Esperança Ao chegarmos no rio, meus olhos ficam brilhando de tanta ansiedade. Depois da carreira do touro minha pele está grudando de suor. O tal Cícero, eita, homem para gostar de uma prosa! Já não estava aguentando mais o tanto de coisa que me perguntava. _ Cê é de onde? Quantos anos tem? Não tem família? Chegou aqui quando? Tem namorado? Já comeu as mangas que a fazenda produz? Muitas das vezes foi dona Violante quem respondia as perguntas, porque eu ficava calada juntando pedaços de mentiras para poder falar. Agradeci quando nos deixou na beira do rio; Dona Violante dispensou carona de volta para casa. Foi um alívio para mim, não gosto de muita interação com homens. Depois que a charrete se foi, tratei de forrar uma esteira no chão. Fizemos isso debaixo de uma árvore que estav

