reservada e me deu espaço para entrar.
Quando eu entrei, me deu um nervoso tão grande que eu acabei passando um pé na frente do outro e eu cai no chão feito uma jeca.
— Luciano: Ai meu Deus, você está bem? — Ele disse levantando da cadeira e indo me ajudar a levantar.
— Isadora: Desculpa, eu, eu, eu só estou um pouco nervosa. — Eu disse gaguejando.
— Luciano: Não tem motivos para estar nervosa, vem senta aqui. — Ele disse e me ajudou a sentar na cadeira.
— Isadora: Nossa obrigada, estou morta de vergonha. — Eu disse e ele sentou ao meu lado.
— Luciano: Não precisa ter vergonha de mim, eu já te vi sem roupa.
— Isadora: Um fato que não precisa ser lembrado. - Eu disse para ele um pouco mais séria.
— Luciano: A propósito, você está linda. - Ele me disse tentando desviar a conversa e tentar me deixar um pouco mais confortável depois dessa baita vergonha que eu passei.
— Isadora: Obrigada, e então o que você quer conversar? - Eu perguntei pra ele já indo direto ao ponto.
— Luciano: Coisas aleátorias, me conta como é a sua vida? - Ele me disse como quem estava mesmo interessado em saber.
— Isadora: Nada demais. - Eu respondi para ele com a minha mania de sempre ser curta e grossa, preciso mudar isso, afinal ele vem me dando um bom dinheiro.
— Luciano: Como nada demais? - Ele insistiu.
— Isadora: To com fome, vamos comer? — Eu disse e ele riu.
Então ele levantou a mão pro garçom, fez um sinal e o garçom concordou com a cabeça.
— Luciano: Pronto já pedi, me fala da sua vida agora.
— Isadora: Não tenho direito de escolha?
— Luciano: Não, me conta, quero saber da sua vida.
— Isadora: Minha vida é normal, o que tanto você quer saber de uma menina que perdeu a mãe com cancêr e tem um padastro abusivo que todo dia chega bêbado e drogado e me bate? — Eu praticamente vomitei todas essas palavras nele.
— Luciano: Eu também perdi a minha esposa para o cancêr. - Ele respondeu como quem queria mostrar que realmente sabia do que eu estava falando, relamente entendia a minha dor.
— Isadora: É dificil demais. - Eu disse para ele com a cabeça um pouco baixa e engolindo seco um baita de um nó na garganta que me dá toda vez que eu penso ou falo sobre a minha mãe.
— Luciano: E esse seu padastro? - Ele contiuava insistindo em querer saber.
— Isadora: Ele é abusivo, eu já disse, a gente pode trocar de assunto?
— Luciano: Espontânea demais. — Ele disse rindo.
A comida chegou, ele escolheu um risoto de camarão, o lugar mais chique eu comi na minha vida foi o Mc Donalds, eu não sabia nem como me comportar em lugar chique desse.
Nós comemos com ele contando como ele conheceu a mulher dele e como se apaixonou por ela, eu já estava até enjoada desse assunto. Que homem mais mimizeiro. Aff!
Quando chegou a hora da gente comer a sobremesa, eu senti que ele estava se aproximando mais de mim e eu tentava recuar, mais não estava dando certo.
Ele então passou a mão pela minha perna, quase encostando na minha buceta
— Isadora: Você está louco? - Eu perguntei para ele com um tom de voz um pouco mais alto.
— Luciano: Desculpa, Isa, eu perdi o controle. — Ele disse se afastando e tentando se justificar
— Isadora: Isso aqui não estava combinado. Que eu saiba a mão não conversa não.
— Luciano: Você tem razão, me desculpe, isso não vai se repetir. - Ele disse se redimindo.
— Isadora: Preciso ir embora, já está ficando tarde, o onibus até lá demora pra caramba.
— Luciano: De forma alguma, eu te levo até em casa. - Ele disse pra mim.
— Isadora: Está ficando louco?
— Luciano: E por que não? Não confia em mim? Acho que se não confiasse não deveria nem estar aqui, concorda? - Ele me questionou.
— Isadora: Tudo bem, eu aceito então. Posso ir com você sim, mas nem pense em fazer gracinha. - Eu insisti em deixar claro que não ia acontecer absolutamente nada.
Ele então levantou a mão pedindo a conta, o garçom trouxe e ele passou tudo no débito.
Ele me deu a mão e eu levantei da cadeira.
Nós fomos até o carro de mão dadas, ele abriu a porta e eu entrei no carro e ele entrou em seguida. Nunca tinha visto e muito menos conhecido algum homem que abra a porta do carro para a mulher entrar. Isso é realmente raro de ser ver hoje em dia, porque o que eu mais via era o lixo de homem que o Carlos é.
— Isadora: Ele deve ser podre de rico, tem até motorista. — Eu pensei comigo mesma.
O caminho inteiro ele foi mexendo no celular, eu fiquei quieta e parada olhando pela janela depois de ter falado o meu endereço para o motorista dele.
Quando o carro parou na frente da minha casa, ele desligou o celular e colocou no bolso dele.
— Luciano: Está entregue, o valor do nosso encontro está na sua conta.
— Isadora: Obrigada pela noite.
— Luciano: Isadora, eu tenho um convite para te fazer.
— Isadora: Qual?
— Luciano: Em algumas semanas, tenho uma festa para ir e gostaria que você fosse minha acompanhente de luxo.
— Isadora: Eu preciso pensar.
— Luciano: Aqui está o meu cartão, me liga quando terminar de pensar. — Ele disse entregando o carão dele.
— Isadora: Mais uma vez obrigada. — Eu disse e sai do carro.
Eu entrei em casa e não tinha nínguem para o meu alívio, eu não saberia como explicar isso para o Carlos. Chegando em casa toda arrumada desse jeito, com essa roupa, cabelo novo e ainda maquiada. Ele ia me matar, sem dúvida alguma.
Fui para o banheiro, tomei um banho e cai morta na cama, ainda sem acreditar em tudo o que aconteceu hoje....
Gente e agora? O que vocês acharam desse capítulo?
O que vocês acham que vai acontecer?
Vocês já me seguem no i********:?
Ainda não? Poxa, então corre lá e me sigam Aut.GabiReis
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