Otávio Santore O caminho de volta até a minha casa foi calmo e recheado com uma conversa leve, depois do beijo gostoso que compartilhamos, me senti, não sei explicar, talvez...mudado? Acho que essa não seria a palavra correta. Queria poder dizer que toda minha escuridão foi embora, mas eu ainda a sinto dentro de mim, escondida em um canto escuro, mas ainda dentro de mim, arranhando, querendo sair. Abro a porta de casa e deixo que Edu passe, ele olha ao redor, parecendo curioso em descobrir mais sobre mim, me sinto bem com isso, pois também quero descobrir tudo sobre ele. Fecho a porta e logo estou indo atrás dele enquanto ele olha minha grande sala, seus olhos notam o piano. -Você toca? - Ele pergunta enquanto anda ao redor do piano de cor preta, suas mãos passando pela madeira lisa. El

