Esperança Os raios de sol penetravam por entre os da grande e velha mangueira quando eu e Margaridinha já estávamos com a enxada em punho, preparando a horta nos fundos do variado pomar. Antes tinhamos chupado manga, comido acerolas e pego algumas goibas para fazer doce. Eu dava glórias pela fartura que tinha, porque na minha casa, quando minha mãe era viva, mas tínhamos a barriga vazia do que cheia. A terra, úmida e leve, exalava aquele aroma agradável de vida e trabalho sincero. Lidar com o campo tem que com amor, não vamos açoitar a terra e sim amacia-la para deitar novas sementes, somente quem planta e colhe sabe do carinho que devemos ter. Margaridinha fazia coro com os passarinhos, entoava suavemente uma canção de viola, cação raiz, enquanto afofava o solo ao redor dos pés de alf

