Angélica efetuou o falso roubo ao banco central em seis minutos, foi a “mãe eficiência”, entrara pela entrada de ar, desvira os lasers, rompera com as senhas do cofre e o esvaziara saindo antes dos alarmes soarem. Não usou máscara e deixou ser filmada tudo para que Andrey mandasse seus capangas atrás dela. Roubar na sua cidade sem sua autorização, faria com que quisesse matá-la, ou na melhor das hipóteses que trabalhasse para ele. Angélica supostamente escondeu-se da polícia em um pequeno apartamento no subúrbio, na realidade apenas esperava por Andrey ou por um dos seus homens.
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Richard estava cansado de dar voltas pela cidade atrás da tal ladra do banco central. Andrey o fizera capturá-la pessoalmente a queria viva, se a tal garota tinha roubado o banco apenas para chamar sua atenção conseguira. Agora tinha que ser justo ele a ter que procurá-la. Passaram-se três dias, se ela fosse bem esperta estaria bem longe daqui.
“Tanto banco no mundo para ela roubar, ela tinha que roubar justo aquele. Seria bom se pudesse matá-la quando a encontrasse só por ter rodado a cidade toda atrás dela”, pensou irritado.
Richard descia uma rua próximo a um bairro do subúrbio, quando viu uma moça de óculos escuros e um cachecol que cobria boa parte de seu rosto, estava com uma boina preta, seus cabelos eram pretos parecia ser ela. Finalmente a encontrara.
A garota entrou em um carro preto e seguiu até o mercado, comprou algumas coisas e voltou ao carro falando ao celular. Ele a seguiu até um duplex, não tinha certeza se era a tal ladra, mas quando ela retirou os óculos ao subir as escadas, ele teve certeza.
“Era hora do show", pensou ao puxar as mangas de sua camisa.
— É bom que tenha uma boa explicação para ir entrando assim em minha casa, ou…. — Angélica manteve a arma apontada para Richard.
Era lindo mesmo, aquela foto não era nada, vendo ele ali agora era inacreditável que pudesse ter um homem tão lindo assim. Não tinha medo em seus olhos, ele a avaliava parecia querer cada pedaço seu. A olhava de forma desconfiada, parecia divertir-se com ela ali parada apontando uma arma para ele.
— Estou aqui pelo banco que roubou. Andrey exige seus serviços. — Richard quis parecer o mais ameaçador possível forçou uma voz grossa e um ar de impaciência.
A garota linda estonteante a sua frente, era estranhamente familiar poderia jurar que já havia visto em algum lugar, mas não se recordava de onde. Estava bem a sua frente, uns seis passos dele após o sofá na porta de entrada para o corredor. Vira ele a seguir o que o deixou impressionado, pior deixou a porta aberta para ele o que realmente indicava que o esperava. Ela o encarava como quem desafiava alguém e tinha certo deboche em seus olhos que o irritava.
— Nunca ouvi falar desse homem. Não roubei banco algum. O que quer? — Angélica disse mantendo o olhar dele.
Richard fez um sinal negativo com a cabeça a olhou da cabeça aos pés, respirou fundo, seus gestos eram precisos, calmos. Nunca em sua vida sentiu-se tão atraída por um homem como agora sentia-se.
— Fez o roubo a mando de quem? — Ela ainda lhe apontava a arma, era uma Taurus TH9.
“Como conseguiu uma destas. Ali tinha não era uma ladra qualquer, era um pacote combo de problemas”, pensou olhando a típica arma de uma policial nas mãos de uma ladra.
— Não roubei banco algum! Agora retire-se daqui! Essa casa é minha, não vou admitir intrusos. Saia ou serei obrigada a atirar. — Angélica fez questão de subir um pouco o tom de sua voz ao lhe dar as ordens.
“Aquilo era um jogo e só ela poderia ganhar no final ”, pensou mantendo o olhar dele.
Ele sorriu ainda mais divertido a irritando ainda mais, principalmente porque algo no meio de suas pernas parecia aquecer-se com cada sorriso debochado dele.
— Como se fosse acertar. — Richard riu. Garota atrevida estava jogando com ele. — Não se rouba nesta cidade sem minha autorização. Agora terá que prestar contas.
— E…
— Quero que venha comigo, terá que trabalhar para mim. — O tom de desafio o divertiu. “Não sabia mesmo com quem estava mexendo ” pensou sorrindo de canto.
— Se eu não quiser? — “O plano estava dando certo, só precisava fazê-lo acreditar que estava indo a força e que nunca quis isso”, ela pensou satisfeita.
— Terei que matá-la. — Richard continuava a encarando, ele colocou as mãos nos bolsos e deu de ombros.
Era engraçado o mero som da voz dela o irritava, ao passo que a beleza dela o fazia querer arrancar suas roupas e atirá-la naquele sofá e fazê-la gritar seu nome ao gozar nela.
— Sutileza não é o seu forte, não? — Angélica deu de ombros.
— Mate então, não trabalho para ninguém, vim para essa cidade para executar um roubo milionário e sumir, é o que vou fazer, prefiro morrer a mudar meus planos. — Angélica olhou em seus olhos, ele a olhava com um misto de desejo e raiva que a deixou intrigada.
“Que homem era esse? Por que mexia tanto com ela? ”, perguntou-se assustada com o poder da atração que sentia por ele.
Estava arrepiada dos pés a cabeça e o meio de suas pernas pulsava por seu toque.
“Estava ficando louca, não só podia ser”, pensou odiando as novas sensações que sentia por ele.
— De onde diabos vem você? — Richard falou a passar as mãos no cabelo ciente de que ia perder a cabeça se ela o desafia-se mais uma vez.
Que vontade era aquela de devorá-la, m*l podia se conter.
— Canadá. — Respondeu vagamente.
Angélica viu que ele apertou as mãos por dentro dos bolsos da calça de agasalho azul que estava. Os músculos marcaram a camisa branca que vestia, era tão colada a seu corpo que parecia que ia rasgar. Ele exalava masculinidade, era tentador. Devia estar maluca para pensar em f********o com ele, mas realmente não conseguia sentir vontade de outra coisa ali naquele momento.
Richard viu que ela iria longe com aquilo e hoje ele estava com pressa.
“Tudo bem vamos lá então”, pensou ao respirar fundo forçando-se a aceitar tudo aquilo.
— Como é seu nome? — Perguntou por fim suavizando seu tom de voz.
“Se queria se fazer de difícil deixaria que fizesse isso de um jeito, ou de outro, ele sempre tinha o que queria”, pensou sabendo que aquilo tudo era um jogo que ele venceria.
— Victória. — Ela disse seu nome falso a ele.
Angélica estranhou o modo como ele mudou de assunto, parecia mais calmo, passivo, enquanto ela estava a beira de uma explosão de desejo.
“O que era inédito, diga-se de passagem”, pensou tentando conter seus olhos que insistiam em percorrer cada detalhe do corpo dele.
— Sou Richard Litovick. — Deu um passo a frente tentando uma melhor aproximação.
— O que quer comigo? — Ao ver que ele deu passo a frente ela automaticamente deu dois para trás, o que a fez odiar-se por recuar diante dele. Quão último que queria que pensasse que tinha medo dele.
— Já disse virá comigo e trabalhará para mim. — Richard viu ela abaixar a arma ficou segurando ela do lado do corpo.
Tinha garra podia ver que era do tipo que lutaria até seu último suspiro se fosse preciso.
— Fiz o roubo para comprar minha liberdade não vou me prender a vocês. Se seu chefe quer parte do dinheiro da venda do diamante eu dou a ele, mas me deixe ir. — Angélica percebeu a irritação dele voltando por um tique em seu maxilar e sua respiração que ficaram mais frequentes.
“Era bom aceitar logo ou acabaria com um tiro no meio da testa”, pensou temerosa.
— Não é simples assim. Tenho alguns serviços para você, pode executá-los e sumir. Pago bem por isso. — Richard achou graça na petulância dela em tratá-lo como um p*u mandado.
“Que vontade de dar-lhe uma boa lição de bons modos. Poderia ser com uns bons tapas em sua b***a sexy ”, pensou tentando conter ao máximo esse tipo de pensamento, mas era impossível ela o deixava tarado.
— Poderei ir embora mesmo? — Perguntou exibindo desconfiança.
Ela gostou dele tinha presença forte e intrigante. Sua voz era grave e rouca, adorava ouvi-lo falar.
— Poderá tem minha palavra. — Disse distraído.
Richard não pode segurar e pegou-se olhando para seus lindos s***s, pareciam querer pular para fora do decote, eram bem delineados, estava bem duros o que indicava que ela também sentia desejo por ele e isso o deixou ainda mais e******o.
— Como se palavra de pessoas como você tivesse valor. — Angélica disse fazendo um gesto de desdém.
Realmente queria levar aquele tiro, pois adorava o provocar, adorava ver suas reações o modo como a olhava, sua veia pulsando em seu pescoço, seus punhos cerrados.
“Droga de homem capaz de lhe enlouquecer”, praguejou em pensamento já que nunca diria isso em voz alta.
— Sempre cumpro minha palavra. Poderá demorar um pouco, mas poderá ir.
Richard viu quando ela respirou fundo e apertou uma mão na outra e sentou-se a sua frente, viu o ódio em seus olhos. Podia entendê-la estava tirando seus sonhos de liberdade e ele sabia que isso era mais importante que qualquer coisa.
— Demora quanto tempo? — Angélica passou a mãos pelos cabelos nem sabia dizer porque estava tão nervosa.
“Bom talvez soubesse, a causa estava bem a sua frente e ela tinha belos olhos verdes e o sorriso mais lindo que já vira”, pensou contendo a vontade de sorrir que esse pensamento lhe causava.
— Um ano, dois talvez. — Richard chutou alto, a verdade era que não tinha a mínima idéia nem sabia o que realmente Andrey queria com ela.
— Dois anos? — “Só podia ser brincadeira, imagina dois anos", pensou sabendo que aquilo seria impossível de ser suportado por ela.
Teria que terminar essa missão antes disso. Já vira agentes ficarem anos infiltrados, mas ela jamais quis isso.
— Olha Andrey vai definir não eu. — Richard disse irritado.
— Nunca trabalhei com ninguém, nem para ninguém. Não quero e não vou aceitar suas ordens, ou desse tal Andrey. Então retire-se daqui. — Angélica apontou a arma para ele novamente e ordenou.
— Talvez me fizesse um favor se atirasse, no entanto…
Richard retirou a sua arma de suas costas e atirou próximo a ela. Ela nem piscou m*l se moveu, qualquer um ao menos tentaria se desviar da bala, ela não permaneceu ali empunhando sua arma a para ele, parecendo divertir-se ao ver o tiro passar por ela.
— O próximo eu acerto.
— Acerta mesmo? Precisa de mim viva, ou já teria matado.
Angélica gostava do jeito ameaçador dele, era imponente e respeitava alguém assim.
— Eu não gosto de matar, prefiro negociar.
— Hum, ele tem honra afinal. — Angélica debochou.
“Quem vê até pensa, pessoas como ele sempre matavam sem o mísero motivo. Ele não a enganaria. O assassino de Sophie jamais a enganaria, precisava apenas das provas para fazê-lo mofar na cadeia para o resto de sua vida ”, jurou a si mesma ao lembrar porque estava ali por Sophie sua melhor amiga que morreu nas mãos do homem a sua frente.
— Sou sua única maneira de manter-se viva e segura. Iron vira atrás de você e acredite ele já a teria a amarrado e a torturado até que aceitasse ir com ele.
Como sempre a mera menção de Iron já assustava as pessoas e com ela não foi diferente. Ela engoliu em seco e desviou o olhar para o chão, finalmente cederia.
— Iron virá assim que você se for? —Angélica viu o brilho de vitória em seu olhos.
“Não ia ser nada bom ”, pensou tentando disfarçar o medo que sentiu.
— Isso e você pode até tentar fugir. Iron é uma muralha intransponível.
Richard não estava exagerando, ele era enorme com dois metros e cinco de altura e cento e cinquenta quilos de puro músculo, era um armário assustador.
Em pensar que ele o treinou, sua vida era uma merda mesmo.
— Até as maiores muralhas caem um dia. Acredite sei esperar. — Ela desafiou, porque veria essa muralha ruir bem a sua frente em mil pedaços.
— Hui, quanta teimosia. — Richard passou as mãos pelos cabelos e bufou.
— Quanto quer eu pago diga. — Disse por fim, precisava sair dali ou nem sabia o que faria a essa garota debochada.
“Bom talvez soubesse, começaria por grudá-la contra a parede e sufocá-la com um beijo. Oh droga, pare com isso”, reprendeu a si mesmo.
— Não quero, não preciso de seu dinheiro. Quero minha liberdade, não tenho medo da polícia, nem de seu amigo, nem de nada. Roubei o suficiente para ter uma vida confortável bem longe daqui é o que vou fazer. Sumir e recomeçar. — Angélica bateu o pé no chão para enfatizar o que dizia. Era muito importante que ele acreditasse em suas mentiras, ou iria ter o mesmo destino de Petter e Sophie.
— Vamos colabore comigo não quero matar ninguém hoje. — Richard teve que admitir ela estava fazendo o que ele sempre quis fazer. Sumir e recomeçar. Era o pior dos homens por tirar isso dela.
— Colaborar? — Angélica andava de um lado para outro, então parou e olhou bem em seus olhos. — Vem a minha casa, me ameaça, atira em minhas coisas e ainda acha que eu tenho que colaborar?
— O que quer? — Richard achou melhor ceder, ou teria que ligar para Iron e deixar por sua conta.
Ela diria sim só de olhar para ele.
— Quero que prometa que será só uns meses, uns nove no máximo.
— Tem minha palavra.— Era razoável e podia conseguir isso para ela.
— O.k., vou com você então. — Tinha que aceitar de todo modo mesmo, mas no final seria sempre ela a vencer este jogo.
— Até que fim. — Richard foi para a porta. — Volto em duas horas para pegar você. Nem tente fugir saberei na mesma hora e quando eu te achar vai desejar nem ter nascido. — Dito isso apenas saiu nem ao menos fechou a porta.
Victória era geniosa iria ser difícil conviver com ela, tinha vontade própria e isso era péssimo, sabia se impor, não tinha medo de morrer. Tinha que descobrir um ponto fraco nela qualquer que fosse só para poder usar isso contra ela. Richard sabia que seria melhor se pudesse deixá-la ir, mas não podia. Andrey tinha planos para ela, só esperava que ele aceitasse o prazo que ela estipulou.
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— Então uma garotinha estipula um prazo para trabalhar para mim? Quanto atrevimento! — Andrey levantou-se furioso.
— Nove meses. — Richard manteve-se em pé com os braços cruzados. Os olhos de Andrey vertiam raiva e despeito, e isso era hilário para ele.
— Você permitiu isso?
— Achei razoável. Victória não é daqui e vai ir para bem longe, então para que se incomodar. Trabalhamos com ela isolada da equipe e não saberá de nada, aí poderá ir.
— Ou eu dou um jeito nela até lá.
— Não será necessário, cuidarei para que possa ir no final do prazo. Dei minha palavra, pretendo cumprir. — Andrey lhe olhou e riu com desdém ao ouvir o que acabara de lhe dizer.
— E por que faria isso?— Andrey reclinou-se sobre a mesa com ambas as mãos sobre ela.
Era um velho grisalho e gordo, com roupas sociais e um rosto que estampava maldade. Nunca se quer pensou que seu pai lhe causaria ânsia hoje era isso o que mais sentia em sua presença, isso e ódio.
— Já disse dei minha palavra e pretendo cumprir. — A voz de Richard era calma e determinada.
— Deu sua palavra? Ora não me faça rir. Deixe de ser herói garoto. Somos os vilões, não há espaço para sua piedade aqui, nem muito menos sua honra aqui. Você é meu filho aja como tal. — A voz denotava desprezo e ele lhe olhava fixamente.
— É apenas um acordo o qual vou cumprir. Quanto a honra você já me tirou ela há muito tempo. — Deu-lhe as costas e saiu.
Richard sabia que no fim Andrey sempre conseguia tudo que queria. Então desenvolveu um jeito de fazê-lo querer o mesmo que ele. Assim poderá vencê-lo algumas vezes. Richard sabia que trazer essa garota arrogante para a organização sobre sua proteção seria a pior ideia que teve em anos, mas não tinha escolha.
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— Está será sua nova casa, pelo menos pelos próximos meses. A mobília é nova, assim como as roupas de cama. Fiz compras para você, é acho que é isso. — Richard explicou assim que entraram no apartamento que ficava no sexto andar do condomínio que eles usavam como seu quartel-general, por assim dizer.
Angélica olhou tudo era tudo minúsculo ali, sentiu-se enclausurada. A cozinha era embutida na parede, uma pequena bancada para servir de mesa e para dividir o quarto da cozinha. Odiava locais pequenos, seria muito difícil ficar ali.
— Não pode ficar saindo muito, mas pode sair desde que não fique muito tempo fora, ou sem avisar onde esta. Apenas me mande uma mensagem dizendo onde foi cada vez que o fizer. — Richard tentava controlar seus olhos que teimavam em ir parar naquele decote que não era tão grande assim.
“Que droga era aquela porque ela o fazia sentir dessa forma, sedento de desejo. Era tão linda”, pensou inconformado consigo mesmo.
— Ótimo, sou sua prisioneira. — Angélica bufou, agora m*l podia sair dali.
— Todos nós somos prisioneiros aqui, Victória. Somos prisioneiros de Andrey. Quanto mais cedo você entender isso melhor para você. — Richard ficou incomodado com a forma como ela olhava o apartamento parecia realmente que era uma cela.
— Por que diz isso? — Angélica tentava se adaptar ao novo nome Victória era lindo quando saia da boca dele.
Ela gostava do fato de ele não poupar detalhe em suas explicações, ele falava como se tudo fosse natural e aceitável, mas ela sentia que no fundo não era assim nem para ele e muito menos para ela.
— Estamos aqui querendo, ou não para satisfazer seus caprichos, obedecer suas ordens e fazer o trabalho sujo. Se não fizermos coisas bem piores que a morte nos acontecem. — Richard não falou para assustá-la, já provara isso em sua própria pele, nem isso o fez desistir de fugir, mas agora seria mais paciente esperaria o momento certo e sumiria desse inferno.
— Pior que a morte? — Não costumava assustar-se facilmente, mas a forma como falou era verdadeiro e não exagero, isso a colocou medo, coisa que há muito não sentia.
“Porque uma vez na vida não disse: Não!”, recriminou-se por sua teimosia.
— Bem piores minha cara, você imploraria só para nem se quer pensar em passar por tudo que ele é capaz de fazer com você antes de te matar. — Richard não pode conter o riso amargo.
Não passava de um ser sem consciência, sem sentimentos, era uma das faces do m*l e o pior seu pai.
— Você me deu sua palavra de que eu ficaria bem, que seriam apenas nove meses.
“Onde veio parar? Agora não tem mais volta. Isso foi um erro”, pensou sabendo que ele sentiu seu medo.
Angélica olhou para o chão depois olhou para Richard ele parecia bom de mais para viver ali, ou muito enganava-se sobre ele.
— Vou cumprir é só me obedecer e ficara bem. Garanto sua segurança se fizer sua parte. — Richard aproximou-se mais de Angélica e firmou-se na bancada, falando bem devagar para frisar o quão era importante era ela lhe obedecer.
Não sabia dizer porquê importava-se tanto com ela, porque queria mantê-la segura. Não passava de uma garota imatura e arrogante que lhe olhava com quem vê o seu pior inimigo a sua frente, ainda assim ali estava ele não deixando ninguém a ver, só para poder deixá-la ir quando tudo isso acabasse. Cuidando e protegendo ela a qualquer custo.
“Era um i****a mesmo”, xingou-se irritado por tudo que fazia e sentia por ela.
— Vou obedecer. — Ele lhe passava confiança, seu corpo tão próximo ao seu, aqueles lindos olhos verdes a lhe encarar, era uma visão única e tentadora.
— Que bom. — Richard afastou-se dela, era irresistível a vontade de tocar nela só para sentir o calor de sua pele.
“Que desejo insano era esse”, pensou ao sentir o perfume que emanava dela.
— Preciso ir agora, amanhã a tarde eu passo aqui. Pode me ligar se precisar. — Foi para a porta e a abriu. — Ah nunca, jamais abra se não for para mim, o.k.
— Sim.— Angélica engoliu em seco, sentiu o perigo na forma como ele a advertiu.
Richard saiu e Angélica trancou a porta. Estava presa naquele lugar e a única pessoa que podia ver era Richard.
Como descobriria tudo sobre a tal “organização” se m*l podia sair do lugar.
Bryan a mandou a mais uma missão suicida, não ficara contente perdendo dois agentes nisso. Peter e Sophie foram os primeiros a encarar isso e cada um deles conheceu seu fim. Angélica ficou pensando como fora a morte de cada um deles, horrível a um nível que m*l podia imaginar. Agora ali estava ela, a terceira, a espera de sua execução.
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— Que bom que não saiu enquanto eu não estava aqui. — Richard entrou deixou umas sacolas sobre a bancada.
Olhou para Victória da cabeça aos pés para quem nem ao menos ia sair estava deslumbrante, em um vestido longo azul com detalhes rendados, seus cabelos enrolados longos e soltos, desenhava-se ao seu rosto. As sandálias não muito altas, faziam seu rebolado ainda mais sexy. Realmente era um desperdício deixá-la ali trancada assim.
— Sair para onde sou procurada pela polícia, lembra-se? — Angélica lavava as mãos na pia da cozinha, ao terminar notou que Richard não tirava os olhos de seu traseiro.
Homens são todos iguais, mas, no fundo, era engraçado e aumentava sua autoestima que andava em baixa.
— Podemos sair a noite, você usa uma peruca, faz uma boa maquiagem. O que acha? — Richard recebeu um olhar desconfiado e mesmo mantendo o sorriso para ela, arrependeu-se do falou.
— Sair com você? Tem algum trabalho para mim?
“Só o que faltava ele não podia interessar-se por ela, podia? ”, pensou preocupada.
— Não, só achei que queria sair um pouco. — Richard colocou as mãos nos bolsos e lhe sorriu.
Estava com uma calça jeans bem clara e uma camisa azul escura, suas roupas sempre o deixavam ainda mais sensual, seu perfume almiscarado preenchia o ar. Seria difícil resistir a um homem como ele.
— Já estava cansada de ficar na internet sem fazer nada. Seria bom sair. — Além do que era boa oportunidade para coletar informações.
— Eu tenho algumas coisas para fazer volto as nove, esteja pronta. — Richard saiu fechando a porta.
Talvez e só talvez pudesse ser divertido, pensou ao atravessar o corredor em direção ao elevador.